A Quinta da Aveleda é um nome conceituado na produção de vinho e outros produtos, sendo que os primeiros registos de venda de vinho engarrafado datam de 1870. Desde essa altura, a Quinta da Aveleda tem sido gerida pela mesma família, cuja identidade já se confunde com a marca. Hoje, é já a quinta geração a cuidar da qualidade e reputação deste nome conhecido por todos os portugueses e muitos no estrangeiro, a Quinta da Aveleda.

Cedo os vinhos da Quinta da Aveleda começaram a ser reconhecidos, como o comprovam as medalhas de ouro arrebatadas nos concursos internacionais de Berlim (1888) e Paris (1889). Hoje a Quinta da Aveleda continua a pertencer a 100% à família Guedes, e a Quinta da Aveleda, em Penafiel, continua a ser o epicentro do negócio, mas também da alma da família.

Queríamos conhecer o espaço da Quinta da Aveleda, as histórias da família e a qualidade dos produtos, por isso marcámos uma visita à Quinta da Aveleda. A nossa anfitriã na Quinta da Aveleda foi a simpática Chantal Guilhonato, responsável de enoturismo, e no final descobrimos com ela que uma visita à Quinta da Aveleda faz bem ao coração e clareia a mente; é um arrebatamento para o paladar e olfacto, e um deleite para os olhos, mas também um passeio pela história, e ao mesmo tempo uma descontracção do corpo e mente, tão importante na agitada vida moderna.

Começámos a visita na Quinta da Aveleda pelo fim, isto é, pela Aveleda Shop, onde se mostra e vende ao público os produtos finais da marca: vinhos, aguardentes, queijo amanteigado e curado, compotas caseiras elaboradas com frutas da época, entre outros. Os nomes nos rótulos da Quinta da Aveleda são bem conhecidos em Portugal e fora das nossas fronteiras: os vinhos Casal Garcia (Verde, Douro Tinto e Espumante), Aveleda (Verde, Douro e Alvarinho), e Charamba Douro, o Queijo Penafidelis, e a Aguardente Adega Velha.

O nosso percurso pelos terrenos da Quinta da Aveleda começou pelos jardins. Os primeiros documentos da propriedade da Quinta da Aveleda remontam ao século XVI, e durante centenas de anos a Quinta foi crescendo e foi ganhando estatuto e uma mística e exotismo inegáveis. O tempo estava chuvoso na Quinta da Aveleda, e os raios de sol espreitavam apenas ocasionalmente e muito timidamente. No entanto, mesmo assim, o nosso percurso pela Quinta da Aveleda foi extremamente agradável e a chuva, em certos locais, elevava ainda mais o carácter único desta propriedade. Além do seu importante património arquitectónico, a Quinta da Aveleda é também conhecida pelos seus parques e jardins, onde florescem raras espécies de árvores, algumas das quais centenárias, e pelos quais foi galardoada, em 2011, com o prémio internacional Best of Wine Tourism na categoria de «Arquitectura, Parques e Jardins».



Percorrendo o Vale dos Fetos na Quinta da Aveleda, passámos pelo Eucalipto Glóbulus, com mais de 200 anos, e mais à frente deliciamo-nos com uma pequena casa digna de uma fábula de La Fontaine, a antiga Casa do Porteiro. Seguindo em frente, chegámos ao antigo portão principal da Quinta da Aveleda, junto do qual se encontram a Casa Românica do século XIX e uma construção deveras curiosa e invulgar, a Torre das Cabras, de três andares, que ainda hoje abriga uma família destes animais, símbolo de fertilidade e abundância. Ao fundo da rua, vê-se a Casa Residencial. De um lado, e de outro, uma luxuriante vegetação, onde encontramos espécimes trazidos de longe, como a Sequóia Americana e o Castanheiro-da-índia, que emprestam exotismo aos jardins da Quinta da Aveleda.


Muito perto, encontra-se o Lago da Mata da Quinta da Aveleda, onde se podem admirar uma das follies (estrutura decorativa, não funcional, excêntrica e simbólica) mais características da Quinta da Aveleda: a Janela Manuelina do séc. XVI, onde, segundo a tradição, D. João IV terá sido aclamado Rei de Portugal e que foi, mais tarde, oferecida a Manuel Pedro Guedes da Silva da Fonseca, que a transportou para os jardins da Quinta da Aveleda.

Numa pequena ilha do lago da Quinta da Aveleda, encontra-se a deliciosa Casa do Chá, em estilo vitoriano, decorada com répteis em faiança portuguesa, onde descansámos um pouco e apreciámos a vista da vinha e do Vale do Sousa, e onde a Chantal partilhou connosco as brincadeiras e histórias encenadas aqui pelos mais jovens elementos da família da Quinta da Aveleda.

Mais à frente, situa-se a Fonte de Nossa Senhora da Vandoma, uma imponente fonte de granito dedicada a Nossa Senhora de Vandoma, padroeira da Cidade do Porto, e mais abaixo encontrávamos de frente a Casa Residencial, que data de 1671, mas a qual sofreu alterações no século XIX no sentido de aumentar a capacidade de albergar a família cada vez mais numerosa da Quinta da Aveleda.

A vinha da Quinta da Aveleda, a toda à volta, ainda tem o aspecto retorcido e podado de inverno, prestes a renascer com a primavera que se aproxima. A Quinta da Aveleda possui 184 hectares de vinhas, da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, de onde são provenientes as castas Loureiro, Fernão Pires, Alvarinho, Arinto e Trajadura. Depois de passarmos pela eira e espigueiro da Quinta da Aveleda, e pela antiga cozinha, onde a família procura manter o passado vivo e palpável para os visitantes, fomos sentar-nos um pouco e provar alguns dos produtos da Quinta da Aveleda. O queijo de vaca meio curado e o vinho Charamba Douro Reserva, de toque aveludado e aroma complexo, formaram uma combinação perfeita, saboreados junto do calor ainda bem vindo de uma lareira. Em frente, o salão de engarrafamento envia milhares de caixas para os quatro cantos do mundo, especialmente França, Alemanha, Japão, Brasil e Estados Unidos.


Dali, saímos em direcção à Adega Velha da Quinta da Aveleda, que deu o nome à aguardente ali produzida. Rodeados dos cascos de carvalho que guardam o líquido precioso, e sentindo o aroma da madeira e da terra, o ambiente era o mais propício para uma prova da Aguardente Velha 30 anos, com tonalidade topázio, e um aroma verdadeiramente único e especial da Quinta da Aveleda.


No fim da nossa visita à Quinta da Aveleda, não conseguimos resistir e voltámos à Aveleda Shop, trazendo para casa vinho, queijo e compotas. Estávamos definitivamente rendidos à qualidade dos produtos da Quinta da Aveleda e à simpatia das pessoas que nos acompanharam. Esquecemo-nos e não trouxemos Charamba, o vinho que mais gostamos da Quinta da Aveleda, por isso teremos que voltar!

Faça como nós, e venha encantar-se com os espaços, falar com as pessoas que há gerações aqui trabalham, e deliciar-se com os produtos resultantes do casamento entre a qualidade da terra e a perseverança e empreendedorismo daqueles que dedicam a sua vida à Quinta da Aveleda.

Informações práticas sobre a Quinta da Aveleda
- Como chegar à Quinta da Aveleda: Vindo do Porto, apanhe a A4 em direcção a Amarante/Vila Real. Saia na saída 12 em direcção a Penafiel/Entre-os-Rios. Passe a portagem e vire à direita. Ao fim de 200m, vire à direita para a Quinta da Aveleda. Siga em frente cerca de 500m e estará na Quinta da Aveleda.
- Horários de Verão – Março a Outubro: Segunda a Domingo, 10h00, 11h30, 15h00, 16h30.
- Horários de Inverno – Novembro a Fevereiro: Segunda a Sexta, 10h00, 11h30, 14h30, 16h00; Sábado: 11h00, 14h30, 16h00; Feriado e Domingo: não se realizam visitas. De 15 de Dez a 01 de Jan: Não se realizam visitas.
Pode marcar a sua visita (sujeita a confirmação) aqui. Se procura alojamento, sugerimos-lhe o Solar Egas Moniz, em Paço de Sousa.
Fizemos esta nossa visita à Quinta da Aveleda incluída numa visita de exploração da Rota do Românico no Vale do Sousa. Para essa visita criamos um artigo com dicas, roteiros, lugares de interesse, locais para comer e dormir.

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