– Informam-se os passageiros que voo para a Ilha das Flores está atrasado e sem hora prevista de sair devido a mau tempo no local de destino.
Era o primeiro aviso de mau tempo. Esperámos, felizmente, pouco mais de uma hora. O vento e o nevoeiro não se faziam rogar quando aterrámos em Santa Cruz das Flores, mas um sol envergonhado deixou-nos esperançosos.
– Vamos aproveitar! – Vamos!
Alugámos carro na Ilha das Flores e lançámo-nos à Fajã Grande, cruzando a ilha iluminada por raios de sol fugazes. Partilhámos as ruas das Flores com vacas e tractores. Instalámo-nos magnificamente na Casa das Cascatas, com uma vista fabulosa sobre a Fajã Grande e o Atlântico. Cátia recebeu-nos com um sorriso rasgado.
O cheiro do oceano abriu-nos o apetite mas nenhum restaurante nos servia àquela hora. Eram quase três da tarde. Conseguimos juntar-nos a um grupo de pescadores que bebiam cervejas e jogavam às cartas num boteco e petiscámos qualquer coisa. Com sol nas Fajãs decidimos arriscar e seguir para o Poço da Ribeira do Ferreiro. Foi aí que o tempo mudou. Mal começámos a subir, a ilha encheu-se de nuvens, uma espécie de capacete de nebulosidade, e nunca mais o tirou. Fizemos o trilho, lindo, envoltos em vegetação atlântica luxuriante, com fetos gigantes e árvores magistrais.
No final do trilho, uma bela lagoa rodeada por cascatas de água. Infelizmente, o topo das cascatas não se via. As nuvens desciam vertentes abaixo, como espuma das águas do oceano. Esperámos mais de uma hora. Quase duas. Só desistimos com as primeiras gotas de chuva. Haveriam outros dias na ilha para regressar. Era hora de continuar.
Tentámos várias lagoas mas a única coisa que vimos foi a estrada e mantos de nuvens espessas que pareciam impenetráveis. A muito custo penetrámos, como que tentando alcançar o outro lado.
E conseguimos. Depois de muito conduzir na ilha, chegámos à parte nordeste onde as nuvens se dissiparam, dando lugar ao sol e permitindo-nos ter mais do que dois metros de visibilidade. Saímos do carro e fomos comemorar com as primeiras vacas que encontrámos . 😀 Estranho, não? Sim. Agora também nos parece. Na altura soube-nos muito bem.
Aproveitámos o pôr-do-sol para explorar a parte norte da ilha, nomeadamente a bela Ponta Delgada e o Farol de Albarnaz. O vento continuava sem dar tréguas e tentava a todo o custo atirar-nos vertente abaixo.
O dia na Ilha das Flores terminaria em Santa Cruz das Flores, jantando num boteco com vista sobre a Fábrica da Baleia, lembrando a importância do cachalote para as comunidades rurais da ilha. Ainda que o tempo não tenha ajudado muito, a verdade é que só pelo que vimos hoje já valeu a pena vir às Flores. Amanhã será um novo dia na Ilha das Flores e outros se seguirão. Viajar é assim, nem sempre as coisas correm tal como gostávamos, mas mesmo assim o resultado é sempre bom.
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Veja as crónicas da nossa viagem à ilha das Flores aqui
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- Crónicas da Ilha das Flores – Açores | Dia 2 – Vamos até ao Corvo!
- Crónicas da Ilha das Flores – Açores | Dia 3 – Pelos trilhos da ilha
- Crónicas da Ilha das Flores – Açores | Dia 4 – As Festas do Espírito Santo
- Crónicas da Ilha das Flores – Açores | Dia 5 – Presos na ilha!
- Crónicas da Ilha das Flores – Açores | Dia 6 – O regresso
Como vou visitar essas ilhas em Setembro….estas dicas/sugestões vierem em boa altura. OBG!
Ainda vem muito mais, Fernando. 😀
Olá
Acabei de ver-vos há pedaço, (penso que) a regressar do Corvo.
Já ontem tinha reconhecido o Rui, mas a Carla não. (Isto uma pessoa segue um blog e pensa logo que é íntima!… 😛 )
A nós aconteceu o mesmo no Poço da Ribeira do Ferreiro, ontem: o nevoeiro não deixou ver o princípio das cascatas. Mas isso não impediu que achássemos aquele um lugar do princípio do mundo!
Bons passeios florentinos!
M. Céu Fialho
Maria do Céu, vamos cruzar-nos mais vezes certamente. Fale connosco, nós adoramos uma boa conversa. De certeza que eramos nós, hoje fomos ao Corvo!
Corvo, Flores, Graciosa, eis algumas ilhas açoreanas que eu ainda não conheço (vou muitas vezes ao arquipélago, porque o meu irmão mora lá – mas por causa disso mesmo acabo por ficar muito tempo no Faial, onde ele vive). Bom, aproveitem bem essa viagem que os Açores são ma-ra-vi-lho-sos! – , e venha de lá esse sol. Beijinhos :)))
Quando voltar ao Faial já sei quem vou chatear. 😀