Quando chegámos a Salalah, ainda não tínhamos a certeza como seriam os poucos dias que tínhamos. Um deles era obrigatório dedicar à cidade, mas quanto aos outros dois, tínhamos dúvidas. Os serviços das agências locais são extremamente caros; qualquer tour, de um ou dois dias, tem um preço exorbitante. Podíamos alugar carro, e ficaria muito mais barato, mas um dos locais que queríamos visitar, o deserto do Empty Quarter, não era acessível a um carro sem tracção às quatro rodas. Sendo assim, acabámos por escolher contratar uma agência local, sendo que, no primeiro dia, iríamos visitar alguns locais perto de Salalah, a leste e a caminho do deserto, e, após uma noite no deserto, percorrer parte da estrada costeira a oeste de Salalah, em direcção ao Iémen.
Ficam aqui as nossas sugestões para locais a visitar locais perto de Salalah, a leste e a norte, com base no roteiro do nosso primeiro dia.
Taqah
A cerca de 30 km a leste de Salalah, Taqah é uma pequena vila com tradição pesqueira, e é um dos locais perto de Salalah a visitar. Visitámos o Forte de Taqah, do século XIX, restaurado e com um pequeno museu no seu interior, exibindo os costumes, objectos e tradições das pessoas nativas da região de Dhofar, no sul de Omã. O forte foi, na realidade, a residência de um chefe tribal, Sheikh Ali bin Taman Al Ma’shani, avô do sultão Qaboos. Aliás, a mãe do sultão está sepultada no cemitério da vila.
Dali seguimos para junto ao mar, e subimos (de carro) a um promontório rochoso, onde se tinha uma vista fantástica sobre a povoação.
Khor Rori
De seguida, visitámos Khor Rori, as ruínas de um dos mais importantes portos marítimos da península arábica no início da nossa era. Para aqueles interessados em locais perto de Salalah com carácter histórico, este sítio é obrigatório. Este porto foi provavelmente fundado como um entreposto comercial pelos Hadhrami, com o objectivo de controlar a exportação de franquincenso, sendo o porto referido em textos antigos como Moscha Limen.
A localização das ruínas é realmente fantástica, estando a cerca de 400 m do mar aberto, e numa colina dominando uma pequena enseada numa desembocadura de água doce (khor).
Pensa-se que a desintegração do local tenha começado por volta do século V. As escavações modernas começaram ali na década de 1950, e foi inscrito como Património da UNESCO em 2000, fazendo parte da “Terra do Franquincenso”.
Wadi Darbat
Wadi Darbat é um dos locais preferidos dos habitantes de Salalah para um passeio em família, principalmente, na época de Khareef, de Junho a Agosto, quando cai chuva e o nevoeiro é constante. Nessa altura do ano, a paisagem torna-se mais verdejante, e os rios transportam muito mais água, e no Wadi Darbat isso é particularmente notório, inclusive com a existência de quedas de água.
Na altura que visitámos, o rio levava pouca água, mas a paisagem continuava a ser fantástica. Muita vegetação e muito verde (principalmente comparado com o padrão de todo o resto de Omã), vacas, cabras e camelos pastando nas margens do rio, e alguns visitantes (em número não comparável com aquele que se verifica na época alta) a dar um passeio de barco, conjugavam-se para criar um cenário idílico e que atrai ali tantos omanitas e turistas.
Parque Natural de Franquincenso
Seguimos então em direcção a norte, com destino final no deserto de Rub Al Khali, também conhecido como “Empty Quarter”. No caminho parámos no Parque Natural de Franquincenso, uma área conhecida como Wadi Dawkah, a cerca de 40 km de Salalah, e uma extensão de cerca de 5 km2 onde se encontra uma densidade alta de árvores de franquincenso, sendo Património da UNESCO, parte da “Terra do Franquincenso”. Na altura do ano que visitámos, o Wadi é completamente seco, e pode percorrer-se o terreno junto às árvores que produzem este produto tão cobiçado no passado, mas que ainda hoje constitui uma das principais exportações de Omã.
Desde os tempos imemoriais, em que o franquincenso era usado em cerimónias fúnebres, em cremações, como material de embalsamento, como ambientador e repelente de mosquitos dentro de casa, e como oferenda aos deuses e antepassados, até aos dias de hoje, em que o franquincenso continua a ser usado em larga escala pela Igreja Católica nos seus rituais de purificação, e em que a medicina moderna investiga as usa propriedades curativas, este produto continua a despertar a curiosidade de muitos.
Em Wadi Dawkah, pudemos aprender como se extrai esta resina natural, fazendo-se incisões na casca, que depois segrega uma seiva leitosa, que seca e endurece, formando as pedras “preciosas” cobiçadas por tantos ao longo dos séculos.
Ruínas de Ubar
Depois de almoçarmos, juntamente com o nosso guia, num restaurante local em Thumrait, seguimos em direcção a Shisr, a cerca de 180 km a norte de Salalah, e a aldeia perto da qual foi descoberta a cidade perdida de Ubar. As escavações continuam, e o debate também. Para muitos arqueólogos, era uma cidade de caravanas e riquezas, o elo de ligação no comércio do franquincenso, unindo o interior desértico e a costa numa rota comercial que durou séculos, um tesouro escondido pela degradação das rotas terrestres e pelo avanço das areias do deserto, e finalmente redescoberto na década de 1990. O museu local continua em construção, mas existem alguns painéis que fornecem a informação básica. É um dos locais inseridos na “Terra do Franquincenso”, Património da UNESCO, e constitui uma visita obrigatória para todos aqueles interessados na história comum da humanidade e que querem visitar locais perto de Salalah.
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Adorei ver o seu blogue estou em Mascate. Está de parabéns porque está muito bem explicado
Obrigada Sil. Espero que gostem de Omã. Nós gostamos muito.