Albert Einstein é hoje sinónimo de “génio”, com uma imagem que passa para o grande público de solitário, dedicado ao seu trabalho, e insensível ao que se passava em seu redor. Nada podia estar mais longe da verdade. Einstein teve colaboradores, pessoas que o inspiraram, cientistas em quem baseou o seu trabalho, e uma vida privada bastante conturbada. Para quem é interessado pela sua produção científica, mas também pela sua vida privada, há várias maneiras de descobrir mais sobre Einstein. Pode ler-se uma das muitas biografias disponíveis, por exemplo “Einstein: His life and Universe”, assistir à nova série do canal National Geographic “Genius”, ou visitar alguns dos locais onde Einstein em Zurique viveu e trabalhou.
Como nós somos partidários da ideia que viajar é uma óptima forma de aprender, aproveitámos a nossa visita a Zurique para conhecer um pouco mais de Einstein em Zurique, aquele que se tornaria uma das figuras emblemáticas do século XX.
ROTEIRO PARA CONHECER EINSTEIN EM ZURIQUE
1. Einstein no Instituto Federal de Tecnologia em Zurique
Einstein nasceu na Alemanha, e foi em Berlim que assumiu o estatuto de estrela científica a nível mundial, mas foi na Suíça que muitos dos capítulos centrais da sua vida se desenrolaram. Foi em Berna que conseguiu o seu primeiro emprego, numa repartição de registo de patentes, e onde escreveu os artigos do seu “annus mirabilis” de 1905, incluindo a teoria da relatividade restrita e a famosa fórmula E = mc2, mas foi em Zurique onde estudou no Instituto Federal de Tecnologia da Suíça (Eidgenössische Technische Hochschule, conhecido como ETH) e obteve a sua licenciatura, e foi também aí que teve a sua primeira posição académica como professor de física. O ETH, cujo edifício principal pode ser visitado, tem no seu site materiais disponíveis acerca da sua vida em Zurique, disponibilizando um panfleto com um pequeno roteiro para seguir os passos de Einstein em Zurique, quer na vertente científica, quer na vertente privada, incluindo algumas das casas onde viveu.
Foi também em Zurique, durante os seu anos de licenciatura (1896 – 1900), que Einstein conheceu aquela que seria, não só a sua primeira mulher, mas também companheira entusiasta na sua paixão pela física. Mileva Marić, de ascendência sérvia, estudava também no ETH, sendo a segunda mulher a completar o estudo no departamento de matemática e física. O seu brilhantismo atraiu Einstein, e vice-versa, e o casal tornou-se inseparável, para desagrado da família de Einstein. Tiveram uma filha que morreu ainda bebé (ou foi dada para adopção), e casaram em 1903, tendo tido 2 filhos, Hans Albert e Eduard. Muito se tem discutido acerca do real papel de Mileva nas descobertas científicas de Einstein, principalmente no período 1902 – 1905, embora a opinião mais consensual seja de que Mileva funcionava como “caixa de ressonância” das ideias de Einstein, não contribuindo ela própria de uma forma original para as teorias de Einstein (embora este seja um assunto ainda hoje debatido).
2. Visitar o Museu da História da Medicina
Questões de prioridade científica à parte, Einstein voltou a Zurique em 1909, quando a Universidade criou uma cátedra especialmente para ele (o edifício onde trabalhou ainda está na Rämistrasse, agora albergando o Museu da História da Medicina), mas em 1911 mudou-se para Praga, onde era mais bem pago e tinha uma posição de professor.
3. Visitar a Igreja Evangélica Reformierte
No entanto, Einstein regressaria novamente a Zurique de 1912 a 1914, desta vez como professor do ETH (o edifício onde trabalhou foi demolido em 1977). Hoje existe lá um espaço verde, na sombra da torre da igreja Evangélica Reformierte Kirche Zürich Fluntern. Um pedaço da história de Einstein em Zurique que desapareceu.
4. Einstein e as ruas de Zurique…
Em Zurique, Einstein encontraria novamente o seu amigo e companheiro de estudos no ETH, Marcel Grossmann. Grossmann era agora um matemático especializado na geometria de Riemann, precisamente a matemática que Einstein precisava para construir a sua Teoria da Relatividade Geral. Einstein e Grossmann fizeram um trabalho conjunto importante, lançando as bases matemáticas e físicas da teoria. No entanto, apesar de a meta parecer estar logo ali, eram evidentes as dificuldades de Einstein em lidar com as novas técnicas matemáticas necessárias ao desenvolvimento da teoria, assim como à sua interpretação física, como se pode ver no famoso “Zürich Notebook”, estudado pelos historiadores.
Era um período conturbado para Einstein em Zurique, tanto em termos científicos, como pessoais. O seu casamento com Mileva estava perto do fim. Einstein estava apaixonado e tinha-se envolvido num caso extraconjugal com uma sua prima, Elsa Löwenthal. Aliado a algumas questões de fricção profissional com alguns colegas, Einstein acabou por ficar em Zurique apenas durante ano e meio, finalmente mudando-se para Berlim (onde Elsa vivia), em 1914. Einstein e Mileva acabariam por se separar pouco tempo depois, sendo que Mileva e os dois filhos regressariam a Zurique.
Seria em Berlim que, sem a ajuda de Grossmann mas livre de funções docentes e da pressão familiar, Einstein completaria a sua obra-prima científica, em Novembro de 1915. Quanto a Mileva, o casamento com Einstein acabaria oficialmente apenas em 1919, com a assinatura do divórcio, sendo que Einstein casaria logo de seguida com a prima (embora tendo mais tarde vários casos extraconjugais). Diz-se que, em troca do divórcio, Einstein prometeu a Mileva a totalidade do dinheiro correspondente ao Prémio Nobel que Einstein ganharia, mais cedo ou mais tarde. E assim foi. Em 1922, Einstein recebeu o prémio, e Mileva o dinheiro, com o qual comprou algumas propriedades em Zurique. Mileva acabaria por viver em Zurique até à sua morte em 1948. Hoje, placas comemorativas, na sua casa, em Huttenstrasse, e no cemitério de Nordheim, comemoram a memória de Mileva Einstein-Marić, uma mulher muito à frente da sua época.
Quanto a Einstein, prevendo o descalabro social da Alemanha nas mãos dos nazis, e fugindo para salvar a sua própria vida, emigrou em 1933 para os EUA, onde trabalharia (mas nunca ensinando) no Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Elsa morreria em 1936, e Einstein não voltaria a casar. Desiludido com a nova teoria quântica, Einstein passou o resto da sua vida a procurar, sem resultado, uma teoria alternativa que explicasse o estranho mundo das partículas. Ao mesmo tempo, a realidade da sua fórmula da equivalência massa –energia veria uma cruel justificação na construção da bomba atómica, sendo Einstein um fervoroso adepto da não-proliferação das armas nucleares.
No final da sua vida, a identidade judaica de Einstein ganhou importância, chegando mesmo a ser convidado para primeiro Presidente do recém-formado Estado de Israel, o que declinou. Einstein trabalharia nas suas teorias até ao dia da sua morte, em Abril de 1955. Desaparecia da face da Terra um homem complexo, multifacetado, e uma figura científica incontornável, da dimensão de Newton. Estava criado o mito do génio.
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Obrigada, Filipa. 😀