Se vai viajar para Moscovo, prepare-se para caminhar muito, subir e descer a um dos metros mais belos do mundo muitas vezes, explorar os lugares mais belos para visitar em Moscovo e aproveitar a capital da Rússia.

VISITAR O KREMLIN E A PRAÇA VERMELHA
Há certas imagens de marca, quer sejam lugares ou outras coisas, que identificam um país. Por exemplo, Portugal é identificado actualmente por Cristiano Ronaldo… A verdade é que há uma imagem que é sinónimo de URSS. Essa imagem é da Praça Vermelha (Red Square), com o Kremlin como pano de fundo, e que é Património da UNESCO.
Note-se que os edifícios mais emblemáticos da Praça, a fortaleza (Kremlin) que rodeia os edifícios reais (agora governamentais) e algumas igrejas, assim como a igreja de S. Basílio, são muito anteriores ao regime soviético. No entanto, parece que, na nossa consciência colectiva, este lugar ficará para sempre associado ao regime (comunista) totalitarista que governou este país durante 70 anos. No entanto, hoje em dia, a Praça Vermelha já não transmite essa imagem a quem a visita. Por exemplo, mesmo em frente ao Kremlin estão situadas umas galerias comerciais luxuosas com todas as marcas ocidentais que se prezam. Sinais dos tempos…
Independentemente destas considerações, a verdade é que é uma visão lindíssima ver a Praça Vermelha iluminada e isto, por si só, deve chegar para quem aqui vem. Tínhamos comprado uma máquina fotográfica nova assim como uma lente e um tripé. Fomos experimentá-la para a Praça Vermelha. Vejam as fotos e… Comprovem por vocês mesmos!
Como sabemos que estamos em Moscovo? É fácil, todas as ruas vão dar ao Kremlin e à Praça Vermelha!
E é verdade… estamos em Moscovo! A capital da Rússia recebeu-nos com um belíssimo dia de sol mesmo em pleno mês de Março. O primeiro dia na cidade foi dedicado à área em volta da Praça Vermelha e do Kremlin. Visitámos o Kremlin e os edifícios governamentais do seu interior, nomeadamente a igreja da Assunção, a igreja da Anunciação e a Catedral. Dentro do Kremlin encontramos também o sino gigantesco mandado construir pela czarina. Passamos mais de meio dia a explorar esta área da cidade, entrando e saindo de todos os edifícios onde tal era permitido.
Na Praça Vermelha apreciamos a muralha, a magnífica catedral de S. Basílio, o Museu de História e o Gum (um shopping gigantesco num edifício clássico que rodeia a praça. Visitamos ainda o mausoléu de Lenine, mesmo depois de enfrentar uma fila de turistas russas.
Visitar o METRO DE MOSCOVO e as suas mais belas estações, um palácio para o povo da Rússia
Poucos locais do mundo se podem gabar de possuírem atractivos turísticos invulgares. Moscovo encaixa neste perfil. Nas bancas turísticas abundam postais ilustrados das estações de metro da cidade. Depois da Praça Vermelha e do Kremlin, o metro de Moscovo é a principal atracção da cidade. Até aqui pode parecer estranho, mas se pensarmos que as estações foram construídas para serem os “Palácios do Povo” compreendemos que, em Moscovo, o metro é muito mais do que um meio de transporte.
Aquando da proposta rejeitada para a criação de um metro em Moscovo, em 1902, alguém terá dito: “usurpação descarada de tudo o que o povo russo ama na cidade”. No entanto, o crescimento desmesurado da metrópole russa trouxe problemas de mobilidade à população e era necessário um sistema eficaz de transportes. Assim sendo, Estaline, em 1928, engendrou um projecto para construir o metro de Moscovo. As estações deveriam ser faustosas para receber bem o povo e este dever-se-ia sentir no seu palácio.
No entanto, a construção do metro de Moscovo não foi tão “bela” como o resultado final. Estaline decretou que toda a Rússia iria construí-lo e foram trazidos homens e mulheres de toda a União Soviética. Na sua construção empregaram-se materiais de todo o país, desde mármores dos Urais e Caúcaso, granitos da Ucrânia e até ferro de Kuznestk.
Para a decoração das estações do metro de Moscovo, Estaline chamou os melhores artistas da Rússia. Algumas delas ostentam candelabros e candeeiros suspensos, esculturas/baixos relevos luxuosos e mosaicos coloridos. As colunas graníticas ou de mármore que ladeiam as estações conferem aos espaços a singularidade dos grandes salões medievais. Os átrios de entrada de metro de Moscovo ostentam abóbadas esculpidas e parecem receber os transeuntes para um espectáculo no seu interior.
O movimento diário de pessoas nas estações de metro de Moscovo é maior do que o de Londres e Nova Iorque juntas. Parece incrível, mas quando nos embrenhamos a fundo no subsolo de Moscovo comprovamos (não estatisticamente, mas empiricamente) a veracidade do facto. O metro de Moscovo está apinhado de gente, a qualquer hora do dia, e fazem-se filas para conseguir subir e descer as escadas rolantes. Estas últimas descem vertiginosamente para as “entranhas da terra” de maneira a serem usadas como abrigos em períodos de guerra. A estação de Mayakoskaya chegou mesmo a funcionar como quartel general das forças de defesa anti-aéreas dos sovietes aquando da chegada do exército alemão aos arredores de Moscovo. Foi aí que, Estaline se dirigiu ao exército vermelho antes deste partir para a frente de combate. A estação de Chistye Prudy foi o estado-maior durante a Segunda Guerra Mundial. Estaline e os seus conselheiros prepararam aqui a resistência à invasão nazi.
Hoje, o metro de Moscovo continua a crescer. Tem 165 estações e 265 km de linha. Mais de 9300 veículos circulam todos os dias e transportam cerca de 9 milhões de passageiros por dia. As pessoas conversam nas estações, juntam-se em grupos e convivem como se estivessem num café. O metro de Moscovo é muito mais do que um meio de transporte. É um símbolo histórico da resistência russa, é um local social de convívio e é um atractivo turístico para aqueles que procuram apenas a beleza faustosa das suas estações.
Visitar o MERCADO DE IZMAYLOVO em Moscovo na Rússia
Um mercado da “vandoma” em Moscovo… boa ideia! Isso foi o que nós pensamos que era o Mercado Izmaylovo. Afinal era tudo publicidade enganosa. Não, também não e assim. É um misto dos dois. O mercado de Izmaylovo tem artigos sui generis mas está longe de ser uma feira da ladra. Com uma entrada muito turística, as senhoras que nos recebem ostentam trajes típicos e desejam-nos uma boa visita. Somos recebidos por vários edifícios, cópias de igrejas em madeira. Nas bancas de Izmaylovo exibem-se o artesanato local: matrioskhys, chapéus da ex-URSS, caixas de madeira lacada, etc. No entanto, um pouco mais à frente descobrimos o que atrai aqui as multidões de Moscovo. Alguns vendedores exibem artigos militares da Segunda Guerra Mundial, quer do exército alemão, quer do exército russo. Os moscovitas concentram-se aqui. Vende-se armamento, kalashnikovs, granadas, misseis de anti-aéreas, etc. Uma parafernalia de utensílios de “uso diário”.
O que nos atraiu particularmente foram as câmaras fotográficas russas. Eu comprei uma moskba 2 e uma outra, que não sei a marca, por 1600 rublos. Munidos das nossas aquisições russas viemos todos satisfeitos do mercado. E mais ainda, porque contra tudo o que era prevísivel… não fomos assaltados!
Visitar os MUSEUS DE MOSCOVO e dar um belo passeio pela capital da Rússia
Um dos atractivos das grandes cidades é que são grandes repositórios de arte, antiga e contemporânea. Desde que viajamos juntos, eu e a Carla não deixamos escapar a oportunidade de apreciar algo do que de melhor uma grande cidade tem a oferecer no que respeita a artistas nacionais e estrangeiros. Assim os museus de Moscovo e São Petersburgo não foram, claro, excepção. Em Moscovo , as grandes atracções são o Museu Pushkin de Belas-Artes e a Galeria Tertyakov.
1. Galeria Tertyakov
A Galeria tem uma colecção impressionante de arte russa, não só pintura, mas também gravuras, porcelana e ícones, uma área em que a igreja ortodoxa russa (herdeira de Bizancio) se distingue das demais.
2. Museu Pushkin de Belas-Artes
Quanto ao museu, não fomos visitá-lo propriamente, mas sim o edifício ao lado (galeria de arte europeia e americana) pois é aqui que estão expostas as obras impressionistas de pintores, maioritariamente europeus, do séc. XIX. E era aí que estava a principal razão da minha visita…
A verdade é que sou um fã incondicional de Van Gogh e da sua pintura, especialmente dos seus últimos 4 anos de vida. Desde que fiz o interrail com a Carla que “persigo” quadros de Van Gogh pelas grandes cidades europeias. Tive assim o privilégio de poder ver “in loco” aqueles quadros que tanto admirei em livros. Um quadro de Van Gogh ao vivo tem diferentes texturas, várias camadas de tintas sobrepostas e uma profusão de cores, algo que uma ilustração numa folha de papel não consegue transmitir. Se Rembrandt foi o mestre da luz, sem duvida que Van Gogh foi o mestre da cor. E aqui, em Moscovo, sabia que estava exposto um dos meus quadros preferidos, intitulado “As vinhas vermelhas”. Não eram permitidas fotos, mas nós lá conseguimos qualquer coisa… E, mesmo numa foto de qualidade duvidosa, é possível constatar o génio (ainda que, quando vivo, incompreendido) deste pintor. Até a próxima, Vincent!… num museu de Moscovo ou de outro lugar do mundo!
Visitar os MUSEUS DE MOSCOVO e dar um belo passeio pela capital da Rússia
Roteiro para 1 dia a VISITAR MOSCOVO pelo Museu de Cosmonauta, teatro Bolshoy e beira-rio | Rússia
Era a nossa segunda vez na cidade dos Kzars. Moscovo voltou a receber-nos de braços abertos e mostrou-nos que ainda tem muito por desvendar. Desta vez, visitamos vários locais que ficaram para trás na viagem de Abril.
1. Museu de Cosmonauta
Começamos pelo Museu de Cosmonauta, um marco na história russa do sec. XX, especialmente na Guerra Fria, com replicas e satélites originais usados pelos russos na conquista do espaço. O Museu de Cosmonauta é fantástico e deve fazer parte de qualquer roteiro a Moscovo.
2. Ullitsa Arbart
A Ullitsa Arbart foi o nosso ponto de paragem seguinte e foi a partir daí que escolhemos o que visitar. Os imponentes edificios moscovitas, as chamadas sete irmãs dominam a paisagem russa. Muito ficou por ver (e ficará) em Moscovo, mas não podia partir desta cidade sem dar um passeio de barco pelo rio Moskba. A cidade ganha outro encanto com o reflexo dos raios solares do fim de tarde.
3. Teatro Bolshoy
Ao fim do dia (e antes do rock no metro), um espectáculo de ballet no teatro Bolshoy, um marco na cultura russa e mundial. Assistimos a uma adaptação de Spartakus junto da elite moscovita. Se não fossem os nossos trajes reles seriam levados a pensar que éramos turistas americanskis!
No entanto, a verdadeira capital russa expressa-se verdadeiramente quando cai a noite. Os russos passeiam-se (e bebem) nas ullitsas (ruas) e pudemos participar numa festa na estação de metro, com direito a concerto de rock russo ao vivo. Diria que foi a loucura total!!! Até o o metro de Moscovo ganha outro encanto! Moskba estará sempre pronta para nos surpreender.
Visitar o PARQUE VITÓRIA de Moscovo na Rússia
A URSS pode ter “perdido” a Guerra Fria e ter-se rendido aos encantos do capitalismo, mas há cerca de 60 anos este país comemorava o que foi, provavelmente, o desfecho militar vitorioso mais importante da sua história. Estou, obviamente, a falar da Segunda Guerra Mundial, em que a URSS foi invadida pelos Nazis em 1941 e o seu povo teve de lutar pela sua sobrevivência.
Após quase quatro anos de uma guerra sem tréguas em diversas frentes (que colectivamente se intitulavam a frente oriental, uma vez que a Alemanha também estava em guerra na frente ocidental com os EUA e o Reino Unido), os Soviéticos conseguiram evitar a tomada de cidades como Moscovo, Estalinegrado (agora Volvogrado) e Leninegrado (agora São Petersburgo), expulsaram os invasores da sua terra e infligiram a derrota e humilhação final ao regime nazi quando hastearam a bandeira vermelha no Reichstag, em Berlim, pondo fim a guerra na Europa. E a história épica desta “Grande Guerra Patriótica” que nos é contada, com base em documentos, fotografias, objectos e obras de arte, num museu localizado no chamado “Parque Vitória de Moscovo”, onde se pode ver também uma espécie de obelisco com 142 m de altura (sendo que cada 10 cm representam um dia de guerra), que homenageia a deusa grega da Vitória. O Parque Vitória de Moscovo também é um parque popular para um passeio de sábado a tarde tal como pudemos constatar pelos muitos russos que por ali andavam a desfrutar de um sol tímido.
Visitar o CONVENTO DE NOVODEVICHIY e desfrutar de uns momentos de sossego em Moscovo na Rússia
O movimento constante em Moscovo é algo capaz de afectar os transeuntes mais susceptíveis! O movimento de pessoas no metro só é rivalizado pelo movimento de carros nas ruas, ou melhor, nas avenidas larguíssimas da cidade. As passagens subterrâneas abundam na mesma razão que os semáforos escasseiam. O trânsito não pára!
É por isto que soube muito bem fazer uma visita, apesar de breve, a um pequemo complexo religioso, fora do centro de Moscovo mas ainda dentro da cidade, o convento de Novodevichiy.
Nos séculos XVII e XVIII, o convento de Novodevichiy era um mosteiro para mulheres e muito popular como destino para viúvas, irmãs e filhas de czares. Na verdade, a meia-irmã de Pedro, o Grande, foi por ele aqui enclausurada tendo alguns dos edifícios ainda a marca da sua passagem. Num deles, está instalado um museu muito interessante sobre a história do convento de Novodevichiy.
Apesar da sua história conturbada do convento de Novodevichiy, tal como a deste país, este lugar é, nos dias de hoje, um refúgio que nos permite gozar de uns breves momentos de paz e silêncio no seio desta capital buliciosa. É um excelente local para um passeio numa das tardes ou manhãs em Moscovo e foi isso que nós fizemos. Não nos arrependemos.
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