Tirar o visto para o Sudão pode ser uma grande dor de cabeça. Nós tentámos de várias maneiras e não foi nada fácil. É essa experiência que queremos partilhar consigo.
QUE OPÇÕES EXISTEM PARA TIRAR O VISTO DO SUDÃO
Daquilo que pudemos perceber, existem três opções principais para tratar do visto do Sudão. É sobre essas opções que vamos falar-vos.
- TIRAR O VISTO DO SUDÃO NO ASSUÃO (EGIPTO)
- TIRAR O VISTO DO SUDÃO ATRAVÉS DA EMBAIXADA DO SUDÃO EM PARIS
- TIRAR O VISA ON ARRIVAL ATRAVÉS DE EM EMPRESA NO SUDÃO
CONTEÚDOS DO ARTIGO
1.TIRAR O VISTO DO SUDÃO NO ASSUÃO (EGIPTO)
A maioria dos viajantes viaja para o Assuão, no Egipto, e a partir de lá começa a sua viagem em direcção ao Sudão. Esta é a melhor solução, não só pela beleza da paisagem e trajecto, mas porque tirar o visto do Sudão no Consulado do Sudão no Assuão é muito mais fácil e rápido. O consulado do Sudão emite o visto no dia seguinte ou em dois dias. Para tratar do visto vai necessitar de:
- Passaporte
- 2 fotografias
- 1 cópia do passaporte
- 1 cópia do visto do Egipto
- Impresso preenchido (é dado no consulado)
O visto custa 50 USD e só pode ser pago nessa moeda. Permite apenas uma entrada e estar no país durante um mês. O processo demora aproximadamente a manhã toda por isso chegue lá cedo. O consulado abre às 8h30 e encerra às 12h30. No entanto está encerrado às quartas, sextas e sábados. Sendo assim, programe bem o dia em que vai tratar do visto. Não precisa de marcar nada, é só aparecer e esperar pela sua vez. O pessoal fala inglês.
Nós não usámos esta opção porque comprámos voos de ida e volta do Porto para Cartum. Arrependemo-nos porque tirar o visto foi uma enorme dor de cabeça.
2.TIRAR O VISTO DO SUDÃO ATRAVÉS DA EMBAIXADA DO SUDÃO EM PARIS
Esta foi a nossa primeira opção para tirar o visto. Infelizmente não correu nada bem. O tempo de processamento do visto é 15 dias úteis. A primeira coisa que fizemos foi entrar no site da Embaixada do Sudão em Paris, ver o material necessário e preparar tudo para entregar. O material necessário é:
- Passaporte
- 2 fotografias
- Formulário preenchido em duplicado
- Reservas de hotel
- Bilhete de avião
Primeiro problema: No site havia indicação que devíamos enviar tudo dentro de um envelope para Paris, juntamente com um cheque para proceder ao pagamento do visto. O preço do visto é de 100€. Telefonámos para saber se podíamos enviar um cheque apenas, com o dinheiro dos dois vistos. A funcionária, que só falava francês, quando percebeu que éramos portugueses, disse-nos que não aceitavam mais cheques portugueses e que teríamos que enviar a quantia em dinheiro. Fomos aos correios mas a informação que nos deram foi que “era proibido enviar dinheiro pelo correio”. Voltámos a telefonar para a embaixada e nada. Entrámos inclusive em contacto com o Cônsul do Sudão em Lisboa (que infelizmente ainda não podem emitir vistos) que foi muito simpático mas não conseguiu desbloquear a situação. Ficamos encalhados aqui.
Segundo problema: Não tínhamos tempo de ir levantar os vistos a Paris e por isso, optámos pela opção que havia no site para receber pelo correio. A informação do site dizia para enviarmos dentro do envelope com os documentos outro envelope, pago com os selos para devolver os passaportes com aviso recepção e carta registada. Tentámos tratar disto nos CTT mas eles não conseguiam saber o preço do correio em França para aquele serviço. No entanto, depois de descobrir, levantou-se outro problema. O envelope não podia sair de Portugal com selos de cá porque os selos de cá não podiam ser usados lá. Outra opção seria enviar cupões de resposta dos CTT que podiam ser trocados por selos em França. No entanto, os Correios de Guimarães não tinham. Encomendámos e passados alguns dias conseguimos arranjar. Entretanto, entrámos em contacto com a Embaixada para saber se essa era uma opção. Disseram-nos que não. Teria também que ser em dinheiro. Não aceitavam cupões dos Correios, embora eles fossem aceites em França. Ficamos mais uma vez desamparados!
Terceiro problema: Começámos a tratar do visto do Sudão com um mês de antecedência mas com tantos contratempos, já só faltam três semanas, quinze dias úteis e o processo da Embaixada em França não parecia ter fim à vista. Resolvemos esquecer a Embaixada da França para tirar o visto. Já não havia tempo. Passámos para a opção seguinte.
3.TIRAR O VISA ON ARRIVAL ATRAVÉS DE UMA EMPRESA NO SUDÃO
Com todos os contratempos que tivemos, descobrimos que podíamos tirar o visto do Sudão através de uma agência que trabalha-se no Sudão e que nos fizesse um processo de Visa On Arrival. Entramos em contacto com várias:
- Hotel Acrópole – Pediu-nos 230 USD por visto, sendo que 100 USD é o preço do visto à entrada e mais 130 USD pelo serviço, que depois seria pago no hotel em Cartum.
- Raidam Travel – Recebemos um email do Marwa já tínhamos dado início ao processo do visto on arrival com o Hotel Acrópole e já tínhamos pago 200€. O Marwa cobrava apenas 50€/pessoa pelo processamento do visto on arrival, o que significava metade do dinheiro. Infelizmente, para nós, ja não foi a tempo. Com estas dicas, poderá tratar dos contactos mais cedo do que nós.
- ITC Sudan – Um grupo italiano que opera no Sudão. Não se mostrou disponível para nos apoiar na obtenção do visto, mesmo depois de lhe termos dito que lhe comprávamos um tour de dois dias pelo país. “To short for us”, foi a resposta que obtivemos.
- Bougainvilla GuestHouse – Disseram-nos que não tratavam dos vistos, o máximo que podiam fazer era arranjar-nos um “Invitation Letter” para nos entregarmos na Embaixada em Paris. Levava-nos para a Embaixada de Paris, algo que queríamos evitar.
Tentámos outros hotéis e agências mas, infelizmente, mais nenhuma nos respondeu.
COMO CONSEGUIMOS O VISTO DO SUDÃO
Sendo assim, e sem grande opção, utilizámos os serviços do Hotel Acrópole e fizemos um depósito de 200€ (para os dois) para dar início ao processo da obtenção dos dois evisas. Tivemos que enviar para o hotel:
- Comprovativo da transferência bancária
- Fotocópia dos dois passaportes.
Passado uma semana (5 dias úteis) recebemos no email as Entry Permits que funcionam como permissão para obter o visto on arrival. Pagámos 100€/pessoa por estas permissões. Quando chegámos ao aeroporto tínhamos um rapaz à nossa espera que nos tratou de todo o processo do visto on arrival. Pagámos mais 100USD/pessoa para a emissão do visto do Sudão no aeroporto. Depois pagámos os restantes 30USD no hotel, bem como 20USD/pessoa para o registo obrigatório. Tratámos do registo também a partir do hotel para evitar perder tempo em Cartum.
SE PRETENDER QUE UMA EMPRESA TRATE DO VISTO DO SUDÃO POR SI – Se pretender que uma empresa trate do seu visto do Sudão, pode recorrer aos serviços da iVisa para o visto do Sudão.
SEGURO DE VIAGEM
Viajar no Sudão não exige seguro de viagem mas é quase obrigatório fazê-lo! Nós recomendamos o seguro de viagem da IATI, aquele que agora usámos na nossa viagem. Para 8 dias fizemos um seguro IATI Estrela e pagámos 98€ para os dois.Faça também o seu seguro e se usar este link terá 5% de desconto.
Leia aqui as crónicas diárias da nossa aventura a viajar no Sudão:
- DIA 1 – Welcome to Sudan!
- DIA 2 – Rumo ao norte – De Cartum a Ed Debba
- DIA 3 – VELHA DONGOLA, KERMAN e TOMBOS, um périplo pela história longínqua do Sudão
- DIA 4 – NÚBIA, a região que é senhora do deserto
- DIA 5 – As pirâmides do Império KUSH em KARIMA (Jebel Barkal, El Kurru e Nuri)
- DIA 6 – O milagre da Vida e as PIRÂMIDES DE MEROÉ
- DIA 7 – O esplendor dos faraós em Naqa e Musarawwat es Sufra e os Derviches africanos de Cartum
- DIA 8 – Os segredos escondidos de CARTUM e OMDURMAN
Muito obrigada por este post informativo! Do que li no facebook há uma 4ª alternativa que é usar a Embaixada do Sudão em Viena mas imagino que aí o processo seja semelhante ao de Paris. Gostava muito de ir ao Sudão, mas acho o preço do visto excessivo. Pode ser que um dia me dê para ir ao Egipto…
O consul do Sudão em Lisboa disse-nos que os portugueses não podem tirar o visto em Viena nem no Luxemburgo. Só em Paris.
Em resumo, o melhor é ir a Assuão, aproveitar para visitar Abu Simbel e entrar no Sudão por terra, certo? Está anotado! 🙂
Sim, especialmente para quem não conhece o Egipto e tem tempo. Para nós, que já conhecíamos e tínhamos pouco tempo, não era opção.