A Rota do Românico no VALE DO DOURO é uma parte da Rota do Românico no território do norte de Portugal. É esta rota, em todas as suas vertentes que lhe vamos dar a conhecer. A Rota do Românico no Vale do Douro é um roteiro excelente para descobrir as origens de Portugal.
CONTEÚDOS DO ARTIGO
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ROTA DO ROMÂNICO EM PORTUGAL
Localizado no noroeste de Portugal, o território abrangido pela Rota do Românico engloba 12 municípios, distribuídos pelas áreas geográficas do Vale do Sousa, do Douro Sul e do Baixo Tâmega.
A Rota do Românico em Portugal tem então três áreas distintas e uma é a Rota do Românico no Vale do Douro. Como já as fizemos às três, partilhámos aqui no blogue as dicas práticas com roteiro e indicações de alojamentos e restaurantes para cada uma delas.
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ROTA DO ROMÂNICO NO VALE DO DOURO
Foi precisamente à Rota do Românico no Vale do Douro que decidimos dedicar um fim-de-semana. O percurso da Rota do Românico no Vale do Douro compreende 14 monumentos, iniciando-se na Igreja de São Miguel de Entre-os-Rios, em Penafiel, e terminando no Memorial de Alpendorada, em Marco de Canaveses, passando também pelos concelhos de Castelo de Paiva, Cinfães, Resende e Baião.
Seguem-se dicas gerais para a Rota do Românico no Vale do Douro e uma breve referência aos locais que visitámos, bem como alguns outros que achamos que devem ser visitados de forma a conhecer melhor a Rota do Românico no Vale do Douro em Portugal.
DICAS GERAIS PARA A ROTA DO ROMÂNICO DO VALE DO DOURO
1. Junte a magnífica experiência vinícola e gastronómica a este itinerário pela Rota do Românico no Vale do Douro. Não se irá arrepender de fazer a Rota do Românico no Vale do Douro.
2. Levante o seu passaporte da Rota do Românico no Vale do Douro. Parte da beleza e divertimento desta aventura parte desta ideia genial. O passaporte da Rota do Românico no Vale do Douro permite-lhe colocar um “visto” em cada monumento visitado e ao mesmo tempo responder a uma questão sobre esse monumento.
3. Para fazer o percurso da Rota do Românico no Vale do Douro precisa de transporte particular. Não há transportes públicos na Rota do Românico no Vale do Douro. Se não tiver carro para a Rota do Românico no Vale do Douro pode alugar carro aqui.
ROTEIRO PARA TRÊS DIAS NA ROTA DO ROMÂNICO NO VALE DO DOURO
PRIMEIRO DIA NA ROTA DO ROMÂNICO NO VALE DO DOURO
No primeiro dia da Rota do Românico no Vale do Douro, ouse e desfrute da arquitectura mas também da alma das gentes e cultura do Douro. Faça uma viagem descansada já que todo o percurso da Rota do Românico no Vale do Douro está muito bem sinalizado, aparecendo frequentemente sinais indicativos “Rota do Românico” e a indicação para cada um dos monumentos a visitar a seguir está sempre sinalizada na estrada. Isto facilita muito a navegação. Neste dia da Rota do Românico no Vale do Douro só precisará de fazer um desvio na rota para visitar a aldeia de Tormes, onde se localiza a Casa de Eça de Queiroz. Caso não tenha ainda o mapa disponibilizado pela Rota do Românico no Vale do Douro, procure-o em qualquer posto de turismo da região, ou num hotel ou restaurante do lugar onde vai iniciar o percurso da Rota do Românico no Vale do Douro.
1. Ponte de Esmoriz
A Ponte de Esmoriz, na Rota do Românico no Vale do Douro, deve ter sido edificada entre os séculos XV e XVII, sobre o rio Ovil, no âmago do antigo couto de Ancede. Inclui-se na categoria de travessias de âmbito local e regional, assegurando a boa passagem dos gados aos pastos e os produtos vindos dos cais fluviais de Porto Manso e Pala ao Mosteiro de Ancede (Baião).
2. Mosteiro de Santo André de Ancede
Edificada numa encosta voltada ao Douro, a Igreja dedicada ao apóstolo Santo André, em Ancede, foi cabeça de um extenso património religioso e espiritual, mas também económico. Desde cedo os monges souberam tirar partido da exploração dos recursos naturais e, sobretudo, do manejamento de técnicas para criar um importante entreposto comercial baseado na produção e exportação de vinho e na administração das rendas que lhes eram devidas pela posse de propriedades a norte e sul do Douro.
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A capela do Senhor do Bom Despacho, no vasto adro da Igreja, junto ao muro que sustém a área das adegas e demais edifícios para uso agrícola, é um pequeno e curioso templo, de planta octangular. Pode também visitar-se o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho, onde poderá conhecer os espaços recuperados dos antigos celeiros, a adega, os lagares e a quinta.
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3. Fundação Eça de Queiroz (almoço)
A Fundação está sediada na Casa e Quinta de Vila Nova, pertencente à família da mulher de Eça, Emília de Castro Pamplona, propriedade que Eça recebeu em herança e imortalizou como Quinta de Tormes em ‘A Cidade e as Serras’. Foi objecto de intervenções arquitectónicas, criando-se um espaço museológico, uma biblioteca, um arquivo, um mini-auditório e um espaço para serviços administrativos. Além disso, três casas de antigos caseiros foram transformadas em casas de turismo rural. Este é um belo desvio na Rota do Românico no Vale do Douro.
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Durante uma visita à casa é possível um contacto próximo com alguns dos objectos pessoais de Eça de Queiroz (como o famoso monóculo), da mobília da sua casa em Paris, quadros, fotografias, presentes de amigos (como a cabaia que lhe trouxeram da China), uma parte da sua biblioteca e dos seus descendentes, e a que é, provavelmente, a peça mais emblemática de todo o espólio, a escrivaninha onde Eça escrevia de pé. O escritor fazia-se acompanhar por cartões onde escrevia uma descrição detalhada de lugares e pessoas do seu quotidiano, que depois usava como inspiração para as suas obras. A visita terminou na capelinha do século XVI, que é a parte mais antiga da casa, e no rés-do-chão, outrora adega, onde há agora um auditório e uma pequena loja, onde comprámos uma garrafa de Vinho de Tormes, produzido na propriedade. Se quiser saber mais sobre a nossa visita veja este nosso post aqui no blogue.
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RESTAURANTE TORMES: Não há melhor experiência gastronómica nesta área do Douro do que esta. O Restaurante de Tormes, localizado mesmo ao lado da casa-mãe, tem como especialidade as ementas queirosianas. Depois de nos deixarmos encantar pelo magnifico menu, elaborado com requinte, extremo bom gosto e originalidade, experimentámos alguns dos pratos mencionados em diferentes obras do escritor. O menu replica o passaporte de Eça de Queiroz numa altura em que não existia fotografia.
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Depois de entradas com presunto, alheira, bolinhos de bacalhau, peixinhos da horta (feijão verde panado) e bifinhos de vinha d’alho, passámos aos pratos principais, o famoso arroz de favas com frango alourado (mencionado em ‘A Cidade e as Serras’), que estava delicioso, e o bacalhau assado no forno. Tudo, claro está, regado com Vinho de Tormes.
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O livro ‘A Cidade e as Serras’ serve de mote à ementa mas existem muitas outras opções queirosianas no menu. A tradição gastronómica da região que encantou Eça de Queiroz continua a encantar quem por aqui passa na Rota do Românico no Vale do Douro.
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Esta é um experiência obrigatória nesta área do Douro, permitindo aliar a cultura popular portuguesa ao requinte e bom gosto. Tudo isso num ambiente culturalmente rico e cheio de detalhes encantadores.
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4. Igreja de São Tiago de Valadares
É constituída por nave única e capela-mor quadrangular, mais estreita e mais baixa, e aparenta uma estrutura “rústica”. A Igreja fundou-se em propriedade particular e, mesmo quando sob o poder da Igreja Católica, nunca deixou a esfera de influência dos senhores de Baião, concelho onde sempre se integrou Valadares.
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São Tiago, companheiro de Cristo, romeiro e peregrino, é aqui representado como Apóstolo “mata-mouros”, combatente das heresias e dos protestantismos diversos. Para quem não tem vertigens, aconselha-se subir a escada que leva ao topo da fachada para ter boas vistas da paisagem e redondezas.
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5. Igreja de Santa Maria de Barrô
A Igreja de Barrô, na Rota do Românico no Vale do Douro, foi edificada na margem esquerda do rio Douro, num terreno de acentuado pendente, pelo que a fachada principal se encontra a uma cota mais baixa do que a capela-mor. Conhece-se a relação da fundação da Igreja de Barrô, por doação real, como igreja particular de Egas Moniz, o Aio, “tenente” de São Martinho de Mouros e governador da região de Lamego. No seu interior, o tema da caçada, enquanto alegoria de luta contra o mal, está representado nos capitéis.
6. Igreja de São Martinho de Mouros
Imponente, a Igreja de São Martinho de Mouros, na Rota do Românico no Vale do Douro, ergue-se a meia encosta, sobre o curso terminal do ribeiro de Bestança (ou de São Martinho), no seu caminho rumo ao rio Douro. A sua silhueta domina as casas próximas e o maciço em forma de torre que forma a sua fachada principal torna-a singular, parecendo ter um carácter militarizado (mais simbólico do que efectivo).
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Quando a visitámos na Rota do Românico no Vale do Douro, era final de dia, o sol estava a pôr-se e a sua beleza e altivez foram realçadas pela luz nela incidente.
ONDE COMER NA ROTA DO ROMÂNICO NO VALE DO DOURO
RESTAURANTE GATO PRETO: Aproveite que neste dia a Rota do Românico no Vale do Douro termina próximo de Mesão Frio e vá jantar à Régua. Recomendamos o restaurante Gato Preto, um restaurante simples com menu regional e acessível. O Sr. Dinis recebeu-nos super bem. Recomendou-nos um belo vinho do Douro, da Quinta do Vallado, para acompanhar o jantar. O vinho era muito bom mas a comida não ficava nada atrás. De entrada, uma alheira grelhada, acompanhada com azeitonas fez as nossas delicias. Lá fora chovia, e a Régua estava com pouco movimento, mas no Gato Preto a noite estava animada.
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O Sr. Dinis recomendou-nos uma bela espetada de porco preto com ananás e costela de vitela. Os pratos estavam deliciosos e não desiludiram nem por um minuto. A batata frita caseirinha é fantástica.
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De sobremesa resolvemos experimentar a crista de galo com gelado, um doce típico da região, e crumble de maça com gelado. Apesar da distância de regresso a Ribadouro, o jantar valeu bem a pena.
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SEGUNDO DIA NA ROTA DO ROMÂNICO NO VALE DO DOURO
Neste dia na Rota do Românico no Vale do Douro vamos explorar a arquitectura da região mas também os modos de vida rural da Serra do Montemuro. A Rota do Românico no Vale do Douro atravessa esta serra e vale a pena perder algum tempo a explorar este espaço tão belo e agradável. Aproveite para conhecer melhor estas belas serranias portuguesas nesta Rota do Românico no Vale do Douro.
1. Resende
Se for a época das cerejas irá com certeza parar aqui na sua Rota do Românico no Vale do Douro! As cerejeiras são Reis e rainhas da paisagem desta área do Douro e, durante o mês de Maio e Junho, passear por aqui é um deleite. Este ano as cerejeiras estavam muito atrasadas. O tempo não tem sido nada amigo desta cultura pelo que as cerejas que encontramos à venda eram caríssimas. No entanto, não deixa de ser interessante visitar esta pequena vila portuguesa, rodeada por campos agrícolas onde dominam as árvore de fruto.
2. Mosteiro de Santa Maria de Cárquere
Edificado na encosta norte do maciço de Montemuro, quase à vista do Douro, o complexo monástico de Cárquere notabiliza-se não apenas pelo conjunto arquitectónico e artístico, mas pela profunda ligação aos primeiros anos da nacionalidade. A robusta torre, de natureza defensiva e senhorial, poderá ter sido edificada na mesma ocasião do conjunto monástico, no último quartel do século XII ou já no XIII.
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Sendo Cárquere um santuário mariano, é aqui muito forte a presença da Virgem, venerada sob dois títulos, o de Cárquere (século XIII) propriamente e o da Senhora Branca (século XIV).
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A primeira teria contemplado o infante Afonso Henriques, que a lenda diz ter nascido defeituoso das pernas, com uma extraordinária cura. Sob intercessão da Virgem, Egas Moniz trouxe o príncipe até Cárquere e, tendo aqui assistido ao milagre, foi generoso com a Igreja e o Mosteiro.
3. Serra de Montemuro, um desvio na Rota do Românico no Vale do Douro
Do alto da Serra do Montemuro, as vistas sobre o Douro são avassaladoras e, embora aqui o Douro não exiba os campos agrícolas que podemos ter no nosso imaginário, o rio continua a ser extremamente belo. Acima dos mil metros de altitude, a população e as povoações são bastante raras mas o modo de vida rural encontra-se preservado nos pequenos detalhes. A agricultura e criação de gado continuam a ser as principais fontes de rendimento das populações da serra, sendo frequente vermos passar os pastores, conduzindo rebanhos de cabras e ovelhas ou manadas de vacas.
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Os granitos são os Reis e senhores da paisagem, produzindo formações rochosas em bola. Há alguns trilhos para percorrer na serra mas, infelizmente, não tivemos tempo para os explorar. Amorim Girão, geógrafo português, chamou-lhe “a mais desconhecida serra portuguesa” e, embora muito tempo tenha passado, a realidade continua a ser esta.
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A serra está cheia de pequenos encantos, belas aldeias e paisagens deslumbrantes. Deixe-se encantar por este bocadinho do nosso território e pela simpatia das suas gentes. A aldeia da Gralheira vale uma visita mais demorada. Deixe-se levar pelo ritmo de vida rural e dê um pequeno passeio na aldeia.
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4. Ponte da Panchorra (Gralheira) (almoço)
Para desfrutar verdadeiramente da Serra do Montemuro vale a pena trazer uma merenda para fazer um piquenique. A zona verde perto da ponte da Panchorra, próximo da aldeia da Gralheira, é um óptimo local para desfrutar da natureza e fazer um piquenique na Rota do Românico no Vale do Douro.
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O rio Cabrum divide actualmente os municípios de Cinfães e Resende, estendendo-se ao longo de cerca de 10 quilómetros até desaguar no Douro. O troço inicial do seu curso corre entre os 1300 e os 1050 metros aproximadamente, e foi aqui que se edificou a Ponte da Panchorra, numa paisagem estonteante. A Ponte era destinada a suprir as necessidades de acesso da comunidade da Panchorra aos seus terrenos agrícolas e silvícolas. Foi um dos sítios mais bonitos que visitámos na nossa Rota do Românico no Vale do Douro.
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5. Cinfães do Douro
Este pequena vila portuguesa contempla o Douro e pode ser um bom local para se parar e beber uma bebida fresca num dos cafés da praça principal. Com uma história ligada às ordens dos Cavaleiros Templários, Cinfães viu aqui passar D. Afonso Henriques e o seu aio Egas Moniz.
ONDE COMER NA ROTA DO ROMÂNICO NO VALE DO DOURO
RESTAURANTE A CASA DO ALMOCREVE: O restaurante Casa do Almocreve é o local ideal para provar os pratos típicos da região de Baião, nomeadamente o anho e vitela assados em forno de lenha. Quando chegámos ao Almocreve já era noite e a Alexandra recebeu-nos com um sorriso rasgado e um abraço que nos aqueceu. O restaurante é um espaço muito acolhedor. Com paredes de pedra granítica, uma bela lareira (que nos fez sonhar com uma visita nas noites frias de Inverno) e uma pequena lojinha de produtos regionais e tradicionais, o local é muito agradável. Toda a comida era deliciosa mas melhor ainda foi a forma com que todas as sugestões nos foram servidas com uma dose acrescida de amor.
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Alexandra recomendou-nos uma entrada que nos apaixonou: mil-folhas de queijo e presunto com compota de pimentos vermelhos. Olhámos um para o outro mas decidimos arriscar. Ainda bem que o fizemos porque a compota era divinal e casava na perfeição com o crepe. Já que a sugestão tinha sido tão boa, resolvemos seguir outra recomendação da Alexandra e acompanhamos a nossa refeição com um espumante verde tinto. Foi uma opção arrojada (já que não somos grandes fãs de espumantes), mas acabou por ser mais uma casamento feliz para acompanhar o magnífico anho e vitela, acompanhados por arroz de forno (divinal).
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Jantamos tão bem, que já estávamos preparados para dispensar a sobremesa. Mas quando a Alexandra nos mostrou a especialidade da casa, um bolo de noz com doce de ovos, não resistimos. Dividimos uma fatia magistral. A Casa do Almocreve foi uma excelente opção para terminar o nosso dia na Rota do Românico no Vale do Douro.
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TERCEIRO DIA NA ROTA DO ROMÂNICO NO VALE DO DOURO
No último dia da Rota do Românico no Vale do Douro exploramos o Douro Inferior, em direcção a Entre-os-Rios e à confluência com o rio Tâmega.
1. Igreja de São Cristovão de Nogueira
Profundamente alterada na Época Moderna, a Igreja de São Cristóvão, do extinto concelho de Nogueira, é estruturalmente uma construção medieval enquadrada no chamado “românico de resistência”, onde se conjugam as persistências de sabor românico com os anúncios do gótico. No seu exterior, estão representadas várias figuras humanas e focinhos de animais.
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Não se deixe ficar pelo exterior. O interior da igreja é dos mais belos exemplares portugueses, cheios de encantos e tesouros para descobrir…
No interior a profusão e mescla de estilos artísticos resulta num rico conjunto, do qual se destaca a talha dourada e o tecto da nave, com 57 painéis de santos e santas ligados à Reforma Católica.
2. Igreja de Santa Maria Maior de Tarouquela
A sua origem, em meados do século XII, associa esta casa monástica a um casal que adquiriu uma herdade que fora de Egas Moniz, o Aio de D. Afonso Henriques, e sua mulher. Foi um dos primeiros mosteiros femininos no vale do Douro, e foi gerido por dinastias de abadessas, sendo que a história deste mosteiro se cruza com a das famílias mais notáveis da região, muitas vezes resultado de ligações amorosas. Abandonado o mosteiro, do antigo complexo apenas sobreviveu a Igreja. Os elementos decorativos do exterior são deveras curiosos, sendo de destacar as aves, serpentes, e um homem acocorado que segura os seus órgãos genitais.
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3. Igreja da Nossa Senhora da Natividade de Escamarão
Apesar do seu carácter tardio, a Igreja de Nossa Senhora de Escamarão, na Rota do Românico no Vale do Douro, assume uma especial importância devido à sua implantação estratégica, na confluência dos rios Paiva e Douro. Esta Igreja é um exemplo do que a História da Arte tem vindo a chamar de “gótico rural”. Distingue-se uma belíssima janela na parede do fundo, com pérolas decorando as arquivoltas, um tema comum nas igrejas românicas das bacias do Douro e Tâmega.
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4. Marmorial do Sobrado
Habitualmente designado de Marmorial da Boavista, este monumento na Rota do Românico no Vale do Douro apresenta uma tipologia diferente dos Memoriais da Ermida e de Alpendorada, uma vez que não apresenta arco. É formado por duas cabeceiras verticais, com cruzes latinas gravadas em cada face, onde se apoiam duas lajes horizontais. Sobre a laje superior está gravada uma cruz dentro de um triângulo. Na laje inferior foi gravada uma longa espada e uma cruz grega, inscrita em círculo. A sua edificação está envolta em lendas, e terá sido mandado erguer após um duelo por uma donzela, do qual resultou um casamento cujo fruto terá sido Santo António de Lisboa.
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5. Igreja de São Miguel de Entre-os-Rios
Esta Igreja da Rota do Românico no Vale do Douro, cuja primeira referência documental data de 1095, mas que terá sido alvo de uma reforma no século XIV, situa-se num importante território da época da Reconquista, que se enquadra na reorganização político-militar conduzida pelo rei Afonso III das Astúrias com o objectivo de criar condições de segurança que permitissem a fixação da população no vale do Douro.
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6. Memorial da Alpendorada
O Memorial de Alpendorada ergue-se, hoje, junto ao cruzamento das estradas nacionais 210 e 108, numa área completamente urbanizada na Rota do Românico no Vale do Douro. No entanto, não é esta a sua original implantação, tendo a sua trasladação sido feita durante a década de 1970. Estes monumentos funerários são erguidos em terrenos ermos, embora com frequência junto a caminhos importantes e correspondem geralmente aqueles que tiveram morte acidental ou em duelo, estando assim proibidos de serem sepultarem em terreno sagrado. O Memorial de Alpendorada não tem, no entanto, qualquer epígrafe que ajude a precisar a natureza da tumulação que nele foi realizada.
7. Capela da Nossa Senhora da Livração de Fandilhães
Implantada a cerca de 500 metros de altitude, é uma igreja Enigmática, hoje consagrada à Senhora da Livração, e surge como um caso isolado no seio do românico português. Obra inacabada ou demolida? Não se sabe, pois as fontes documentais existentes não são claras quanto ao assunto. Só as escavações arqueológicas no local poderão desvendar este enigma. Hoje, apenas permanece a capela-mor, sendo que o arco triunfal foi convertido em portal principal. Junto deste ainda vemos os arranques da nave (que ainda foram começados ou que se deixaram ficar), mais larga e mais alta que a cabeceira, como era de regra.
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ONDE COMER ROTA DO ROMÂNICO
RESTAURANTE A VER O DOURO: “A melhor carne arouquesa come-se aqui”, disseram-nos. Com uma descrição destas, tínhamos que experimentar. O restaurante A Ver o Douro situa-se em Paços de Gaiolo, no concelho de Marco de Canaveses. Quando aqui chegámos, sentámo-nos na esplanada com vista sobre o Douro e ficamos logo rendidos à magnificência da paisagem. Começámos com uns bolinhos de bacalhau deliciosos, assim como rissóis e queijo da região. Na Rota do Românico no Vale do Douro fazemos sempre questão de acompanhar as nossas refeições com vinho da região e aqui não foi excepção.
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O prato principal foram os magníficos nacos de carne arouquesa, que até parecia derreter-se na boca (lembrando a carne argentina), acompanhada por umas batatinhas fritas caseirinhas que estavam uma delícia. De sobremesa provamos o cheesecake de frutos silvestres (que estava magnífico) e o bolo de bolacha caseiro.
No final da visita estávamos verdadeiramente satisfeitos. O vale do Douro Inferior foi uma descoberta fantástica de um Douro ainda pouco conhecido mas pronto para ser explorado. Há imensas razões para se visitar esta região, desde a cultura, arquitectura, natureza, gastronomia e vinicultura. Não perca nenhuma das riquezas desta região.
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ONDE DORMIR NA ROTA DO ROMÂNICO
DOURO VALLEY HOTEL AND SPA: Entre Ribadouro e a Pala, este novo hotel alia glamour e requinte à tradição do Douro. Debruçado sobre o rio, todos os quartos do hotel têm vista sobre o Douro e sobre o vale, criando um ambiente mágico. Os quartos são muito espaçosos e confortáveis tendo tudo o que se necessita para passar uns bons dias no Douro.
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Quando optámos por este hotel na Rota do Românico no Vale do Douro, procurávamos um lugar tranquilo para relaxar ao longo da Rota do Românico no Vale do Douro. O hotel foi exactamente o que procurávamos.
PROCURE AQUI ALOJAMENTO NO DOURO
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