A Rota dos Túneis corresponde a um trilho que segue a antiga linha de comboio que ligava Barca d’Alva a La Fregeneda, na linha que fazia a ligação entre o Porto e Salamanca. A antiga Linha do Douro terminava em Barca d’Alva mas a linha férrea continuava em direcção a Espanha e à Europa. O troço em questão, a Rota dos Túneis, construído em 1887, foi uma das grandes obras de engenharia ferroviária da Península Ibérica e funcionou quase um século, tendo encerrado em 1985.
ACTUALIZAÇÃO 2022 – Agora a Rota dos Túneis é gerida pela Diputación de Salamanca e tem horários de abertura e encerramento. Por isso é preciso comprar um ticket no site oficial. O bilhete custa 5€/pessoa ou 4€/pessoa para crianças, estudantes, famílias numerosas ou idosos.
CONTEÚDOS DO ARTIGO
A ROTA DOS TUNÉIS
Hoje a Rota dos Túneis pode ser feita a pé e liga as povoações de Barca d’Alva, em Portugal, a La Fregeneda, em Espanha. Se começar a Rota dos Túneis na estação de La Fregeneda são 17 km de trilho pela Rota dos Túneis, sempre pela linha férrea abandonada, cruzando 8 pontes, 4 pontões e 20 túneis. O trilho da Rota dos Túneis pode ser feito nos dois sentidos, mas como o efectuámos no sentido La Fregeneda – Barca d’Alva, será esse que aqui descreveremos. Para quem gosta de adrenalina a Rota dos Túneis pode ser uma boa alternativa ao afamado Caminito del Rey, em Espanha, que com a recuperação deixou de apresentar perigosidade.
COMO CHEGAR À ROTA DOS TÚNEIS
🚗 Ir de Carro para La Fregeneda e fazer a Rota dos Túneis
A forma mais fácil de chegar ao início da Rota dos Túneis é dirigir-se de carro para Barca d’Alva, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Aí é fácil arranjar táxi mas, em La Fregeneda já não é assim. Sendo assim, recomenda-se que vá no seu próprio carro até à estação de La Fregeneda, que fica a cerca 12 km de Barca d’Alva. A estação não fica mesmo na povoação, fica a cerca de 4 km. Lá chegar não é fácil. Depois de passar a povoação siga na estrada que vai para Salamanca (CL 517) por cerca de 2 km. Esteja atento à estrada porque vai passar dois cortes à esquerda (o primeiro de alcatrão antigo e um segundo pouco visível de terra batida). É neste segundo corte que tem que virar. Segundo os populares existia aqui um sinal mas já foi retirado. Depois de cortar à esquerda, deve seguir pela estrada de terra batida cerca de 1,5 km até encontrar os edíficios abandonados da estação da Rota dos Túneis. Pode deixar aí o carro. Não há muita sombra nesta zona da Rota dos Túneis. No final da Rota dos Túneis, já em Barca d’Alva, arranje um táxi para ir buscar o carro à estação de La Fregeneda. Nós pagamos 25€ pelo táxi.
DICAS PRÁTICAS PARA A ROTA DOS TÚNEIS
1. Leve luz frontal de cabeça ou lanterna para passar os túneis na Rota dos Túneis. É mesmo imprescindível na Rota dos Túneis.
2. Não vá sozinho fazer a Rota dos Túneis, em nenhuma circunstância.
3. O trilho da Rota dos Túneis implica a passagem de pontes. Hoje estas já reúnem condições de segurança e são menos perigosas.
4. Há algumas pontes na Rota dos Túneis que podem ser contornadas. Se se sentir desconfortável, faça-o.
5. Menores de 18 anos não devem percorrer a Rota dos Túneis.
6. Leve água suficiente para a Rota dos Túneis. O caminho tem secções bastante expostas e faz muito calor no Verão. Nós levamos 4,5L /pessoa e não sobrou água nenhuma na Rota dos Túneis.
7. Leve calçado confortável para a Rota dos Túneis.
8. Leve protector solar para a Rota dos Túneis.
9. Leve chapéu para a Rota dos Túneis.
10. Pode levar bastão de caminhada mas não é essencial para fazer a Rota dos Túneis.
11. Tente começar a Rota dos Túneis o mais cedo possível.
12. A Rota dos Túneis segue a linha férrea pelo que é preciso, quase sempre, caminhar pelas traves da linha. Sempre que possível, caminhe na berma para poupar as forças.
13. Se tiver vertigens não deve sequer tentar fazer este trilho da Rota dos Túneis.
14. Atravesse as pontes da Rota dos Túneis muito lentamente e com muita prudência e cautela.
15. Não há onde recolher água em lado nenhum na Rota dos Túneis.
16. Não há onde comprar comida ou bebida na Rota dos Túneis, excepto nas povoações onde começa e acaba a Rota dos Túneis.
17. Não há como prestar assistência às pessoas na Rota dos Túneis, no caso de alguma coisa correr mal, é muito difícil chegar ajuda de forma rápida, já que o lugar é pouco acessível.
18. Na maior parte do trilho da Rota dos Túneis não há rede móvel.
19. Leve água congelada para a Rota dos Túneis (como a Rota dos Túneis demora cerca de 8 horas, se não o fizer, a água ficará como caldo).
20. Os túneis da Rota dos Túneis estão todos numerados no lado direito, o que lhe permite controlar em que parte do percurso da Rota dos Túneis se encontra.
ACTUALIZAÇÃO: Desde o Verão de 2018 que as pontes foram arranjadas e passá-las agora envolve muito menos risco.
🏨 ONDE DORMIR PARA FAZER A ROTA DOS TÚNEIS
Para realizar a Rota dos Túneis optámos por ficar alojados em Foz Côa, no Bairro do Casal. Esta opção mostrou-se um bocado longe da Rota dos Túneis mas não nos arrependemos porque queríamos conciliar com uma visita às Gravuras do Côa. Para quem só quer fazer a Rota dos Túneis, a melhor opção é ficar alojado em Barca de Alva ou em Figueira de Castelo Rodrigo. Se pretender conhecer a região, aí Foz Côa é definitivamente, o lugar para se alojar.
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FICHA TÉCNICA DA ROTA DOS TÚNEIS
Caracterização do percurso da Rota dos Túneis
- 🚶 Tipo de percurso da Rota dos Túneis: Linear
- 👉 Início da Rota dos Túneis: Estação de La Fregeneda (Valdenoguera) GPS 40.988092 – 6.8380290
- 📏 Distância da Rota dos Túneis: 17 km (entre as duas estações); 23 km (se fizer o percurso começando antes da Estação de La Fregeneda, nomeadamente para apanhar a ponte de Froya ou na aldeia de La Fregeneda)
- 🕑 Duração da Rota dos Túneis: 8 horas (com paragem para o almoço)
- 💪 Dificuldade da Rota dos Túneis: Elevada
- ⚠ Sinalização da Rota dos Túneis: Sem sinalização mas basta seguir a linha férrea. Não há como se perder.
SEGURO DE VIAGEM PARA VIAJAR NA EUROPA e fazer a Rota dos Túneis (cobre Covid-19 e teste positivo)
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PERCURSO DA ROTA DOS TÚNEIS
O percurso da Rota dos Túneis compreende momentos mais ou menos duros na travessia pelas traves de madeira, mas os pontos mais críticos da Rota dos Túneis são a passagem dos 20 túneis (porque são escuros e há buracos) e as pontes (que não reúnem condições de segurança e são muito perigosas). Veja o vídeo da nossa aventura na Rota dos Túneis!
INÍCIO – Estação de La Fregeneda
Depois de deixar o carro na estação de La Fregeneda, visitámos a estação, vandalizada, e demos início à Rota dos Túneis. Poucos metros à frente aparece logo o primeiro túnel. À saída da estação existe um sinal da Renfe que proíbe a utilização da linha férrea na Rota dos Túneis.
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TÚNEL 1
O primeiro túnel da Rota dos Túneis é o mais longo do percurso da Rota dos Túneis. Quando se entra no túnel vê-se logo um pontinho de luz ao fundo, mas o ponto encontra-se a quase 2 km de distância. É necessário ter luz frontal para passar o túnel já que há muitos buracos e pedras partidas. Logo no início do túnel enfiei uma perna num buraco e fiquei com as pernas cheias de nódoas negras. Serviu-me para aprender a ter muito mais prudência na Rota dos Túneis.
Nota: Segundo informação de Fevereiro de 2019, os túneis 1 e 3 estão fechados para preservação das colónias dos morcegos na Rota dos Túneis. Para os passar terá que saltar a vedação ou contornar os túneis. O túnel 1 da Rota dos Túneis dá para abrir o gradeamento e depois voltar a fechar.
Este túnel guarda uma história de morte escondida na Rota dos Túneis. Durante a construção da linha férrea, e durante a escavação do túnel, abateu-se sobre a região uma grande tempestade que provocou uma inundação e deslizamento da área tendo ali morrido 37 trabalhadores.
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PONTE PEQUENA – PUENTE DEL PIGALLO
Esta é uma ponte muito pequenina na Rota dos Túneis, quase na saída do túnel 1, e quase passa despercebida e escondida por uma figueira. A sua travessia é fácil porque a ponte tem cerca de quatro metros de comprimento.
TÚNEL 2
Entre o túnel 1 e o túnel 2 há cerca de 1,5 km. Neste troço da Rota dos Túneis há trilho lateral pelo que pode aproveitar para caminhar por lá. Do lado esquerdo tem a ribeira de Morgaez, um afluente do rio Águeda.
O segundo túnel da Rota dos Túneis é pequeno, com menos de 30 metros. É fácil de transpor e não oferece grande dificuldade, nem necessita de luz.
TÚNEL 3
Depois de passar o túnel 2 da Rota dos Túneis há que caminhar mais 1 km pela linha férrea. Neste troço da Rota dos Túneis também há quase sempre um trilho lateral pelo que deve aproveitar para caminhar por lá (porque custa muito menos e é mais rápido do que pelas traves).
Nota: Segundo informação de Fevereiro de 2019, o túnel 3 da Rota dos Túneis está fechado para preservação das colónias dos morcegos. Para os passar terá que passar por baixo do gradeamento. Alguém escavou por baixo do gradeamento.
Quando chegar ao túnel 3 da Rota dos Túneis sente logo o cheiro do excremento de morcego. Há uma colónia de morcegos no túnel porque apesar de o túnel só ter 400 m de comprimento, como é curvo, é completamente escuro. É imprescindível o uso de luz artificial para transpor o túnel na Rota dos Túneis. Este túnel também tem muitos buracos e pedras partidas na lateral mas com luz e cautela passa-se muito bem.
O mais incómodo é mesmo o cheiro nauseabundo que parece entrar pela garganta abaixo. Se tiver um lenço, tape a boca e o nariz. Quando sair do túnel 3 já se começa a ver o rio Águeda do lado esquerdo (mas antes tem que se arranhar um bocadinho nas silvas que estão na linha).
PONTE 1 – PUENTE MORGADOS, é hora de superar as vertigens na Rota dos Túneis
Entre o túnel 3 e a ponte Morgados vão cerca de 100 ou 200 metros. Esta foi a primeira ponte grande que encontrámos no percurso da Rota dos Túneis (encontrámos 8). Como é a primeira ponte grande na Rota dos Túneis, há que ter muito cuidado, prudência e cautela na sua travessia. Aproveitámos para conhecer os nossos limites na Rota dos Túneis.
A ponte mede cerca de 100 metros de comprimento e tem 30 metros de altura. Esta é provavelmente a ponte mais fácil de todas as que atravessámos na Rota dos Túneis, por isso, quem não se sentir confortável, deve voltar para trás. Nesta ponte é possível contornar, e fazer um percurso alternativo à Rota dos Túneis ao lado, mas nem todas as pontes têm essa possibilidade. Atravessámos a ponte do lado esquerdo, pelo ferro, pois as traves de madeira laterais não nos inspiraram confiança pois pareciam podres.
Nota: Segundo informação de Fevereiro de 2019, as ripas de madeira das pontes foram todas substituídas pelo que é agora seguro circular pela madeira das pontes da Rota dos Túneis.
TÚNEL 4
Depois da travessia da ponte, caminhámos cerca de 400 metros e encontrámos o túnel 4 da Rota dos Túneis. O túnel tem cerca de 100 metros de comprimento e termina mesmo na ponte seguinte, a puente del Poyo Rubio.
PONTE 2 – PUENTE DEL POYO RUBIO, a mais bela ponte da Rota dos Túneis
Este é o mais belo conjunto paisagístico da Rota dos Túneis. Esta zona da Rota dos Túneis acaba por ter tudo aquilo por que a rota é conhecida: uma ponte enorme e alta, um túnel escavado na rocha, e o rio Águeda (ali ainda um ribeiro) a correr num vale magnífico.
O túnel 4 parece saído de uma rocha proeminente e desemboca na ponte de ferro, em estilo do século XIX, que faz lembrar a arquitectura de Eiffel. Efectivamente foram discípulos de Gustavo Eiffel que foram responsáveis por desenhar estas pontes na Rota dos Túneis.
Do lado esquerdo da Rota dos Túneis, o rio Águeda exibe-se de forma esplendorosa, ainda como um ribeiro selvagem. A ponte mede cerca de 130 metros de comprimento e tem cerca de 30 metros de altura. Não parece dar para contornar esta ponte, há mesmo que atravessá-la.
TÚNEL 5
Depois de passar a ponte na Rota dos Túneis, há que seguir cerca de 200 ou 300 metros até encontrar o túnel 5, um túnel muito pequeno, com cerca de 20 metros. Não necessita de luz. Antes de chegar ao túnel 5 há uma parede de pedra que foi construída para segurar as terras.
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TÚNEL 6
Depois de passar o túnel 5 na Rota dos Túneis, há que seguir cerca de 100 metros e aparece logo o túnel 6. Este túnel não é longo mas tem uma curvatura por isso é totalmente escuro.
A meio do túnel há uma porta do lado esquerdo, que permite sair para contemplar o vale do rio Águeda. A vista merece.
No final do túnel 6 aparece logo a ponte 3, a puente de la Curva.
PONTE 3 – PUENTE DE LA CURVA, a aventura para superar as vertigens na Rota dos Túneis
A ponte da curva na Rota dos Túneis, ou Puente Poyo Valiente, está entre dois túneis, pelo que desemboca e termina na “boca” dos túneis. Isto faz com que não seja possível contorná-la. Esta é a ponte mais difícil de transpor (embora a mim me tenham custado todas).
A ponte estava em muito mau estado, com as traves de madeira queimadas e podres quando fizemos a Rota dos Túneis. Dá para passar no ferro do lado direito, com mais segurança, já que do lado esquerdo, existe uma falha no ferro com cerca de 1 metro. Isso obriga a saltar. Não é boa ideia já que a ponte está bastante danificada e não inspira qualquer confiança. Nessa zona o corrimão também não existe.
Os corrimões laterais estavam muito degradados, podres e parece que se vão desmontar a qualquer momento. Para além disso, para quem tem braços curtos, como eu, o corpo não consegue ir direito e a tocar no corrimão. É muito duro, porque se quisermos ir equilibrados temos que atravessar sem segurar no corrimão.
Como tenho vertigens (algo que quem se mete nestas aventuras na Rota dos Túneis não é suposto ter) não conseguia progredir sem ter o braço a tocar no corrimão. Assim, optei por caminhar de lado, pé ante pé. Sentia os braços todos a tremer. Demorei quase 20 minutos a passar esta ponte.
A ponte é composta por três tramos rectos, que no conjunto, dão uma ponte curva. Na união destes tramos falta ferro e a sensação de verticalidade é ainda maior. A ponte mede cerca de 60 metros de comprimento e tem 20 metros de altura.
TÚNEL 7
No final da ponte começa logo o túnel 7 da Rota dos Túneis, um túnel relativamente pequeno, com pouco mais de 100 metros de comprimento. O túnel é escuro, com uma ligeira curvatura, e exige a utilização de luz frontal. Cuidado, porque há alguns buracos no túnel.
TÚNEL 8
Do túnel 7 ao túnel 8 vão mais de um quilómetro, sempre ao sol e com poucas sombras. Na maior parte do trilho da Rota dos Túneis dá para caminhar fora da linha férrea.
O túnel 8 é bastante pequeno, com cerca de 30 metros de comprimento.
TÚNEL 9
Do túnel 8 ao túnel 9 volta a ser mais de um quilómetro de trilho na Rota dos Túneis, novamente com pouca ou nenhuma sombra. Daí a importância de ter muita água consigo. Neste troço da Rota dos Túneis tem que se caminhar pela linha.
Tirando os túneis que são óptimos para descansar, o trilho da Rota dos Túneis é muito exposto à radiação solar, quase sempre sem sombras. Para além disso, não há onde recolher água em lado nenhum na Rota dos Túneis.
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O túnel 9 é pequeno, tem cerca de 50 metros.
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TÚNEL 10
Entre o túnel 9 e o túnel 10 vão cerca de 300 metros. Nesta zona da Rota dos Túneis, como tem muitos túneis (curtos) e poucas pontes começa a fazer-se sentir o calor e o caminho torna-se mais monótono. Este túnel volta a ser muito pequeno, com cerca de 20 – 30 metros.
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PONTE PEQUENA
Esta ponte na Rota dos Túneis tem cerca de 3 a 4 metros de comprimento. Não tem corrimões, apenas ferro e traves de madeira (algumas queimadas). Pode-se passar pela ponte ou contornar.
TÚNEL 11
Depois de passar o túnel 10 há que caminhar mais cerca de 500 metros e aparece o túnel 11, novamente curto, cerca de 50 metros.
TÚNEL 12
Entre o túnel 11 e o túnel 12 vão cerca de 400 metros na Rota dos Túneis. O túnel 12 é um bocadinho maior, já tem cerca de 200 metros pelo que vale a pena parar aqui para almoçar pois já é mais escuro e fresco. No final do túnel há umas pedras fantásticas para sentar.
PONTE 4 – PUENTE ARROYO DEL LUGAR, um dos maiores desafios da Rota dos Túneis
Pouco depois de sair do túnel 12 aparece a ponte 4 na Rota dos Túneis. Esta ponte tem cerca de 250 metros de comprimento e atravessá-la parece que nunca mais acaba. A ponte está muito queimada e a madeira podre e sem qualquer segurança.
Mais uma vez atravessámos do lado esquerdo, pelo ferro. Embora também exista ferro do lado direito, o lado esquerdo pareceu-nos em melhor estado.
Em todas as pontes o ferro da Rota dos Túneis tem cerca de 20 centímetros de largura mas tem esferas salientes pelo que torna o piso mais incerto e perigoso. A verticalidade da ponte é impressionante.
Aparentemente tem mais de 30 metros de altura, pelo que as vertigens apertam na Rota dos Túneis.
TÚNEL 13
Depois de passar a ponte há que seguir cerca de 300 metros até ao túnel 13, mais um túnel de pequena dimensão, e que não ultrapassa os 200 metros de comprimento. Ali dá para caminhar pela margem da linha da Rota dos Túneis. Pode ser também uma boa opção para parar para o almoço.
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TÚNEL 14
Entre o túnel 13 e o túnel 14 vão cerca de 300-400 metros e o túnel é semelhante ao anterior, com cerca de 100 metros de comprimento. Entre estes dois túneis há muita vegetação na linha férrea.
Antes de chegar ao túnel 15 passa-se por uma passagem de nível abandonada na Rota dos Túneis. Ali, para quem necessitar, é possível subir uma estrada de terra batida e chegar à estrada asfaltada onde poderá pedir boleia. É, provavelmente, o único sítio onde pode sair da linha férrea ao longo do percurso da Rota dos Túneis.
TÚNEL 15
Cerca de 500 metros depois encontra-se o túnel 15, mais um túnel bem pequeno, este com menos de 20 metros, onde quase não dá para fugir ao calor. Com o calor que apanhámos (mais de 45º C) foi ainda mais duro. O ferro até queimava na Rota dos Túneis. Mas, vale a pena descansar ali porque a seguir vem uma nova ponte vertiginosa.
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PONTE 5 – PUENTE DE LOS POYOS, mais um desafio na Rota dos Túneis
Esta ponte da Rota dos Túneis é também bastante longa, com cerca de 200 metros. Continua a estar em mal estado, pelo que optámos por atravessar, mais uma vez, pelo ferro do lado esquerdo. Como estava muito calor (e eu já tinha bebido mais de 3 litros de água!), comecei a ter tonturas quando atravessava a ponte. É preciso ter muito cuidado na Rota dos Túneis. Tive que concentrar-me muito bem para chegar ao fim.
Deve beber-se sempre muita água e tentar arrefecer o corpo o mais possível antes de entrar nas pontes na Rota dos Túneis. Nas pontes que se seguiram, optei por despejar água sobre a cabeça antes de começar a travessia.
DUAS PONTES
Entre a ponte dos Poyos e o túnel 16 há duas pontes pequenas na Rota dos Túneis, que são pequenos pontões que não oferecem dificuldade na sua travessia.
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TÚNEL 16
Entre a ponte dos Poyos e o túnel 16 vai mais de 1,5 km, quase sem sombra, com muita vegetação na Rota dos Túneis. Nesta parte do trajecto já quase não há trilhos laterais pelo que se tem que caminhar pelos carris o que torna a progressão mais lenta e cansativa.
Este túnel na Rota dos Túneis tem cerca de 400 metros de comprimento e vale a pena parar o seu interior para arrefecer o corpo (e a mente, porque corpo cansado, mente cansada e calor são inimigos da prudência).
Este túnel tem muitos buracos e é preciso ter algum cuidado. Pare as vezes que necessitar porque no final do trilho já se vai estar a sentir esgotado e isso pode ser perigoso na travessia das pontes.
PONTE 6 – PUENTE DE LOS MISCOS, uma das mais belas da Rota dos Túneis
Alguns metros depois de passar o túnel 16, aparece mais uma ponte, a puente de los Miscos, com cerca de 100 metros de comprimento e, o que me pareceram 30 a 40 metros de altura. O ferro desta ponte é ligeiramente mais fino do que o das anteriores.
A dificuldade da travessia é igual às outras da Rota dos Túneis, embora o passadiço de madeira que existe do lado direito pareça estar em melhor estado. Não quisemos arriscar e fizemos a travessia pelo ferro do lado esquerdo. É preciso cabeça fria e corpo descansado porque a ponte parece que nunca mais acaba.
TÚNEL 17
O túnel 17 começa quase logo depois de se passar a ponte de los Miscos. O túnel tem cerca de 300 metros de comprimento. Para atravessá-lo é necessário luz porque está em mau estado e tem buracos.
TÚNEL 18
Entre o túnel 17 e 18 há cerca de 300 metros, quase sem sombra, com muita vegetação. Apesar de o túnel 18 ser pequeno, cerca de 40 metros, há que descansar ali.
Entre o túnel 18 e o túnel 19 são quase 3 km sem sombra na Rota dos Túneis. É preciso aproveitar todas as sombras dos arbustos e árvores sobre a linha. Como quando fizemos a Rota dos Túneis o calor apertava muito, optámos por parar a cada sombra minúscula.
Nesta parte do percurso da Rota dos Túneis também tem quase sempre que se caminhar pela linha férrea, o que, mais uma vez torna a progressão mais lenta e cansativa. Por vezes parece que dá para caminhar pelos lados, no entanto não deve fazê-lo porque há postes e cabos de electricidade caídos no meio da vegetação.
PONTE 7 – PUENTE DE LAS ALMAS
Antes de chegar à ponte das Almas há uma sombra provocada por um corte feito na rocha para passar a linha férrea. Aproveitámos para descansar ali na Rota dos Túneis. Descansámos quase 15 minutos porque o calor era impossível. Para evitar ter quebras de tensão por causa do calor, despejámos alguma água sobre a cabeça. Não fosse termos trazido água congelada, a água já estaria toda como sopa.
Há que seguir em direcção à última ponte do lado espanhol na Rota dos Túneis, e imediatamente antes há uma habitação abandonada.
A ponte das Almas parece que nunca mais acaba. É uma ponte longa, com cerca de 220 metros. Não sei se é, mas a mim pareceu-me a ponte mais longa do percurso da Rota dos Túneis.
A ponte não parece estar em tão mau estado como as outras, mas não quisemos arriscar e continuámos a atravessar pelo ferro do lado esquerdo.
TÚNEL 19
Pouco depois de atravessar a ponte aparece o túnel 19, mais um túnel pequeno com cerca de 20 metros, em que a estrada passa por cima.
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TÚNEL 20
Poucos metros à frente, talvez cerca de 300 ou 400 metros, aparece o último túnel do percurso da Rota dos Túneis, e há que tirar a fotografia da praxe! 20 túneis feitos! YES! O túnel é maior, com cerca de 300 ou 400 metros e já permite descansar e arrefecer o corpo. Mas o percurso da Rota dos Túneis está quase a terminar e já só falta uma ponte.
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PONTE 8 – PONTE INTERNACIONAL DA ROTA DOS TÚNEIS
A ponte internacional sobre o rio Águeda, que serve de fronteira entre Portugal e Espanha, é a última ponte a transpor neste nosso percurso. Apesar de estar em melhor estado do que as anteriores, não se deve baixar a guarda.
Não se pode atravessar pelo meio, apenas pelos lados e com cuidado. Por baixo está o rio, e para quem tem vertigens, impressiona.
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Do lado esquerdo o vale do Águeda, do lado direito a foz do rio e o cais de Vega Térron (do lado espanhol). A meio da ponte há duas placas, que marcam a fronteira física entre Portugal e Espanha. Entrávamos finalmente em território nacional outra vez, quase 8 horas depois de começarmos a caminhar na Rota dos Túneis.
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«Então é Portugal, hein? … Cheira bem». Disse Jacinto, no livro “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queiroz, quando atravessou esta ponte e chegou a Portugal. Jacinto veio de comboio de Paris até Tormes, próximo da Régua, através desta linha hoje desactivada.
Estação de Barca d’Alva – FIM DA ROTA DOS TÚNEIS
Uns 300 metros mais à frente aparece a estação ferroviária de Barca d’Alva, bastante mais vandalizada do que a de La Fregeneda, o final da Rota dos Túneis.
Encerrada em 1988, e nitidamente abandonada desde então, ainda conserva uma plataforma giratória para as carruagens, armazéns de madeira, o depósito de água e a estação de pedra, esta última entaipada, com grafites e muito lixo. É uma pena tanto património fabuloso estar assim voltado ao abandono e a desfazer-se com o tempo.
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O objectivo deste artigo é divulgar a Rota dos Túneis e o imenso património abandonado nas linhas férreas ibéricas. Esperamos que alguém, com responsabilidade política, consiga ver que este património de elevado potencial turístico não pode continuar voltado ao abandono.
Fizemos a Rota dos Túneis em Junho de 2017 e as condições do trilho que descrevemos dizem respeito a essa altura. Acrescentamos informação em 2018 e 2019 conforme foram feitas alterações na Rota dos Túneis. Esperamos que este artigo lhe tenha ajudado. Se tem alguma questão sobre a Rota dos Túneis, deixe nos comentários. Nós responderemos.
Se procura trilhos em Portugal, pode ter interesse nos vários trilhos que nós temos explicados aqui no blogue:
- Regras nos trilhos – Um artigo obrigatório sobre uma conduta e comportamento adequados durante as actividades na natureza.
- Os melhores trilhos de Portugal – Uma lista com uma pequena selecção de trilhos para fazer em Portugal.
- Trilhos da Rota Vicentina – 750 km de trilhos para fazer como Grande Rota ou trilhos diários no Alentejo e Algarve.
- Trilhos de Pitões das Júnias – Trilho curto na Serra do Gerês.
- Trilho do Poço Azul – Trilho para chegar ao Poço Azul, no Gerês.
- Trilho da Fajã de Santo Cristo – Trilho na ilha de São Jorge, nos Açores
- Subida da Montanha do Pico – Trilho para subir ao Pico e Piquinho, com pernoita ou num dia
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- Trilho do Pico Areeiro ao Pico Ruivo – Um dos mais belos trilhos para fazer em Portugal e que permite estender até à Achada do Teixeira.
- Trilho das Fisgas de Ermelo – Um belo trilho para descobrir a Serra do Alvão, em Trás-os-Montes.
- Trilho do Pico Branco e Terra Chã – Um belo trilho para explorar a ilha de Porto Santo, na Madeira.
- Trilho de São Cristóvão do Douro – Um belo trilho para descobrir o Douro Vinhateiro no Pinhão.
- Trilho da Vereda do Pico Castelo – Um trilho para explorar na Ilha do Porto Santo, na Madeira.
- Trilho dos Pescadores entre Vila Nova de Milfontes e Almograve – Um trilho para explorar na Rota Vicentina.
- Trilho da Frecha da Mizarela – Um trilho para aventureiros que pretendem descobrir a Serra da Freita, no distrito de Aveiro.
- Trilho do Vale das Buracas de Casmilo – Um trilho para descobrir a paisagem incrível da Serra do Sicó, no distrito de Coimbra.
- Trilho da Ribeira dos Amiais – Um trilho curto e super interessante para descobrir as Serras de Aire e Candeeiros.
- Trilho pela Linha do Tua – Um trilho maravilhoso que, na actualidade, só se consegue fazer meio percurso.
- Trilho de Ponta Delgada à Fajã Grande – Um trilho maravilhoso para explorar a ilha das Flores, nos Açores.
[…] e mais ainda com os caminhos de ferro abandonados. Adorava percorrê-los a todos, sobretudo, a rota dos túneis que liga Barca d’Alva, Portugal a La Fregeneda, Espanha. 17km de linha abandonada com 8 […]
Bem… grande aventura!
Estava a comparar as vossas fotos com as fotos atuais das pontes e não tem nada a ver. As vossas travessias foram um desporto radical comparado com as fotos atuais que vi.
https://www.caminodehierro.es/el-camino
Com as pontes arranjadas já me atrevo a fazer o percurso 😛
Parabéns pelo excelente trabalho.
Abraços
Sim, muito mudou por aqueles lados na Rota dos Túneis. Agora tem muito menos adrenalina mas continua a ser lindo.
Bom dia Carla!
Só queria-te informar que agora a rota está gerida pela Diputación de Salamanca e tem horários e é preciso comprar um ticket no site http://www.caminodehierro.es
Cumprimentos desde Espanha
Obrigada. Vou acrescentar.
Boa tarde! E sabem se ja ha transfer ate as 15h em Barca d Alva para regressar ao carro? Onde se situa? Em Fregeneda temos de deixar o carro… e seguro? Obrigado
Não lhe sei responder sobre horários. Sim, é seguro deixar o carro em La Fregeneda.
este mes de Junho vou visitar este local deve ser muito bonito obrigado pelas informaçoes.
Boa viagem!
Algum possibilidade de fazer o percurso de bicicleta?!
Não me parece, o trilho da Rota dos Túneis é quase todo por cima das traves. Só em pequenas secções há berma.
Não é permitido
boas
Esta experiência parece ser bastante interessante.
Estou a pensar fazê-la entretanto e a minha ideia é ir de táxi até Espanha e regressar a Barca d’Alva, onde irei deixar o carro. Tenho receio de deixar o carro tanto tempo num local que parece bem isolado…
Que te parece, Carla?
Será que há táxis a partir da BdA logo pelas 6h da manhã?
Obrigado e votos de novas e épicas viagens e que as partilhem connosco.
Excelente Blog 🙂
Bem hajam
Nós fizemos exactamente assim. Apanhamos o táxi de manhã. Não tivemos problemas mas marcamos o táxi por telefone no dia anterior. O carro também correu bem!
É necessário fazer alguma reserva para fazer esse trilho.? Obrigada
Agora já é. Já actualizamos a informação.
Eu fiz este percurso em 96 e adorei. Aconselho a levar umas boas botas… pois eu fiquei com unhas negras! Na altura era uma adolescente lol
Hoje dia 24.2.2020 fiz o percurso, sem qualquer problema. Foi uma experiência sensasional e quero dar os parabés aos organizadores deste blog. Um grande bem hajam! Fiquei com a sensação, e o receio, que em breve este trilho estará transformado numa rota turística. É aproveitar e disfrutar enquanto assin não é.
Olá João. Nós também achamos que isso vai acontecer. Mais cedo ou mais tarde é inevitável. Convém fazer o trilho o quanto antes. bjinhos
Olá João Pimentel. Por acaso quando fez o percurso viu melhorias nas pontes? Ouvi dizer que o caminho sofreu obras de remodelação para ser “tipo” o Caminito Del Rey.
Abraço e obrigado desde já.
Tiago, não tem passadiços, como no Caminito del Rey. O que tem agora é as pontes cuidadas e com traves de madeira para serem seguras.
eheheh Verdade! Boa dica. Obrigada
Hoje dia 20/01/2020 fiz o percurso, túnel 1 e 3 fexados mas de fácil acesso, o percurso é magnífico, fiz os tuneis e pontes todas, sem nenhum problema, um percurso seguro por assim dizer….
Muito Obrigada pelo feedback, António.
Boa noite, estou a ler declarações acerca de estarem tuneis fechados. Qual a melhor hipotese para fazer o trilho daqui a um mês? Será começar de Portugal e quando bater com o nariz num tunel fechado, voltar para trás?
Não lhe sei responder, a informação que tenho está aqui.
Estivemos ontem (23 Junho 2019) em Fregeneda para preparar o percurso para um grupo de amigos. felizmente não íamos com a perspectiva de o fazer pois não seria fácil ou mesmo possível. Chegados à Estação de Fregeneda, encontramos um simpático guarda que não autoriza a passagem para além da estação, estando o túnel 1 fechado, para além de vigiado, já com câmaras instaladas. Fomos informados que estaria outro guarda no final e que era proibida a circulação por toda a Rota, embora o guarda nos tenha também informado que nem sempre estariam guardas no início e no final e que o risco seria a Guarda Civil que nos poderia multar. A rota sofreu grandes intervenções e está a aguardar a sua abertura oficial, estando todas as pontes bem recuperadas. Decidimos procurar um acesso intermédio e fomos até Arroyo de los Poyos para chegarmos junto do Túnel 15 e passarmos a Puente de Los Poyos com 135 metros de comprimento e 39 metros de altura, em perfeita segurança, melhor o lado esquerdo que o direito mas igualmente seguro pelo meio. Agora aguardamos a abertura oficial para podermos fazer toda a Rota.
Olá Abílio, obrigada pelo feedback. Não fazíamos ideia que estava encerrada neste momento. Muito obrigada pela partilha.
Boa noite, adorei, tenho que ir, mas de quanto foram os gastos?
Gabriel, nós fizemos várias coisas nesse fim de semana. Deve contabilizar o combustível para chegar lá, alojamento e refeições. Não se paga entrada nem estacionamento.
antes de mais quero agradecer à Carla Mota e Rui Pinto pela forma como apresentaram este percurso e todas as dicas que deixaram. Foram na verdade de grande utilidade, pois no passado Sábado, 16 Fevereiro, eu e mais 4 amigos fomos até à estação de La Fregeneda e fizemos o percurso até Barca Dalva. Todo o Cenário é magnifico e com paisagens deslumbrantes. Carla, podem actualizar informação. Túnel 1 e 3 estão fechados com Gradeamento e portas fechadas. no túnel 1 foi possível abrir as portas e passar(voltamos a fechar as portas). No Túnel 3, não foi possível abrir qualquer porta, contudo, outros amantes destas andanças, dera-se ao trabalho de escavar uma cova por baixo do gradeamento permitindo que se passe por baixo e as respectivas mochilas(pessoas “de grande porte” com as dimensões actuais das covas não passam). Desta forma lá passamos e seguimos o nosso caminho. A grande boa noticia, é que todas as pontes até Portugal foram intervencionadas e todos os ripados de madeira substituídos, o que dá enorme segurança na travessia, pois as pontes estão agora dotadas de autênticos passeios de madeira recente. Chegados a Barca Dalva, foi fácil encontrar um táxi, que até estava estacionado de frente a um dos restaurantes, on de tinha também uma placa com dois contactos telefónicos, para o caso de lá não estar o táxi. A corrida do táxi foi só até à entrada do estradão em terra batida em La Fregeneda e teve um custo de 23 €. Espero ter dado mais algum contributo para os amantes destas andanças. VALE MESMO A PENA FAZER ESTE PERCURSO.
Tony Alves
Muito obrigada pelo update, Tony. 😀
Correção:
Túnel 1 e túnel 3. Ou seja o 2 está aberto e não fechado.
Um dia irei lá, mas até lá espero ver no YouTube ou no google um mapa com alternativa ao túnel 1, já que o 3 tem alternativa mesmo à entrada/saída.
Não percebi? Se não foi lá, como diz que está aberto? O túnel 1 também tem alternativa.
Gosto muito do blogue.
In 1969 I travelled from London to Porto by train all the way. Via Salamanca, Fregeneda, Barca d’Alva, Regua. A wonderful journey. In Portugal all the trains had beautiful, shiny steam locomotives. In the tourist information office in Porto, a young lady was doing market research …
“How did you arrive in Portugal?” … “At Barca d’Alva” … “No … really? Nobody arrives at Barca d’Alva!”
I tried to explain that I liked trains … but I don’t think she believed me.
In June this year, 2018, I took the Comboio Historico do Douro from Regua to Tua. Sadly the steam locomotive was not working, so we had a diesel loco … but it is still a fine journey.
Muitas felicidades.
Bela história.
Bom dia!
Gostava de fazer este percurso mas estive a ler na internet noticias sobre reabilitação das pontes no sentido de criar um passadiço. Um investimento de 800 mil euros ao que parece. Será que conseguiria fazer actualmente o percurso este verão ou estará interdito pelas obras a decorrer? Também li que os túneis 1 e 3 estão literalmente fechados para protecção dos morcegos.
Obrigado!
Hugo, ouvimos dizer que os passadiços das pontes já estão completamente recuperados. Quando aos túneis não sei nada, mas não creio que seja verdade que estão fechados. Pelo que sei, há empresas a fazer este trilho.
Olá, boa tarde.
Tenciono fazer esse percurso em Março.
Sugerem algum alojamento em Barca d’Alva? É que no booking não há nada…
Obrigada 🙂
Experimenta estes em Figueira de Castelo Rodrigo ou no Freixo de Espada à Cinta. Valem a pena. https://goo.gl/M1BCxu
Na Barca d’Alva, pode ficar na Quinta Da Ponte, tem duas casas com capacidade para 4 a 6 pessoas por casa
É possível mas não conhecemos. Por isso não podemos recomendar.
Olá boa tarde quantos litros de água é aconselhável levar cada pessoa? Será melhor fazer no verão ou primavera? Obrigada e continuação de boas aventuras 😊😊
O ideal é na primavera. Mas nós fizemos no dia mais quente do ano. Levamos 4 litros de água cada um. Não há onde recolher em lado nenhum. Vá bem preparada porque se estiver muito calor até vai precisar de água para deitar sobre a cabeça.
O trilho foi realizado quando?
Nós fizemos em Junho de 2017.
Fiz este percurso mais um grupo de amigos entusiastas da ferrovia há quase doze anos (Outubro de 2005). As pontes já apresentavam um elevadíssimo grau de degradação, sobretudo as componentes em madeira. Actualmente estarão certamente muito mais degradadas. Considero, por isso, de RISCO MUITO ELEVADO A TRAVESSIA DAS PONTES! Uma queda terá quase de certeza consequências muito nefastas, para não dizer mortais. Aconselho a toda a gente que queira fazer este percurso ferroviário, muito bonito sem dúvida, que não faça a travessia das pontes. Passe por baixo. Demora mais tempo mas é muito mais seguro. NÃO ARRISQUE. A adrenalina não compensa o risco de vida!
Concordo, Paulo. Penso que desde essa altura, alguns passadiços de madeira das pontes já forma recuperados por um grupo espanhol. O turismo de La Fregeneda “vende” a rota como um destino turístico no seu site. Eu também acho bem perigoso, mas para quem gosta de actividades radicais é uma opção.
Olá Carla Mota. Cheguei a fazer em 1998 sozinho, tinha eu 19 anos, a linha abandonada do Douro, Barca d’Alva a Pocinho, exactamente nesse sentido. Cheguei a fazer mais 3x o mesmo percurso, e experimentei também o sentido Pocinho a Barca d’Alva. Fiz no verão e fiz no inverno, tendo sempre escolhido domir ao relento junto à estação de Almendra. Sempre pensei que era um percurso de 17kms, quando na verdade eram 30kms. 😀 Na altura, nunca tinha ouvido falar da parte que seguia de Barca d’Alva para Espanha… Só mais tarde, em 2010 é que investiguei as fotos ao seguir a linha através do Google Earth ao que fiquei maravilhado com tamanha beleza que andei a perder por tantos anos. E nesse mesmo ano, fiz o percurso Barca d’Alva—La Fregeneda (nesse sentido) 2x, uma em junho e outra em julho em que levei comigo pessoas diferentes de cada vez. Sempre achei o sentido Barca—Fregeneda o melhor a fazer, pois é mais apelativo para os olhos. Razão: a beleza da paisagem vai melhorando progressivamente nesse sentido, enquanto que ao contrário, é o contrário.
Enfim, em 2014 decidi voltar a meter-me nas bicicletas e começar a praticar na montanha, e fazer viagens longas a pedalar sempre no interesse de documentar as terras esquecidas, até que me começou a crescer a saudade de Fregeneda, e com a experiência que já tenho de ter feito esse percurso e de conhecer o perigoso e o seguro nele, e também com a agilidade que fui ganhando a pedalar em sítios não-ciclaveis, meti no coração a vontade de fazer de bicicleta a Ruta… Convidei um outro amigo preparado para o mesmo e fizemos isto este Sábado, dia 1 de julho. 🙂
Assim, se quiser ver, as fotos e os curtos vídeos encontram-se todos no meu perfil de Instagram acabadas de colocar fresquinhos: https://www.instagram.com/tiagoaflopes/
Aproveitei até para citar uma frase da sua reportagem com os devidos créditos. 🙂
Com os melhores cumprimentos!
Vocês é que são MALUCOS! E eu a pensar que era LOUCA! eheheheh 😀
Que aventura!!! E que paisagem incrível! Dá até pra esquecer o cansaço!! Não sabia da existência dessa ‘trilha’ !Post muito explicadinho!
Obrigada 😀
Está ai um passeio bem diferente mas deve ser muito legal, só de ver as fotos da vontade de fazer essa aventura.
Maravilhoso.
Que bárbaro Carla!!! Achei o máximo esta travessia/caminhada!!! Há alguma coisa de muito aventureiro e lúdico ao mesmo tempo em se andar pela linha do trem!
Um viva aos blogs e aventureiros deste mundo, pois, do jeito que tenho pavor de altura (do tipo pânico a ponto de fazer papel ridículo) jamais poderia andar por ai, então só me resta acompanhar por aqui. rsrs
🙂
eheheheheh 😀
Insano demais!!! Imagino os sufocos e pernas bambas que devem ter sentido ao atravessar essas pontes.
Não precisa pagar nada?
Trabalhei durante 12 anos na ferrovia no Maranhão.
Vou incluir essa rota nos meus próximos destinos de viagem! =)
Não precisa pagar porque está abandonado. É tudo aventura por nossa conta e risco! 😉
Olha só! Quanto passeio neste mundão, né? Adorei esta novidade, pois eu não conhecia esta rota. Post super completo, parabéns! Adorei!
Obrigada 😀
Meus amigos, Carla Mota e Rui Pinto! Ando eu a fazer uma pesquisa sobre trajetos dos antigos caminhos de ferro e reconheço alguém nas fotos!! 🙂 prazer em ver-vos! Beijinho e um grande abraço ao Rui 🙂 desde que te conheceu que não é o mesmo 🙂 🙂 🙂
Olá Canedo! bjinhos enormes. Tens que nos vir visitar a Guimarães um dia destes! 😀 O Rui está um homem NOVO! 😉
Boa noite, excelente artigo.
Já desde há 1 mês que ando a planear em percorrer essa rota seja a pé, B.O.Train ou Rail Bike.
E digo mais, estou no final do meu curso de Informação e animação turisitca e no exame de apresentação pode-se escolher entre empresa ou evento, no qual escolhi ambos e o meu evento é Caminhada por essa rota…(não vai ser mesmo feita só apresentação xD)
Já agora que citei a minha apresentação, será que posso usar fotos que tirou, para a minha apresentação PowerPoint e alguma informação das distancias entre vários pontos?
Claro que sim, basta sempre que usar o nosso material colocar os créditos. Bom trabalho.
Muito bom!
Mais um excelente post, este com o atractivo de me recordar as viagens de comboio com os meus Pais até Barca de Alva no final dos anos 70.
Obrigado
Obrigada, Virgilio. 😀