A nossa viagem do Rally Mongol começou muito antes de sairmos de Portugal. Depois de pensar em entrar nesta aventura, começamos a fazer contas e a tratar de TUDINHO para preparar o Rally Mongol. Se vai preparar uma viagem deste género, prepare-se porque é muito absorvente, quer em termos de tempo, quer em termos de recursos. Antes de começar, conheça a nossa equipa neste video, vai-se surpreender.
Como preparar o Rally Mongol
1. INSCRIÇÃO NO RALLY MONGOL
Depois de decidir “vamos fazer o Rally Mongol” havia que tornar o sonho realidade. Como? Inscrevendo-nos no site The Adventurists. Com a inscrição, há que pagar 675 libras. Esse é o momento em que percebemos que as coisas vão mesmo acontecer e que seria necessário preparar o Rally Mongol.
2. AJUDAR DUAS ONGs
De seguida, passamos a receber informação detalhada sobre a forma como devemos preparar o Rally Mongol. A primeira seria arranjar dinheiro para fazer os donativos necessários para o Rally Mongol. Uma das regras é “salvar o mundo” e a organização leva isso mesmo a peito. Temos que angariar dinheiro para fazer um donativo mínimo de 500 libras à Cool Earth, uma ONG ambientalista com preocupações e intervenções a nível da floresta equatorial e tropical. A outra ONG seria à nossa escolha e com um donativo mínimo igual. Depois de muito pesquisar, escolhemos a SOS Children Village, a Aldeias das Crianças SOS, também com representação em Portugal. O donativo para a Cool Earth é dado através da organização, mas o donativo para a ONGD que escolhemos é feito por nós, como quisermos, tendo apenas que comprovar à organização que o fizemos. Contactamos a ONGD SOS Children Village e combinamos ajudar 5 aldeias diferentes pelo caminho. Estabelecemos contactos com as aldeias correspondentes e durante a viagem vamos distribuir material escolar e visitar as escolas das aldeias. Para além disso, vamos entregar o dinheiro em mãos a essas aldeias. As aldeias prontificaram-se a receber-nos de forma muito generosa. Temos o contacto feito e preparamo-nos para ajudar as crianças a sorrir.
3. ANGARIAR DONATIVOS
A organização incentiva que o dinheiro entregue às ONG seja arrecadado através de donativos. Porquê? Porque a ideia é conseguirmos dinamizar as pessoas e, juntos, tentarmos mudar o mundo. Foi isso que fizemos. Resolvemos avançar com um crowdfunding. Fizemos contas ao valor a pagar à agência de PPL, às recompensas que íamos dar às pessoas que nos ajudavam e ao dinheiro que precisávamos para fazer os donativos às ONGs e comprar material escolar. Lançamos o crowdfunding com um valor de 6000€, valor que nos pareceu sempre que não íamos atingir. Na verdade, graças à dedicação de todos, conseguimos fazê-lo. Não só atingimos 6000€, como angariamos mais de 7 mil euros. Nunca será demais agradecer a colaboração de todos os seguidores, contribuidores do crowdfunding, amigos, ou nobres desconhecidos que superaram em muito as nossas expectativas. O nosso maior apoiante foi o Marrocos.com, que generosamente elevou a fasquia deste projecto. Foi uma vitória incrível e que nos deu força para continuar firmes na nossa aventura e com forças para continuar a preparar o Rally Mongol. Uma das recompensas que tínhamos era assinar o carro e juntarmos alguns amigos em torno da nossa “burrinha”, deixando-nos um miminho.
4. CRIAR UM PROJECTO FORTE
Podíamos ter feito o Rally Mongol de forma pessoal, apenas explorando o terreno, curtindo com os amigos e guardando a experiência apenas para nós. No entanto, decidimos ir mais longe. Queríamos eternizar essa viagem e transformá-la num projecto forte, em que de alguma forma tentássemos mudar um bocadinho o mundo. Criámos um projecto de partilha de conteúdos de imagem, video e texto e que será feito aqui e nas diversas redes sociais. Procuramos deixar uma mensagem pelo mundo e começamos por divulgar o nosso projecto na Comunicação Social, que recebeu muito bem este nosso projecto. Até reunimos na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, onde analisamos Atlas antigos e que muito nos inspiraram. Estamos entusiasmados e acreditamos mesmo no que vamos fazer. Isso é muito importante quando estamos numa fase tão delicada de preparar o Rally Mongol.
5. CRIAR UM ITINERÁRIO
Depois de criar o projecto era urgente definir um itinerário de viagem. O Rally Mongol começa tradicionalmente em Londres e termina em Ulan Ude. Há alguns anos terminava em Ulan Batar, daí no nome Rally Mongol. No entanto, nos anos mais recentes, o governo da Mongólia proibiu a organização de terminar lá o rally, já que muita gente abandonava lá os carros. Sendo assim, o rally termina na actualidade em Ulan Ude, no outro lado da fronteira, já em território russo. A maioria dos aventureiros fazem o percurso pela Mongólia mas não é condição obrigatória. Para nós era e foi com base nisso que construímos o nosso itinerário. Pretendíamos atravessar o maior número de países possível, desde a Europa, Cáucaso, Médio Oriente e Ásia Central. No nosso plano inicial a preparar o Rally Mongol apontamos passar por 24 países. Só o terreno nos dirá se conseguimos. Este ano, também excepcionalmente, o Rally Mongol começa em Praga a 16 de Julho. Vamos tentar chegar lá a tempo.
6. TIRAR OS VISTOS
Depois de delineado o itinerário há que tratar dos vistos, a maior dor de cabeça a preparar o Rally Mongol. O Rui assumiu o seu papel de líder e organizou esta parte. A certa altura já estávamos em estado de choque. Muitos vistos só permitem ser tratados 90 dias antes da data de entrada no país, e como vamos sair semanas antes vimos as coisas muito mal paradas. Tivemos que dividir esforços, pedir vistos expressos e inclusive faltar ao trabalho para ir a Lisboa tirar vistos. Foi muito complicado de gerir. Cada visto era uma dor de cabeça e só tivemos os passaportes operacionais poucos dias antes de partir, ainda que tenhamos começado a tratar dos visto quase 5 meses antes. Pode ver aqui como tiramos cada um dos vistos. Tivemos ainda que tirar a Carta de Condução Internacional e fazer a Consulta do Viajante durante este período. Para não se perder e saber que documentos precisa tratar antes da viagem, veja este artigo.
SE PRETENDER QUE UMA EMPRESA TRATE DOS VISTOS POR SI – Se pretender que uma empresa trate dos seus vistos pode recorrer aos serviços da iVisa.
7. COMPRAR CARRO
Entre os vistos e a preparação do Rally Mongol adquirimos o carro. A organização tem regras muito restritas em relação ao carro. Tem que ser “old and shit“, no máximo com 1200 de cilindrada. Não ia ser fácil colocar 5 carapaus de corrida num carro com estas características. Fizemos várias visitas a stands de usados, especialmente na zona de Braga. O Só Barroso tinha carros bons mas nenhum se adequava ao que pretendíamos. No entanto, foi suficientemente generoso para nos patrocinar parcialmente na aquisição de um carro. Perdemos horas a telefonar para carros mas nada. Comprámos o carro online, através da OLX. Vimos um anúncio publicado 10 minutos antes e telefonámos. “Guarde-nos o carro, amanhã vamos aí”. E fomos! No dia seguinte juntámo-nos os 5 e fomos a Leiria ver a Kangoo que nos levará até à Mongólia. Fizemos negócio. Foi uma achado! Compramos o carro por 1100€ e preparar o Rally Mongol parecia agora mais fácil.
8. PREPARAR O CARRO
Com o carro registado no nome de um dos carapaus, era hora de o preparar para empreender uma viagem até à Mongólia. Felizmente, conseguimos o patrocínio da Bosch Car Service o que nos ajudou imenso. A Bosch arranjou-nos um stand em Braga para fazermos a preparação do carro, com revisão do usado e a alteração de todas as peças que íamos precisar.
O carro entrou na estação da Bosch Car Service velho e saiu quase novo, completamente preparado para nos levar até à Mongólia. Ainda por cima ainda nos levaram o carro à inspecção! Ficamos completamente satisfeitos. Na preparação do carro acrescentamos algumas particularidades que lhe contamos neste artigo. A escolha da Bosch como nosso principal patrocinador prendeu-se com a parte prática da viagem. A Bosch tem uma rede de serviços internacionais com mais de 13400 oficinas certificadas em 150 países, inclusive na Ásia Central. Não podíamos ter arranjado melhor patrocinador para nos ajudar a preparar o Rally Mongol, pois não?
9. EQUIPAR O CARRO
Precisávamos de equipar o carro com algumas condições para que ele conseguisse chegar à Mongólia. O João dos Pneus, um stand em Viana do Castelo, patrocinou-nos com os pneus novos para a Kangoo, que entretanto tinha sido baptizada com o nome “burra de carga” pelo seu padrinho Tiago Silva. O Tiago foi um padrinho à maneira e arranjou-nos faróis suplentes, uma pá e grades para desenterrar o carro, um jerrican cheio de combustível, etc. Tiago, és grande!
10. PREPARAR A BAGAGEM
Depois do carro pronto e equipado, era hora de tratar das bagagens. Preparar o Rally Mongol exigiu muita disciplina. Bagagens de 5 carapaus, todos adultos, dentro de uma Kangoo, como podem imaginar, obedeceu a regras. Cada um podia levar:
- Uma bagagem grande
- Uma mochila pequena
- Material para acampar
No fundo sabíamos que tínhamos que respeitar bem estas regras porque uma vez chegados a Ulan Ude teríamos que voar de regresso a Portugal. Se não cumpríssemos criteriosamente estes critérios, teríamos que deixar bagagem para trás no final. Usamos o nosso artigo para conseguir levar tudo nas bagagens sem cair em exageros.
Para além das bagagens pessoais tratamos de levar material de campismo para ir acampando pelo caminho e ao mesmo tempo ter meios para poder cozinhar e sobreviver. Sendo assim, levamos:
- Duas tendas
- Isoladores individuais
- Sacos-camas individuais
- Dois conjuntos de tachos de cozinha de campismo
- Dois fogões de campismo pequenos
- Gás (que iríamos comprando em viagem também)
- Talheres e copos de plástico
10. PREPARAR O MATERIAL FOTOGRÁFICO
Para além do material individual e de campismo ainda era necessário acrescentar o material fotográfico, especialmente o de dois bloggers de viagem! Pode parecer um pormenor mas não é. Se queríamos eternizar esta viagem tínhamos que a documentar com qualidade durante as semanas que íamos passar na estrada. Máquinas fotográficas, lentes, gopro, gimbals, tripés, microfones, cabos, computadores, discos externos, acessórios… tudo isso enchia mais do que uma mochila. Era o kit de sobrevivência da memória nesta aventura.
11. PREPARAR A SAÍDA
Depois de tudo pronto a preparar o Rally Mongol era hora de sair. Mesmo! É o momento em que nos cai a ficha a todos. Ficamos nervosos e bipolares. Achamos que tudo vai correr mal, seguidos de um “vai tudo correr bem”. Juntamos amigos e conhecidos em Guimarães, no castelo, para colarmos vinis de patrocínios no carro, nomeadamente da empresa Amazing Factory que nos ofereceu os vinis para o carro e a Eventual, que nos ofereceu as tshirts.
Todos aqueles que contribuíram com 20€ no nosso crowdfunding se puderam juntar a nós para assinar o carro. Quem não pôde vir, nós assinamos por eles e enviamos fotografias. Estava tudo pronto para a partida…
12. A PARTIDA…
A partir daqui, cabe acompanhar a nossa viagem desse lado. Vamos contar-vos tudo aqui e nas redes sociais. Viajem connosco e partilhem os bons e maus momentos com esta equipa maravilha que vai levar a imagem de Portugal até à Mongólia.
Podem ver os vídeos da nossa aventura aqui no youtube.