5 sonhadores, 48 dias, 19 países, + de 20.000 km de Portugal a Ulan Ude, 0 furos, 0 subornos, 0 multas, 0 atropelamentos, sem tejadilho, com 1 caixa de ferramentas do Ikea, com 4 Aldeias SOS visitadas e apoiadas, numa Burrinha com 20 anos sem direcção assistida ou AC. Tudo com 4 geógrafos e 1 físico! CONSEGUIMOS cortar a meta em Ulan Ude!
Saímos cedo do hotel, comendo qualquer coisa em movimento. Tínhamos pela frente uma passagem de fronteira, sempre incerta, e o resto do caminho que nos faltava até à cidade de Ulan Ude, onde acabaria o Rally Mongol. Estávamos tão perto do fim! Mas tínhamos sentimentos ambíguos quanto a isso… Estávamos contentes, muito contentes, por estarmos perto de conseguir o nosso objectivo, que era chegar a Ulan Ude. No entanto, começávamos já a sentir uma nostalgia pelo fim de uma aventura que durou quase 50 dias e que levou este grupo de amigos a percorrer um quarto do globo. Mas antes, era preciso chegar a Ulan Ude…
A estrada entre Sukhbaatar e a fronteira é quase integralmente uma longa recta. A estrada é boa e rapidamente chegámos à fronteira com a Rússia. Os procedimentos na fronteira foram rápidos, ao meio dia estávamos já em território russo.
A estrada continuava bastante razoável e por isso fomo-nos aproximando rapidamente de Ulan Ude. Almoçámos num restaurante de uma pequena localidade e experimentámos novamente o plov, pois já tínhamos saudades (e não havia grande alternativa)!
Antes de chegarmos a Ulan Ude, visitámos o Mosteiro de Ivolginsk, que é considerado o centro do budismo siberiano. Ulan Ude está localizada na região da Buryatiya, na fronteira com a Mongólia. Historicamente, e culturalmente, esta região comunga de muitos dos valores do outro lado da fronteira. Sendo assim, não é de estranhar que o budismo se tenha espalhado pela região, misturando-se com os elementos xamânicos.
No complexo, constituído por vários mosteiros, pode admirar-se o corpo do 12º Khambo Lama, responsável pelo mosteiro no início do século XX. Aquando da sua morte, o Lama profetizou que o seu corpo não de decomporia e instruiu os seus discípulos para desenterrar o corpo passados 30 anos. Assim o fizeram e o corpo do Lama, em posição de lótus, estava extraordinariamente bem conservado.
Hoje, continua a velar pelo Mosteiro, sentado em meditação e os visitantes crentes e monges veneram-no como se ele estivesse vivo. A sua aparência não é totalmente visível, pois está vestido como monge, mas a sua cabeça e mãos estão à mostra. É muito semelhante a um corpo mumificado, mas a verdade é que o corpo nunca foi embalsamado ou mumificado! Mistérios do budismo na Sibéria…
Inspirados por esta visita, chegámos a Ulan Ude e à meta do Rally Mongol a tempo de subirmos ao “pódio” e festejarmos o nosso feito. Tínhamos chegado e atingido o nosso objectivo! Tirámos fotos, cantámos, subimos e descemos o pódio com a Burra várias vezes, e demos vazão à nossa alegria.
Falámos com os representantes dos Adventurists que estavam presentes, registámos a nossa chegada, assinámos o painel do pódio (Racing on good will… and an IKEA’s toolbox!) e combinámos a entrega da burra para dois dias depois. O Rally Mongol tinha acabado, mas as viagens da Burra não…
De seguida, fomos fazer o check-in no hostel onde tínhamos reserva, e depois saímos para jantar e comemorar o fim do Rally Mongol. Escolhemos um restaurante na “moda” em Ulan Ude e experimentámos carne e peixe cozinhados de forma deliciosa. Tudo acompanhado por uns mojitos, que nos fizeram lembrar Cuba, e por um vinho francês. De sobremesa, para além de uma tarte de maçã, experimentámos a shisha siberiana, que nos pareceu tão boa como em qualquer sítio da Ásia Central!
Tínhamos chegado ao fim do Rally Mongol, estávamos muito felizes, mas ainda tínhamos dois dias antes de regressarmos a casa, e estávamos com vontade de dar mais uma voltinha com a Burra…
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