Visitar o CERN pode não estar no imaginário de muitos mas vale mesmo a pena. A vanguarda da ciência levanta sempre suspeitas por parte do cidadão comum. Porque não percebe o que se passa nos laboratórios, porque não entende em que pensam os cientistas, porque não percebe por que razão o dinheiro dos impostos dos contribuintes deve ser investido em questões que, aparentemente, se encontram tão longe da vida quotidiana. É por estas, e outras, perguntas que é tão importante vistar o CERN, o maior acelerador de partículas do mundo, situado em Genebra, na Suíça, e um dos mais importantes centros de investigação científica do planeta.
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VISITAR O CERN
Se não tem formação científica, à entrada do CERN tudo lhe irá parecer estranho, mas à saída verá que terá encontrado a resposta a muitas das suas questões, e ficará com uma muito melhor ideia daquilo que se passa numa das instalações científicas mais avançadas do mundo. Se passar por Genebra, é uma visita obrigatória para quem quiser perceber o que se investiga no CERN e qual o impacto que estas descobertas têm no nosso quotidiano.
Para aguçar o seu apetite, deixamos aqui algumas perguntas e respostas sobre o CERN, assim como dicas de como preparar a visita ao CERN.
O que é o CERN? Vale a pena visitar o CERN?
A sigla CERN significa “Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire”, ou seja, Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear. Nasceu em 1957, fruto da iniciativa de doze países da europa ocidental, com o objectivo de construir um centro de investigação europeu que rivalizasse com os de outros países, nomeadamente os americanos. O projecto (e as instalações) foram crescendo ao longo dos tempos, com a evolução da física de partículas e da engenharia dos aceleradores e detectores, sendo que hoje engloba um enorme complexo de aceleradores, detectores e salas de controlo, localizado na fronteira entre a Suíça e a França.
O que é um acelerador de partículas?
Um acelerador de partículas é um instrumento científico cujo objectivo é acelerar partículas elementares (por exemplo, electrões ou protões) e provocar colisões entre elas. Desta forma, consegue-se criar novas partículas, e estudar como as partículas interagem entre si. Actualmente, existem mais de 30.000 aceleradores de partículas no mundo, uns pequenos, outros grandes, mas nenhum como o CERN. Enquanto o primeiro acelerador de partículas (1929) tinha cerca de 30 cm de perímetro, o LHC (2008), Large Hadron Collider, o maior acelerador do mundo na actualidade, tem um perímetro de 27 km.
Como funciona um acelerador de partículas?
Feixes de partículas (protões) são acelerados em tubos, sujeitos a campos eléctricos e magnéticos, chocando e criando energia. Esta energia dá origem a novas partículas, cuja presença é revelada em enormes detectores que envolvem o local da colisão. Quanto mais energia a colisão envolve, maior será a probabilidade de criar novas (e mais pesadas) partículas, ou mesmo novas formas de matéria. Os valores de energia actualmente atingidos correspondem a velocidades que permitem às partículas percorrerem o perímetro do LHC 11.000 vezes por segundo! Quem tiver mais curiosidade sobre a física envolvida no funcionamento do LHC, aconselhamos a consulta desta página.
O que posso ver quando visitar o CERN?
Uma visita ao CERN inclui:
- Depois de conhecer o guia que o acompanhará no CERN (no nosso caso, um físico chinês com um ar alucinado), seguir-se-á o visionamento de um pequeno filme, que serve de introdução ao CERN, à sua história e à sua estrutura actual.
- Uma visita guiada a uma área histórica do CERN. Nós visitámos o primeiro acelerador do CERN, o sincrociclotrão de 1957), onde vimos uma apresentação multimédia sobre o acelerador e onde pudemos admirar a grandeza da primeira máquina do CERN.
- Uma visita guiada a um centro de operações de uma das experiências em funcionamento no CERN. Nós visitámos a sala de controlo do detector ATLAS, o maior do mundo, e vimos um pequeno filme sobre a construção desta maravilha da engenharia.
- Para além da visita acompanhada pelo guia ao CERN, pode visitar as duas exposições permanentes do CERN. Estas exposições são também gratuitas, não necessitam de reserva, e são uma óptima forma de complementar a visita guiada ao CERN.
- “Microcosmo”, junto à recepção do CERN, onde se encontram algumas mostras didácticas que exploram o mundo das partículas subatómicas.
- “Universo de Partículas”, no Globo da Ciência e Inovação, onde se pode admirar alguns componentes dos aceleradores e detectores do CERN e onde são respondidas algumas das questões fundamentais sobre o universo.
- Ao lado do Globo do CERN pode admirar-se uma escultura em aço (de título “Vagueando pelo incomensurável”), em forma de tira de papel, com inscrições das fórmulas mais famosas da física ao longo dos séculos, entre as quais as equações de Maxwell e a equação de Schrödinger, e os nomes dos principais matemáticos, físicos e químicos da história da humanidade.
NOTA: A visita guiada ao CERN não inclui, todavia, por razões de segurança, qualquer visita aos aceleradores subterrâneos.
Quais as principais descobertas feitas no CERN?
A pesquisa feita no CERN permite compreender melhor o mundo das partículas subatómicas (que constituem tudo o que nos rodeia), e os fenómenos cósmicos de alta energia, como se pensa ter sido o início do nosso universo. Destacam-se as descobertas de núcleos e átomos feitos de antimatéria, de partículas portadoras de novas forças (bosões W e Z), de uma nova forma de matéria (“sopa” de quarks/gluões) e, em 2012, do chamado bosão de Higgs (previsto em 1966), também chamado por alguns de “partícula de Deus”, devido ao seu papel na aquisição de massa (uma propriedade fundamental) pelas partículas que com ela interagem. O futuro dirá que novas surpresas o CERN revelará. É por isso importante visitar o CERN.
Será o CERN perigoso? Devo visitar o CERN?
Apesar de surgirem frequentemente “notícias falsas” sobre a perigosidade, para o futuro do planeta, da investigação feita no CERN, a verdade é que tudo indica que não passam de teorias, baseadas em imaginação, e numa cultura científica bastante deficitária. Não, o CERN não abre portais para outras dimensões, não cria antimatéria em quantidades perigosas, nem dará origem a um buraco negro que poderá engolir o planeta Terra! Todas as medidas de segurança estão efectivamente implementadas para garantir que tudo corre de acordo com o esperado. Pelo menos em termos de segurança! Por exemplo, uma das razões para os aceleradores actuais serem construídos no subsolo é pelo facto da terra servir como escudo protector em relação à radiação emitida pelas partículas aceleradas a grandes velocidades.
Qual a utilidade do CERN no mundo actual?
Tal como todos os centros de investigação científica, muitas das descobertas feitas no CERN só têm uma aplicação prática no quotidiano após muitos anos de desenvolvimento. Os aceleradores de partículas do CERN são essenciais na procura de novas formas de matéria, logo estão na base da descoberta e construção de novos materiais. Os aceleradores de partículas do CERN são também utilizados na pesquisa de energia nuclear, e na medicina, como fonte de radiação para tratamento de certos cancros. Alguns dos componentes electrónicos criados para aceleradores de partículas do CERN foram mais tarde utilizados na rádio, TV, radares e comunicação via satélite.
E, por vezes, a inovação vem de onde menos se espera. Em 1989, a necessidade (e engenho) de partilhar uma crescente quantidade de informação rapidamente, e com o maior número de pessoas, levou um cientista do CERN a criar o código html e o protocolo http, duas ferramentas indispensáveis na criação da World Wide Web (www), três letrinhas que fazem toda a diferença na internet dos nossos dias.
Pode acompanhar as últimas notícias sobre o CERN na comunicação social portuguesa, por exemplo aqui.
Portugal participa no CERN?
Sim, Portugal é (desde 1986) um dos 22 países membros do CERN, contribuindo financeiramente com um orçamento proporcional ao Produto Interno Bruto português. Algumas universidades e empresas portuguesas têm protocolos de colaboração para desenvolvimento de componentes para as experiências do CERN, assim como muitos cientistas portugueses passam pelo CERN para estudarem ou fazerem investigação.
DICAS PARA VISITAR O CERN
- O CERN pode ser visitado, de forma gratuita, individualmente, em grupo, ou em visitas de estudo de escolas, mas sempre com o acompanhamento de um guia, alguém que trabalha no CERN. Visitar o CERN demora cerca de duas horas.
- A reserva para visitar o CERN tem de ser feita online, no site da organização. Receberá uma confirmação por email. Pode escolher se a visita guiada ao CERN será feita em inglês ou francês.
- Para visitas individuais ao CERN, metade das vagas (para uma determinada data) são disponibilizadas com apenas duas semanas de antecedência, e podem esgotar rapidamente, por isso é essencial estar atento aos prazos e reservar o lugar o mais cedo possível. A outra metade das vagas é disponibilizada com três dias de antecedência, mas é melhor não arriscar deixar para tão em cima da hora. Para visitas em grupo ao CERN, a reserva pode (e deve) ser feita com meses de antecedência.
- Todos os visitantes devem ser portadores de um documento de identificação, e devem chegar à recepção do CERN vinte minutos antes do início da visita guiada. Será entregue uma identificação que deverá ser usada ao pescoço.
- Malas e mochilas grandes não são permitidas em qualquer espaço do CERN, por isso deixe-as no seu alojamento ou guarde-as noutro lugar (por exemplo, na estação de comboios). Por uma questão de segurança pessoal, não é permitido o uso de sapatos de tacão alto, sandálias ou chinelos.
- É fácil chegar ao CERN a partir do centro de Genebra. Ao lado da estação de comboios de Cornavin, apanhe o tram 18, cuja paragem final é precisamente o CERN, a poucos passos da recepção. A viagem demora cerca de 20 minutos.
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ONDE DORMIR
- Procure alojamento no centro da cidade quando visitar o CERN. Há bons hotéis para viajantes independentes. Nós alojámo-nos no Hotel Les Arcades. É central, em frente à estação e uma óptima escolha. Custou 90€/noite. Outras opções são o Hotel Montana, Hotel Tor, Hotel Covarnin Geneve e o Hotel Moderne. Se procura um hotel que “arrombe” o seu orçamento mas seja mais exclusivo e luxuoso, a resposta é Beau Rivage Geneva ou Hotel d’Angleterre.
- Se está a preparar uma visita de estudo ou viaja com recursos limitados, a melhor opção é um hostel. Tem as seguintes opções quando visitar o CERN:
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