Malé é a capital das Maldivas e, apesar da maioria das pessoas evitar a cidade, a verdade é que Malé é uma cidade super interessante e que vale mesmo a pena visitar. Quando o nome “Maldivas” é mencionado numa conversa, inúmeras imagens saltam à mente: praias fabulosas, ilhas desertas, recifes de coral, resorts luxuosos, a cidade mais densamente povoada do mundo… Como?! É verdade. A capital das Maldivas, Malé, é uma cidade que surpreende os visitantes e é uma óptima maneira de começar uma viagem a este país tão sui generis.
A cidade de Malé, capital das Maldivas
A ilha de Malé tem uma área de 1,95 km2 e uma população que ronda 100 mil pessoas, de várias nacionalidades, com forte presença de emigrantes vindos da Índia, Sri Lanka e Bangladesh, resultando numa densidade populacional de quase 50 mil pessoas por km2, superior a qualquer uma das grandes metrópoles mundiais, inclusive dos seus países vizinhos sobrelotados.
O próprio nome da capital, Malé, é curioso. Malé deriva de uma palavra em sânscrito, Mahaalay, que significa “grande casa”, e a palavra “Maldivas” significa “as ilhas de Malé”. Pequena em área, mas sofrendo uma grande pressão demográfica, Malé transbordou para os seus subúrbios, como todas as grandes cidades do mundo. Mas à sua volta, há pouca terra para receber a população crescente.
As ilhas à volta de Malé
A 1 km a oeste do Malé, encontra-se a pequena ilha de Viligili, e a nordeste, a ilha de Hulhule, onde se encontra o aeroporto internacional, e, ligada a esta, a ilha artificial de Hulhumale, um projecto de finais da década de 90, e cuja construção ainda decorre, reclamando terra ao mar e, desse modo, permitindo o crescimento da capital e relaxando a pressão demográfica na ilha de Malé. Finalmente encontra-se em construção uma ponte a ligar as ilhas de Malé e Hulhule.
Chegar ao aeroporto de Malé cheio de contratempos
Foi então a Malé, uma capital única no mundo que chegámos, cheios de expectativas quanto ao que iríamos conhecer das Maldivas nos dias seguintes. Depois de esperarmos longamente pelas nossas bagagens no aeroporto de Malé, tivemos a primeira surpresa. Sabíamos que o país era conservador, já com mais de 800 anos de tradição islâmica, mas quando passámos por Madrid resolvemos comprar umas garrafinhas de vinho que esperávamos rentabilizar em solo das Maldivas. Aquando da passagem pelo aeroporto de Riade, descobrimos que, mesmo em trânsito, o decoro saudita não permite a passagem de álcool pelo aeroporto, por isso tivemos de mandar as garrafas (devidamente acondicionadas, esperávamos nós) para o porão. Na cinta do aeroporto de Malé, confirmámos o bom estado da “mercadoria”, e pensávamos que o pior tinha passado. No entanto, neste respeito, as Maldivas não ficam atrás da Arábia Saudita, e após mais uma passagem pelos raios-X, os serviços de fronteira acabaram com a aventura das nossas garrafas. Não é permitido entrar no país com álcool (apesar de este ser vendido, para todos os gostos e carteiras, nos resorts), mas prometeram-nos que nos devolveriam as garrafas à saída do país (facto que se confirmou), por isso o vinho espanhol teria de esperar para ser aberto em Guimarães.
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Onde dormir em Malé
Depois de apanharmos o ferry de Hulhule para Malé, já era fim de tarde e fomos fazer o check-in ao Lvis Hotel, o local de nossa escolha para passar a noite em Malé. Apesar de a entrada ser num beco estreito cheio de motas estacionadas, o hotel é uma boa opção, pois tem uma boa localização, os quartos são confortáveis, e os empregados são prestáveis e simpáticos. Depois de deixarmos as mochilas no quarto, aproveitámos para sair logo pois só tínhamos o final desse dia para conhecer um pouco de Malé. No dia seguinte, queríamos sair de manhã cedo para Maafushi.
Se procura os melhores hotéis de Malé escolha um destes:
- Hotel Jen Malé
- LVIS boutique
- The Vinorva Maldives
- The Somerset Hotel
- Somerset Inn
- Nalahiya Residence
- Hotel Octave Maldives
Se procura os melhores resorts próximos de Malé espreite estes resorts (todos a cerca de 10 km do aeroporto ou da capital):
- Bandos Maldives
- Paradise Island Resort & Spa
- Malahini Kuda Bandos Resort
- Kurumba Maldives (ficamos neste resort nas Maldivas e gostamos muito)
- Velassaru Maldives
- Sheraton Maldives Full Moon Resort & Spa
- Adaaran Prestige Vadoo
- Taj Exotica Resort & Spa
VISITAR MALÉ NAS MALDIVAS
Como capital que se preste, Malé tem todas as infraestruturas de uma cidade grande, e é o centro político e comercial do país. As bicicletas e, principalmente, as motos, são o meio de transporte favorito num espaço tão exíguo e numa ilha cuja elevação máxima ronda os 2,5m.
1. Conhecer a cultura das Maldivas
Uma vez embrenhados no tecido urbano, esquecemo-nos que estamos numa ilha de menos de dois quilómetros quadrados. Dirigimo-nos à marginal, pois queríamos ainda apanhar um pouco do pôr-do-sol. Para este, não chegámos a tempo, mas para a festa de Carnaval, sim.
Apesar de a população das Maldivas ser 100% islâmica (sunita), a tradição do Carnaval começa lentamente a disseminar-se, principalmente entre as crianças. Além da comemoração do aniversário de uma escola local, a marginal estava cheia de muitas crianças que se divertiam com pinturas na cara. Além disso, acabámos por ter a sorte de assistir a um espectáculo de Bodu Beru, um misto de dança e música de tambores, só com protagonistas masculinos, uma das tradições culturais populares mais genuínas do país.
2. Visitar o Mercado de Frescos de Malé
Aproveitamos o final do dia para visitar o Mercado de Produtos Frescos de Malé e abastecer de frutas para os próximos dias nos atóis das Maldivas. Compramos bananas, mangostão, fruta dragão, etc. Viemos carregados de frutas deliciosas!
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3. Praça da República e Mesquita de Malé
Dali seguimos para a Praça da República (Jumhooree Maidan), em redor da qual se encontram os edifícios governativos, o Banco das Maldivas e a principal mesquita da cidade, a Mesquita de Sexta-Feira, um edifício que combina a arquitectura moderna com alguns elementos clássicos, tais como a enorme cúpula dourada, visível até para quem chega de barco a Malé.
4. Parque do Sultão e Museu Nacional das Maldivas
Um pouco a sul da Praça, encontra-se o Parque do Sultão e o Museu Nacional. O museu é um lugar para descobrir a história, geografia e cultura das Maldivas. O parque do Sultão é uma artéria incontornável para visitar em Malé.
5. Mesquita Velha de Malé
Logo ao lado, visitámos a antiga mesquita de Malé, a mais antiga do país (1656) e provavelmente a mais invulgar que já conhecemos. Construída em pedra de coral trabalhada com inscrições corânicas, o interior desta mesquita de Malé é em madeira ricamente esculpida. À sua volta encontra-se um também invulgar minarete e um cemitério, com mausoléus de família alojados em pequenos edifícios e muitos túmulos de pedra cuja forma da lápide indica o sexo da pessoa lá alojada, pontiagudo para os homens, arredondada para as mulheres. O conjunto desta mesquita de Malé é uma pérola da arquitectura e, para nós, o local mais interessante da cidade de Malé.
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6. Túmulo de Mohammed Thakurufaanu
Um pouco a sul, encontra-se também o túmulo de Mohammed Thakurufaanu, o herói nacional que libertou as Maldivas do curto domínio português. Os portugueses estavam interessados na posição estratégica de Malé nas rotas comerciais do Índico, e estabeleceram ali um entreposto comercial, tendo morto o sultão local. No entanto, o islamismo estava já enraizado e o domínio português era muito contestado e, em 1573, uma revolta expulsou de vez os portugueses e, até hoje, o facto é comemorado como o Dia Nacional das Maldivas.
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7. Jantar com estilo em Malé
Ao início da noite, era tempo de ir jantar em Malé e escolhemos o Royal Garden Café de Malé, e não nos arrependemos. A comida era muito saborosa, o sumo natural de maracujá fabuloso, e a casa típica onde se encontra o restaurante é muito bonita. Uma boa escolha para acabar o dia em Malé. Recolhemos depois ao nosso hotel, pois no dia seguinte iríamos acordar cedo.
8. Visitar o mercado de peixe de Malé pela manhã
De manhã, e depois de tomado o pequeno-almoço no Lvis Hotel, deixámos as mochilas prontas no quarto, mas saímos primeiro para visitar o mercado de peixe da cidade de Malé. Não é muito grande, mas é muita a azáfama de vendedores e compradores, e o atum é o rei do espectáculo.
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Alguns homens dedicam-se a amanhar o peixe recentemente adquirido e os compradores aguardam e assistem, tal como nós, à perícia no manejo da faca. Regressados ao hotel de Malé, um dos rapazes ajudou-nos a arranjar um táxi e dissemos adeus ao Lvis Hotel. O nosso destino era o porto da cidade de Malé, onde iríamos apanhar o ferry local para a ilha de Maafushi. A viagem pelas praias das Maldivas estava a começar!
Ainda que curta, a nossa estadia em Malé foi muito interessante, intensa e recompensadora. Um dia, queremos voltar.
NOTA – Esta viagem às Maldivas foi feita em Fevereiro de 2017.
Se está a pensar viajar para as Maldivas, estes são alguns artigos que temos no nosso blogue e que lhe poderão interessar
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- ROTEIRO NAS MALDIVAS – O nosso artigo com o roteiro de 10 dias que fizemos a viajar nas Maldivas de forma independente, desde ilhas habitadas até ilhas resort.
- MAAFUSHI – Um roteiro com dicas de viagem para aproveitar as Maldivas com orçamentos reduzidos.
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- ATOL MALÉ SUL – MALDIVAS – Um artigo sobre os tours que se podem fazer e como explorar o Atol Malé Sul das Maldivas.
- BUNGALOW SOBRE A ÁGUA NAS MALDIVAS – A nossa experiência num bungalow sobre a água no Taj Resort nas Maldivas.
- MALÉ – Um artigo com tudo o que precisa de saber para aproveitar e visitar Malé, a capital das Maldivas.
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- ATÓIS E RECIFES DE CORAL DAS MALDIVAS – Um artigo sobre os melhores atóis e recifes de coral das Maldivas, bem como os problemas que enfrentam.
- KAANI BEACH HOTEL – A nossa experiência num hotel na ilha de Maafushi nas Maldivas e a viajar de forma independente.