Zanzibar tem muitas e belas praias, com extensos areais, palmeirais, e águas azuis-turquesa. Quando preparámos a nossa viagem, a nossa dificuldade foi seleccionar para que parte da ilha ir. Matemwe, Kendwa, Pongwe, Paje, Jambiani, as candidatas eram muitas. Não tínhamos tempo para explorar a costa toda da ilha, por isso tivemos de optar. Escolhemos ficar hospedados em Jambiani, Chapwani, e Nungwi, dividindo uma semana por estas partes da ilha.
Em Jambiani, ficámos siderados pela beleza da sua praia, mas queríamos aproveitar, mesmo o pouco tempo que tínhamos, para conhecer um pouco mais da costa oriental de Zanzibar, pelo menos a parte sul. Sendo assim, resolvemos dedicar um dia a uma caminhada pela praia desde Pingwe até Jambiani (24 km). Já tínhamos algumas suspeitas, mas só depois de o termos feito ficámos com toda a certeza: a costa oriental sul de Zanzibar, em particular desde Paje até Jambiani, é um dos areais mais bonitos do mundo.
Apanhámos um táxi até Pingwe, pois são muito poucos os dala dala que se aventuram até à parte sul de Jambiani de manhã cedo. O nosso primeiro objectivo era ver o restaurante “The Rock” que, como o próprio nome indica, se encontra no topo de um rochedo, envolto pela água na maré alta. Tínhamos visto algumas fotografias e parecia espectacular. No entanto, o dia amanheceu bastante nublado e, quando lá chegámos, a maré estava baixa. Definitivamente, não era aquilo que estávamos à espera. Ficamos desiludidos, primeiro porque esperávamos um bocadinho mais, segundo porque o tempo não estava a ajudar nada.
Depois de algumas tentativas frustradas de encontrar um restaurante ou café que nos servisse pequeno-almoço, ainda tentámos iniciar a nossa caminhada para sul, mas logo à frente, o mar batia nas rochas e não era possível passar. Sendo assim, regressámos à estrada e tentámos apanhar um transporte público ou boleia para Paje, recomeçando a caminhada a partir daí. Acabámos por arranjar uma boleia com um cinquentão dinamarquês que se divorciou da mulher e veio viver da sua pensão em Zanzibar. Pensão dinamarquesa, mulher africana, e casa com vista para aquele mar. Que mais se pode pedir?
Em Paje, iniciámos o nosso percurso a pé pela praia, não sem antes comermos qualquer coisa. Parámos num café, sentámo-nos na esplanada e esperámos, com um belo pequeno-almoço, que o sol aparecesse. Seguir-se-iam 11 km de caminho. O sol continuava envergonhado mas à medida que se aproximava o meio dia, ia começando a iluminar as águas transparentes do Índico.
A maré já estava um pouco mais alta, e a água convidava a um mergulho. Tomámos banho e a água estava perfeita. Ali a atenção dos jovens que passavam a tentar vender algo estava sempre direccionada para os turistas estrangeiros, e quando se está deitado na areia, somos um alvo parado e fácil. Por isso, e também porque o tempo passava depressa, decidimos prosseguir mais para sul.
Um pouco mais à frente encontrámos um restaurante com bom aspecto e decidimos deixar lá as nossas máquinas e experimentar outra vez a água, para abrir o apetite. Aproveitámos as espreguiçadeiras e guarda-sois de madeira de palmeira, para passar um bom bocado estendidos, entre frequentes banhos no Índico.
Depois de almoço (só havia ementa tailandesa mas com excelentes sumos naturais) no restaurante de um lodge maravilhoso, fomos andando pela praia, admirando a cor da água, os kitesurfers em movimento, e a população local a passear. Ainda estivemos tentados a fazer um curso de kitesurf mas decidimos que ficaria para uma próxima visita.
Os kites povoam completamente a linha do horizonte entre Paje e Jambiani. A maioria das escolas situam-se entre estas duas praias, muitas vezes com delegações nas duas, e os desportistas praticam a modalidade percorrendo os 10 km que as separam numa prancha puxadas por um kite.
Seguimos caminho e alguns quilómetros à frente, junto ao Panorama Sea View, as diversas aves marinhas povoavam os recifes de coral expostos pela maré. As cavidades no coral exposto formavam grutas que nos atraiam a atenção. Mas a caminhada tinha que continuar, pois ainda havia muitos quilómetros para fazer até chegar à parte sul de Jambiani.
Em frente ao Spice Island Hotel, encontrámos um molhe que proporcionava uma visão dos deuses sobre o mar. Ao fundo, um bar e algumas camas de palha. Mais um paraíso, regado a milkshake de manga e um “Passion Express”. Ali parámos um bom bocado. Desfrutámos das bebidas, das vistas e da companhia um do outro. Afinal isto de fazer férias na praia tem o seu interesse. Se pudéssemos, tínhamos ficado ali o resto do dia, mas estava na hora de voltar à estrada, neste caso, à areia.
Ao passar pela povoação de Jambiani, sabíamos que ainda tínhamos a percorrer um bom bocado (5 km), pois o nosso alojamento, Red Monkey Lodge, era no extremo sul de Jambiani. Acabámos por passar ali menos tempo do que gostaríamos.
Os pescadores consertavam os seus barcos, queimando as algas que se agarram à madeira, e as crianças corriam na nossa direcção. Algumas meninas, já cobertas com véu, exprimiam uma alegria contagiante e quiseram tirar fotografias connosco.
Mais à frente, alguns miúdos brincavam na água com miniaturas de barcos a imitar com perfeição os barcos de pesca tradicionais dos seus pais. Os mais sofisticados tinham leme e contrapesos; os mais simples tinham o casco feito de uma sola de chinelo. Faziam corridas com eles, e o vento a bater nas “velas” até fazia que parecessem telecomandados!
O sol estava já a pôr-se por trás das palmeiras. Vimos um grupo a jogar futebol e qual não foi o nosso espanto quando reparámos que a maior parte eram mulheres, que se divertiam sem nenhum pudor ou vergonha. A alma de Jambiani é esta: as coisas boas daquela terra não são só para os turistas; as pessoas que lá vivem são as primeiras a tirar prazer de viver num paraíso natural.
Pouco tempo depois, chegámos ao Coral Lodge, onde tínhamos feito reserva para o jantar buffet. Sentámo-nos na nossa mesa junto à janela, abrimos uma garrafa de vinho e vimos a noite cair, enquanto a maré descia, expondo os corais e encalhando na areia alguns barcos de pescadores. No horizonte, começavam a ver-se as luzes das lanternas de pescadores na sua faina. O jantar foi muito bem servido e delicioso.
De lá ao nosso hotel, eram apenas uns passos, mas ainda deu para dar uns de dança à volta de uma fogueira que ardia na praia. Regressámos ao nosso quarto, olhámos um para o outro, sorrimos e pensámos o mesmo: o dia tinha sido perfeito.
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Vou viajar para Zanzibar no início de Março. Irei ficar em Page durante 13 noites. Dicas para restaurantes, qual a moeda a utilizar, que locais/praias a ver, que meio de transporte utilizar, a questão da segurança, os mosquitos,…
Obrigado.
Carlos Sousa
Está tudo aqui. https://www.viajarentreviagens.pt/tanzania/dicas-viagem-zanzibar/ Boa viagem!
Acabei de fazer este passeio ontem, mas no sentido inverso. A maré estava bem baixinha, deu para passar sempre sem problemas. Isto é lindooooo!
Um dia destes volto a Zanzibar! Tenho tantas saudades. Fui aí tão feliz… 😀
Vou viajar para a Zanzibar em Dezembro, num projeto de voluntariado , e queria arranjar um dicionário Inglês – Suaíli . Será que me conseguem ajudar? 🙂
Talvez encontre em Stone Town ou Dar E-Salam.
Bem, esse destino tem todos os ingredientes para proporcionar uma viagem perfeita: praia, águas límpidas, alojamento paradisíaco, wow, deve ter sido uma experiência fantástica. Parabéns pelo artigo.
Obrigada, Pedro. 🙂 Foi mesmo maravilhoso.
Gente, que lugar maravilhoso. As fotos estão incríveis, e muito legal seus registros mostrando também como os locais também curtem esse paraíso. Tanta beleza, que seja para todos!!! Abraços.
É isso mesmo, Fábio. O paraíso é mesmo para quem vive lá.
amei essas fotos, sinceramente uma das melhores que já vi deste lugar! e esse mar azul gente, que loucura só tem que se jogar na água mesmo!!
Obrigada 😀
Carla….. Rui…… que lugar maravilhoso!!!! E essa cor de água??!!! Amei as fotos que vocês fizeram!
Parabéns pelo post e, obviamentem pelas fotos! O post já está salvo em meus favoritos! Quem sabe um dia….
😉
Vai acontecer, sim! Vai ver! 😀
Essa água tem uma cor inacreditável!! E a areia branquinha… que inveja!! Zanzibar é uma daquelas minhas viagens de sonho que ainda não consegui fazer 🙂 Para os próximos anos talvez!! hehe Têm algum artigo que mostre os custos de uma viagem de 1 semana ou 2 semanas em Zanzibar? Beijos!
Zanzibar é um lugar de sonho. Tem as praias mais bonitas do mundo!
Fique enlouquecida com seu post. Não imaginava que as praias fossem tão lindas pela Tanzania. Na realidade eu não conheço muito sobre essa região e devo dizer que seu post me motivou a estudar mais.
Zanzibar é maravilhoso!
Estou de queixo caído, sério! Que praias maravilhosas! Sonho com a África, até hoje só fui ao Marrocos. Mas essa parte me interessa muito por essas praias que você mostrou! Sensacional!
Obrigada, Larissa. Vai mesmo. É lindo.
Bolas! Mas que água é esta?! Que cor! Acho que iria toda a viagem sempre de molho! 😉 Só fiquei com pena de não terem experimentado o restaurante “The Rock” . Gostava de saber se é só fama ou se vale mesmo a pena.
Dizem que é bom mas que é caro. Ali há muitos restaurantes bons e baratos. Acabamos por achar que não perdemos nada. 😉
Nossa! Que lugar incrível. A gente sempre ouve falar em Zanzibar como um destino tão distante. É bom ler relatos de uma viagem assim pra inspirar! Já inclui na minha bucket list!! Adorei as fotos.
Obrigada, Alessandra. 😀
Que viagem magnífica, que fotos lindas!!! Adorei as dicas, esta trip está em nossa lista de desejos agora <3
Força, Fábio. Vai adorar.