Fianarantsoa é a segunda cidade mais importante de Madagáscar, logo a seguir à capital, Antananarivo, e, apesar de não ser uma cidade muito interessante, é uma excelente base para explorar a região em redor, no centro-sul de Madagáscar, com atracções próximas como o Parque Nacional Ranomafana e a Réserve d’Anja, e cidades culturalmente interessantes como Ambalavao.
CONTEÚDOS DO ARTIGO
Madagáscar, terra de biodiversidade, e a importância da sua conservação
Madagáscar é a quarta maior ilha do mundo (não contando com a Austrália), a seguir à Gronelândia, Nova Guiné e Bornéu, e está separada de outras massas terrestres há cerca de 60 a 80 milhões de anos, logo as espécies vegetais e animais ali presentes evoluíram de forma independente do resto do mundo. Isto explica o elevado nível de endemismo das espécies malgaxes, quer nas espécies vegetais (crê-se que cerca de 12000 espécies de plantas sejam endémicas em Madagáscar), quer animais, particularmente em mamíferos como os lémures.
Apesar da pressão demográfica em Madagáscar não ser elevada, cerca de 30 habitantes/km² (Portugal, por exemplo, tem 114 habitantes/km²), a verdade é que a desflorestação em Madagáscar atingiu níveis impressionantes, especialmente se pensarmos que ali não estão envolvidas grandes companhias madeireiras, como no Bornéu. Mas é um facto de que as necessidades energéticas e alimentares da população malgaxe, muito dependente de uma agricultura de subsistência e da lenha como combustível, levou a um abate massivo de árvores para aproveitamento da madeira e do terreno para fins agrícolas.
O que é certo é que, actualmente, existe apenas 8,5% da área das florestas originais de Madagáscar, e os parques nacionais, reservas e áreas protegidas são fundamentais para conservar a (ainda) extraordinária biodiversidade deste país. Um desses exemplos é o Parque Nacional de Ranomafana e a Réserve d’Anja, que podem ser visitados a partir de Fianarantsoa.
DICAS PRÁTICAS PARA VISITAR FIANARANTSOA E ARREDORES
Para poder desfrutar da sua viagem a Madagáscar e Fianarantsoa, deve ultimar alguns pormenores antes de viajar e planear antecipadamente. Deixamos aqui algumas dicas práticas para visitar Fianarantsoa.
1. Como chegar a Fianarantsoa
Fianarantsoa é a segunda maior cidade de Madagáscar e, como tal, está ligada à capital, Antananarivo, pela principal estrada asfaltada do país, a RN-7. Sendo assim, a maneira mais barata e cómoda de chegar a Fianarantsoa é usar os mini-autocarros que ligam estas duas cidades. Há companhias que nós usámos frequentemente, como a Cotisse Transport / Sonatra Plus. Os famosos taxi brousse malgaxes são a forma mais popular (no verdadeiro sentido da palavra) em Madagáscar, e os mini-autocarros são parecidos, ligando também Antananarivo a Fianarantsoa. No entanto, a lotação é esgotadíssima, levando sempre mais pessoas do que o número de lugares, o que não acontece com as companhias como a Cotisse, e a diferença de preços não é significativa.
2. Onde dormir em Fianarantsoa
Fianarantsoa não tem muita diversidade de alojamentos, mas tem algumas excelentes opções.
- Num segmento mais acessível, pode experimentar em Fianarantsoa a Residence MATSIATRA. Foi onde nós ficámos alojados na primeira vez que passámos por Fianarantsoa. Está bem localizada, perto da estação de táxis brousse de Fianarantsoa, o quarto era espaçoso e confortável, e o dono (francês casado com uma malgaxe) era muito simpático.
- Num segmento mais alto, não deixe de ficar alojado em Fianarantsoa no Zomatel Hotel, uma verdadeira insituição em Fianarantsoa, também no centro da cidade. É um hotel, mas não só. Tem um centro de eventos, um spa e um bom restaurante. Nós ficámos lá alojados da segunda vez que passámos por Fianarantsoa.
- Um pouco mais afastados do centro, pode escolher entre a Tsara Guest House e o Three Palms Fianar.
3. Seguro de viagem para visitar Madagáscar
A IATI tem um seguro que é ideal para viajar para Madagáscar e Fianarantsoa. Todos os seguros da IATI cobrem tratamento por contágio por coronavírus e essa informação consta no certificado da apólice, já que alguns países pedem um seguro obrigatório com esta cobertura. Porém, se fizer o seguro do pack de seguro de viagem + seguro de cancelamento opcional, este cobre o cancelamento da viagem caso o segurado, seus pais ou filhos testem positivo para COVID-19 antes de ir para Madagáscar. E além disso, o seguro IATI Cancelamento também tem esta causa coberta. Sendo assim, este é, claramente, o melhor seguro do mercado neste momento para viajar para Madagáscar.
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O QUE VER E FAZER A PARTIR DE FIANARANTSOA
Fianarantsoa é a base perfeita para conhecer e explorar algumas das principais atracções de Madagáscar na região centro-sul. Pode deslocar-se facilmente na região, usando os táxis brousse, ou então se tiver veículo próprio. Os locais a seguir descritos são todos acessíveis por estrada asfaltada a partir de Fianarantsoa. Ficam aqui então as nossa dicas sobre o que ver e fazer a partir de Fianarants
1. Visitar o Parque Nacional de Ranomafana a partir de Fianarantsoa
O Parque Nacional Ranomafana é um dos parques naturais mais visitados de Madagáscar, bem perto de Fianarantsoa. Criado em 1991, faz parte das florestas húmidas orientais de Atsinanana, que são patrimómio mundial da UNESCO. A protecção deste bioma é fundamental para a conservação das espécies vegetais e animais, muitas delas endémicas, que existem em Madagáscar. Existem doze espécies de lémures no Parque Nacional Ranomafana, e nós tivemos a sorte de ver três espécies, uma delas (os dourados) que só foi descoberta em 1986.
1.1. Entrada do Parque Nacional Ranomafana
A entrada do Parque Nacional Ranomafana fica a cerca de 8 km da aldeia de Ranomafana e a cerca de uma hora e meia de Fianarantsoa. Se vier de Fianarantsoa, não precisa de ir até à aldeia. No entanto, a aldeia é engraçada e, se precisar de voltar a Fianarantsoa de táxi brousse, é melhor ir apanhá-lo à aldeia (de forma a arranjar lugar). Depois de paga a entrada e guia (é obrigatório ser acompanhado por um guia), poderá escolher entre diversos percursos pedestres dentro do parque. Recomendamos que visite o Parque Nacional Ranomafana de manhã cedo (o parque abre às 7.00h), pois é nessa altura que os lémures estão mais activos (os diurnos, claro).
1.2. Observação de lémures no Parque Nacional Ranomafana
Logo após a entrada no Parque Nacional Ranomafana, cruza-se uma ponte sobre o rio homónimo, que tem cascatas impressionantes no seu percurso, algumas das quais visíveis na estrada que segue até à aldeia de Ranomafana. Nós fizemos o percurso de 3-4h, começando com uma “caça” aos lémures, quando o nosso guia, ajudado pelos observadores do parque, nos ajudou a encontrar os lémures sifaka, os lémures de rabo dourado e os lémures cinzentos (comedores de bambú).
Pelo caminho, sempre aos altos e baixos, tivemos de nos embrenhar pela selva, com vegetação algo densa. Nessa parte, é preciso andar com muito cuidado, pois o terreno é muito escorregadio (existe uma camada de matéria orgânica que resvala com muita facilidade pois está permanentemente húmida).
Os lémures não se assustam com a nossa presença (mas deve fazer-se pouco barulho), pois estão normalmente em cima das árvores a comer. Quando um se assusta e começa a saltar de árvore em árvore, geralmente os outros seguem-no. O nosso guia era muito paciente e persistente, e assim tivemos a sorte de ver três espécies diferentes em Ranomafana, o que é muito bom.
1.3. Miradouro e cascata no Parque Nacional Ranomafana
O percurso continuou depois com a subida a um miradouro, que tem uma base em madeira, e de onde se tem belas vistas sobre o Parque Nacional Ranomafana. O nosso guia disse-nos que, na época das mangas (Abril e Maio), os lémures descem até à plataforma para se alimentarem dos frutos, para gáudio dos visitantes.
Finalmente, o percurso seguiu, descendo em direcção ao rio e às cascatas. Passámos primeiro por uma cascata pequena, e depois chegámos a uma cascata grande, que caía para uma pequena piscina natural. Um cenário idílico para terminar o nosso itinerrário pelo Parque Nacional Ranomafana. De seguida, percorremos a margem do rio principal para chegar novamente à ponte junto da entrada do parque.
2. Conhecer a aldeia de Ranomafana a partir de Fianarantsoa
A aldeia de Ranomafana, à semelhança de Antsirabe, foi fundada como estância termal no tempo da presença colonial francesa. Hoje, é uma pequena aldeia rodeada de montanhas e atravessada pelo rio que alimenta a cidade e as cascatas do Parque Nacional Ranomafana. Pode visitar o Ranomafana Arboretum, uma espécie de jardim botânico com percurso em inglês, onde são exibidas dezenas de espécies vegetais endémicas.
Mas a principal atracção da pequena aldeia são os banhos termais, com direito a massagem, ou a piscina, alimentada pela mesma água. O percurso entre a aldeia e a zona dos banhos e piscina também vale a pena, mesmo que não vá a banhos, pois atravessa o rio numa ponte em madeira e é uma zona florestada e bonita.
3. Conhecer a cidade de Ambalavao a partir de Fianarantsoa
Ambalavao é uma cidade muito típica e interessante de se visitar, possível a partir de Fianarantsoa. Ambalavao tem carácter, sendo uma mistura de antiga cidade colonial, com uma cidade típica das montanhas de Madagáscar.
Pode visitar a enorme igreja de Ambalavao, enquanto nas ruas pode misturar-se com os locais, visitar os mercados, jogar à malha com os mais velhos e dançar com os mais novos. Ambalavao ficou-nos no coração.
Perto de Ambalavao, pode visitar a magnífica Réserve d’Anja e o Parque Nacional d’Andingitra, ambos conhecidos pelas sua formações rochosas graníticas fabulosas. Nós não tivemos tempo de visitar o parque, mas a Réserve d’Anja fez as nossas delícias, tanto em termos naturais como em termos de observação de lémures.
4. Visitar a Réserve d’Anja a partir de Fianarantsoa
Localizada a cerca de 10 km de Ambalavao (pode chegar lá de auto-riquexó, abundantes em Ambalavao), a Réserve d’Anja é uma reserva comunitária, criada pela comunidade local, e que promove a conservação, preservação e valorização do património natural da região. Apesar de pequena em área, a Réserve d’Anja é extraordinária em termos de paisagem natural, com enormes e magníficos blocos graníticos, que na região são conhecidos pelas “três irmãs” (“trois soeurs”).
Mas não só! A Réserve d’Anja é um dos melhores locais de Madagáscar para se observar o lémure-de-cauda-anelada, famoso por ser a personificação da personagem “Rei Juliano”, no filme “Madagáscar”.
4.1. Observação de lémures na Réserve d’Anja
Nós fizemos o percurso maior na Réserve d’Anja, com a companhia do guia e do observador do parque. Começámos logo pela zona florestada na base dos blocos graníticos, onde os lémures brincam e se alimentam. Pudemos ver lémures nas árvores, mas também no chão, e foi onde estivemos mais perto deles.
Os lémures de cauda anelada são muito fotogénicos e às vezes até parecem posar para as fotos! Eles comem nos ramos das árvores e, se desconfiarem de algum ruído, começam logo a gritar e a fazer sons guturais para comunicar uns com os outros. À noite, disse-nos o guia, usam uma das várias grutas que existem nas redondezas para dormir.
4.2. Percurso pelos miradouros da Réserve d’Anja
A seguir a nos termos deliciado com os lémures de cauda anelada, continuámos com o nosso percurso, subindo no terreno, enveredando pelo meio dos blocos graníticos, passando por várias grutas e escalando alguns boulders. O caminho está bem marcado, e alguns troços não são para pessoas com vertigens, mas nós íamos com o nosso guia por isso não havia problema.
À medida que nos íamos acercando do topo dos blocos, e aproximando-nos da base dos grandes domos graníticos “três irmãs”, a paisagem ia-se-nos revelando na sua magnificiência. O percurso maior da Réserve d’Anja passa por três miradouros, cada um no topo de um bloco granítico.
Todos os miradouros têm perspectivas fabulosas dos domos graníticos, mas também da aldeia próxima, dos montes do outro lado da estrada e do magnífico vale que se estende em direcção a Ambalavao.
Na descida para a entrada da Réserve d’Anja, ainda nos cruzámos com habitantes da aldeia que lavavam a roupa e cuidavam dos campos agrícolas. Um cenário fabuloso para terminar com chave d’ouro a nossa visita à Réserve d’Anja.
5. Fazer a viagem de comboio de Fianarantsoa para Manakara
Infelizmente, quando visitámos Madagáscar e Fianarantsoa, o comboio entre Fianarantsoa e Manakara não estava a funcionar (disseram-nos que por greve dos trabalhadores que não recebiam há vários meses). Sendo assim, não pudemos, infelizmente, fazer esta viagem, que dizem que é lindíssima, com passagem por inúmeros túneis e pontes, desde Fianarantsoa até chegar à costa oriental de Madagáscar. No entanto, se estiver em Fianarantsoa, não deixe de se informar acerca do comboio. Se este estiver a funcionar, não deixe de fazer esta viagem memorável. Pode depois regressar de Manakara por estrada (aquela que passa por Ranomafana).
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