A paisagem da região do Alto Douro Vinhateiro é determinada pelo curso natural do rio e pelo esforço sobre-humano de gerações passadas. A beleza do Alto Douro Vinhateiro é fruto em iguais porções da generosidade divina e do suor humano, resultante do trabalho árduo e continuado de uma paisagem natural, bela por natureza mas que se tornou única no mundo pela mão do Homem. As encostas que ladeiam o rio no Alto Douro Vinhateiro foram trabalhadas ao longo de séculos, partindo-se o xisto, construindo-se terraços e muros, e cultivando a vinha em socalcos. O resultado no Alto Douro Vinhateiro é assombroso, uma paisagem única no mundo. Nas palavras do poeta Miguel Torga: “é um excesso de natureza. […] Um poema geológico. A beleza absoluta.”. É o Alto Douro Vinhateiro!
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Os primórdios do Alto Douro Vinhateiro
O pintor e escultor Miguel Ângelo passava horas olhando um bloco de mármore, dizendo a lenda que ele conseguia imaginar os mais ínfimos pormenores da sua obra ainda não criada pelas suas mãos, mas já visualizada pelo olho da sua mente. Ao contrário dele, os comuns dos mortais apenas podem admirar a beleza das suas esculturas depois de a pedra em bruto ter sido moldada à vontade do seu criador.
Da mesma forma, onde muitos só viam uma terra agreste e selvagem, houve quem tivesse sonhado uma região em Portugal onde a natureza pudesse ser domada para obedecer às necessidades do Homem, e ser dedicada ao fabrico do néctar do Deus Baco. Nasceu o Alto Douro Vinhateiro.
Mas a ligação do vinho ao Douro vem de há quase dois milénios no Alto Douro Vinhateiro. Numa terra dura e difícil de transpor, o rio Douro foi desde sempre uma via de comunicação de povos e culturas, apesar das dificuldades de navegação. Foram os romanos que introduziram técnicas de plantação da vinha e de produção do vinho no Alto Douro Vinhateiro, mas foi sobretudo a partir do século XVII que a produção de vinho começou verdadeiramente a crescer, com o objectivo último da exportação. Em 1678, a Alfândega do Porto regista, pela primeira vez, com a designação de Vinho do Porto, os vinhos exportados pela barra do Douro no Alto Douro Vinhateiro.
Criação da Região Demarcada do Douro
O Tratado de Methuen (1703) abriu as portas à exportação para Inglaterra, e levou a uma corrida desenfreada a novas plantações no Alto Douro Vinhateiro. Pouco depois era evidente a necessidade de combate às fraudes, e de regulamentação de preços e da produção no Alto Douro Vinhateiro. Com visão do futuro, o Marquês de Pombal institui a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, em 1756, e a Região Demarcada do Douro torna-se a primeira região vitivinícola, a nível mundial, a ser demarcada e regulamentada. A área demarcada do Alto Douro Vinhateiro sofreu algumas alterações ao longo dos anos, nomeadamente a incorporação do Douro Superior, mas a filosofia manteve-se a mesma. Em 1926 foi criado o Entreposto do Douro em Vila Nova de Gaia, destinado ao armazenamento e exportação dos vinhos da Região Demarcada do Douro, e em 1932 foi criada a Federação Sindical dos Viticultores da Região do Douro, hoje Casa do Douro.
Actualmente, a Região Demarcada do Douro estende-se por cerca de 250.000 hectares, e a plantação de vinha ocupa cerca de 48.000 hectares, que corresponde a uma área efectiva de cerca de 19 % da área total. Divide-se em três zonas distintas no Alto Douro Vinhateiro: a oeste, o Baixo Corgo (até à Régua), no centro o Cima Corgo (até ao Cachão da Valeira) e a leste, o Douro Superior (até à fronteira espanhola). Nesta região se produz não só o afamado Vinho do Porto, mas também os vinhos de mesa de designação “Douro”.
O Alto Douro Vinhateiro como Património da UNESCO
O Alto Douro Vinhateiro foi inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva, a 14 de Dezembro de 2001. A zona classificada tem cerca de 24.000 hectares e inclui área do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. Os treze concelhos que fazem parte da zona distinguida pela UNESCO são Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Mesão Frio, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Tabuaço, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real.
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