Quando nos levantámos, sabíamos que nesse dia o nosso Rally Mongol estava em risco. Com a junta da colaça da Burra queimada, e com a incerteza quanto à obtenção de uma nova peça, eram muitos os “ses” que poderiam condicionar o itinerário que tínhamos delineado para o nosso Rally Mongol.
Para ultrapassar a situação, contávamos com a ajuda preciosa do Nico, um uzbeque “madeirense” que nos assegurava que iria resolver o problema e que nós poderíamos prosseguir viagem conforme o nosso plano. Logo de manhã, falámos com ele e soubemos que a nova junta já não viria a tempo de Tashkent e que ele tentaria mandar fazer a peça “à mão” por alguém conhecido. Em princípio, ele receberia a junta por volta das 15h00 e montaria o motor de forma que ao final da tarde estaríamos prontos para rodar novamente.
Apesar da simpatia e voluntarismo do Nico, estávamos naturalmente preocupados. Um atraso ou uma reparação mal feita poderia pôr os nossos planos em risco. Por isso, decidimos logo de manhã visitar a oficina do Nico para nos inteirarmos da situação pessoalmente. O Nico não estava e, por telefone, confirmou-nos novamente o ponto da situação. Disse-nos que por volta da hora de almoço estaria de volta, por isso resolvemos esperar por ele enquanto comíamos uma melancia na beira da estrada empoeirada.
O Nico acabou por nos oferecer gentilmente o almoço num restaurante logo ao lado, onde comemos um delicioso plov, o prato nacional uzbeque. Ele é muito engraçado, divertindo-nos contando as suas histórias de quando trabalhou na Madeira, e fazendo-nos esquecer um pouco do problema da Burra.
De tarde, deixámos o Nico trabalhar à vontade, confiando que a situação iria resolver-se pelo melhor. Decidimos explorar um pouco da cidade de Samarcanda, uma das cidades históricas do Uzbequistão. Visitámos o Mausoléu Gur-e-Amir, onde repousa o grande conquistador Timur, juntamente com a sua família e o seu mestre espiritual.
Não podíamos, claro, deixar de conhecer as três madraças do Registão, e visitámos também o único sítio de Samarcanda que atrai fiéis das três religiões do Livro, o túmulo do profeta Daniel.
Passámos ainda pelo frenético Siob Bazar, onde a Carla conversou com uma anciã que já conhecia da Rota da Seda da Nomad e que tinha encontrado no dia anterior num casamento.
Quando estávamos para entrar na Mesquita Bibi Khanym, recebemos um telefonema do Nico com excelentes notícias: a junta nova tinha chegado, o motor tinha sido montado e a Burra estava pronta! Nem queríamos acreditar… Corremos a apanhar um táxi de volta para a oficina do Nico e fizemos uma grande festa. O Nico tinha sido incansável e o trabalho dele e dos seus companheiros tinha sido excelente.
Depois de nos despedirmos do Nico com a promessa de nos encontrarmos de novo em Portugal, estávamos radiantes por podermos andar de novo na nossa Burra. Já tínhamos saudades e, principalmente, já podíamos prosseguir viagem conforme planeado. Dado ser já o final da tarde, resolvemos sair só no dia seguinte cedo em direcção ao Tajiquistão. O nosso Rally Mongol afinal ia continuar!
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Ainda bem que a burrinha recuperou e o Rui também está com um ar mais saudável 😉. O sonho continua…
Sempre! O sonho comanda a vida. 😀
Siga, pessoal, viva o Nico! Vamos lá, burra, aguenta-te!!!
Ela é a maior! 😀
:D.
Tenho acompanhado o vosso caminho, igualmente também os Desert Sailors (uma equipa também portuguesa com 2 carros), e estou cada vez mais convencido a um dia ganhar a vossa coragem.
Ontem quando me deitei tinha lido o post anterior e realmente também partilhei do vosso medo de ficarem retidos um tempo aí.
Parabéns ao Nico :D.
Força, Luís! 😀 Um dia quem sabe ganha coragem. 😉