Visitar o vulcão Fagradalsfjall na Islândia e testemunhar uma erupção vulcânica ao vivo é uma das melhores experiências do mundo. Se gosta de vulcões, saiba que o Fagradalsfjall, na Islândia, é o vulcão mais seguro e fácil de visitar.
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CONTEÚDOS DO ARTIGO
Porquê visitar o vulcão Fagradalsfjall
Somos apaixonados pelo gelo e pelo fogo, e estarmos na presença de um glaciar ou de um vulcão é, para nós, algo transcendental e que tentamos incorporar nas nossas viagens, sempre que possível. Claro que estes fenómenos não são, normalmente, muito acessíveis, não sendo fácil ficar face a face com um destes colossos da Natureza. Os glaciares de montanha, ou de vale, são os menos inacessíveis, mas ainda assim só se encontram nos vales de grandes cadeias montanhosas a grande altitude, por exemplo Alpes e Andes, sendo os Himalaias, fronteira natural entre a China, Nepal, Índia e Paquistão, o exemplo mais grandioso. Os glaciares continentais resultam da concentração de grandes massas de gelo, como os campos de gelo da Patagónia, na Argentina e Chile, as calotas de gelo da Islândia, e os mantos de gelo da Gronelândia e Antárctida, e são ainda menos acessíveis.
No entanto, perseguir o gelo é, ainda assim, mais fácil do que perseguir o fogo. E isto porque o gelo e os glaciares se encontram em zonas fixas, enquanto o fogo dos vulcões surge em locais inesperados, embora existam zonas do planeta mais activas do ponto de vista vulcânico, de contacto entre placas tectónicas, como o Anel de Fogo do Pacífico. É verdade que há alguns, muito poucos, casos de vulcões que se mantêm em erupção intermitente durante dezenas de anos, mas se o objectivo for, como era o nosso caso, assistir a um vulcão em erupção activa, as probabilidades de sucesso já são menos risonhas. É verdade que já tínhamos visitado vulcões activos, como o Telica e o Masaya, na Nicarágua, e até presenciado vulcões com explosões de rochas e cinzas, como o Santiaguito, na Guatemala, e o Krakatoa, na Indonésia, mas faltava-nos um vulcão em erupção com fluxo de lava.
Seguro de viagem para quando visitar a Islândia
As autoridades da Islândia não exigem, para entrar ao país, ter um seguro de viagem para cobrir despesas médicas e hospitalares. Deve, no entanto, adquirir o seguro no seu país de origem, antes da viagem para visitar a Islândia. Nós fizemos o seguro normal em Portugal para visitar a Islândia. Aconselhamos que faça também o seu seguro de viagem para a Islândia. Nós usamos a IATI Seguros para visitar a Islândia. Se usar este link terá 5% de desconto. A IATI tem um seguro que é especial para viagens na Europa e ideal para visitar a Islândia. Este novo seguro cobre actividades como cicloturismo, trilhos, roadtrips, autocaravana, campers, etc.
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O Fagradalsfjall e os vulcões da Islândia
Não é de estranhar, então, que um dos nossos países preferidos seja a Islândia, terra do gelo e do fogo, cujo território tem várias calotas de gelo, sendo Vatnajökull a segunda maior calota de gelo da Europa, com quase oito mil quilómetros quadrados, mas também um vulcanismo muito activo, fruto de estar localizada na dorsal meso-atlântica, contacto entre as placas tectónicas norte-americana e euro-asiática, com trinta vulcões actualmente activos, alguns deles por baixo das calotas de gelo, e treze dos quais com erupções no último milénio.
Mais recentemente, em 2010, a erupção explosiva do vulcão Eyjafjallajökull, do tipo estromboliano e vulcaniano, isto é, com grandes quantidades de material piroclástico expelido pelo vulcão, levou ao encerramento do espaço aéreo europeu durante alguns dias, devido à nuvem de cinzas de vários quilómetros de altura, e, em 2014, a erupção efusiva do vulcão Bárðarbunga, do tipo havaiana, isto é, com ejecção de magma basáltico de baixa viscosidade, durou entre Agosto de 2014 e Fevereiro de 2015. Mas a Islândia tinha uma nova surpresa na manga, no que viria a ser a nossa oportunidade de, finalmente, assistir a uma erupção vulcânica com emissão de lava.
O vulcão Fagradalsfjall
A 19 de Março de 2021, iniciou-se a mais recente erupção vulcânica na Islândia, na montanha de Fagradalsfjall, no vale de Geldingadalir, na Península de Reykjanes, a uns meros trinta quilómetros da capital, Reiquiavique. A erupção do Fagradalsfjall foi, desde o início, muito efusiva, com um fluxo de lava decorrente de vários cones emergentes de um sistema fissural, e desde logo captou as nossas atenções, mas não encarámos com seriedade a deslocação à Islândia uma vez que tínhamos já vários destinos marcados para os meses seguintes. A erupção do Fagradalsfjall continuou durante toda a Primavera e Verão de 2021, tendo a lava ocupado alguns dos vales circundantes da montanha, numa área de cinco quilómetros quadrados.
Após termos viajado na América Central em Julho e Agosto de 2021, o nosso apetite por vulcões foi ainda mais aguçado, pois tivemos a oportunidade de estar perto de vários vulcões activos, mas foi especialmente o lago de lava que conseguimos vislumbrar no vulcão Masaya, na Nicarágua, que nos levou a querer ainda mais ver um vulcão em actividade com emissão de lava. Quando regressámos a Portugal, sabíamos que o vulcão Fagradalsfjall tinha «adormecido» em finais de Agosto, e que não tinha havido emissão de lava nesse período. Parecia que o nosso sonho de ver o Fagradalsfjall se tinha esfumado diante dos nossos olhos.
No entanto, fizemos ainda assim um estudo das condições no terreno, e se seria possível visitar o vulcão Fagradalsfjall numa curta viagem à Islândia. Demo-nos conta que as autoridades islandesas tinham decidido explorar o potencial turístico do vulcão Fagradalsfjall, mas sem descurar as condições de segurança. Assim, existiam parques de estacionamento perto e trilhos para aceder à área em redor do vulcão, uma área sem qualquer tipo de ocupação humana, mas que agora recebia milhares de pessoas que queriam assistir a tão espectacular evento do Fagradalsfjall. Descobrimos também que existiam algumas câmaras instaladas em pontos estratégicos do Fagradalsfjall que transmitiam online 24 horas por dia, e que podíamos acompanhar o desenrolar da situação do conforto do nosso sofá! Mas não demorou muito a que houvesse novidades…
O impulso da viagem para a Islândia
A 11 de Setembro de 2021, a Carla descobriu que uma das câmaras tinha deixado de transmitir, e rapidamente descobriu porquê. O vulcão Fagradalsfjall tinha retomado a sua actividade vulcânica, e com uma energia redobrada! Não tinhamos tempo a perder, por isso, numa questão de horas, decidimos que íamos arriscar a viajar para a Islândia para visitar o Fagradalsfjall, ainda que apenas por alguns dias, apostando tudo em que o vulcão Fagradalsfjall continuaria activo quando lá chegássemos. Não tínhamos quase margem nenhuma para erros.
Nesse mesmo dia, marcámos um voo para dali a um par de dias, e resolvemos alugar uma “camper van”, ou seja, uma carrinha que nos desse autonomia de movimentos, e que permitisse que dormíssemos em qualquer local, ainda que soubéssemos que na Islândia, em Setembro, o tempo era já bastante frio. Esperámos com ansiedade o dia da partida, acompanhando o desenrolar da situação no terreno. E este chegou com mais novidades. O vulcão Fagradalsfjall parecia estar a entrar numa das fase mais activas desde o início da erupção, e o novo fluxo de lava do Fagradalsfjall tinha cortado o acesso por um dos trilhos, no caso o trilho A. Estávamos apreensivos e ansiosos, pois tínhamos medo que o vulcão Fagradalsfjall terminasse a sua erupção, mas também esperançosos.
Visitar o vulcão Fagradalsfjall
Quando aterrámos no aeroporto internacional de Reiquiavique, eram já onze da noite, e o primeiro passo era ir levantar a carrinha à empresa de aluguer, perto do aeroporto. Era ali que também a entregaríamos, três dias depois. Passámos a noite num acampamento, e de manhã decidimos relaxar um pouco antes de subirmos em direcção ao vulcão Fagradalsfjall. A verdade é que sabíamos que a actividade vulcânica do Fagradalsfjall seria visualmente mais espectacular ao final do dia e início da noite, por isso resolvemos que só iniciaríamos a subida a meio da tarde. Assim, resolvemos visitar uma das grandes atracções turísticas da Islândia, a “Blue Lagoon”, uma piscina natural, alimentada de água termal puxada de centenas de metros de profundidade, e cuja cor azul hipnotizante resulta da presença de minerais em suspensão na água. Era um início de dia promissor.
Chegar ao trilho do vulcão Fagradalsfjall
Depois de termos feito também um pequeno trilho a pé, que permite admirar as piscinas naturais da Blue Lagoon e a central geotérmica, resolvemos seguir caminho. Tínhamos decidido, nesse dia, estacionar a carrinha no parque P1, o mais próximo da localidade de Grindavík, e fazer a pé o trilho B do Fagradalsfjall, que supostamente dava acesso à parte de trás da cratera, mas muito próximo dos campos de lava. Nós tínhamos lido tudo isso na internet, mas a verdade é que não sabíamos o que esperar na realidade no Fagradalsfjall. Quando chegámos ao estacionamento, este tinha algumas dezenas de carros, e iniciámos o trilho por volta das três da tarde.
Trilho B do vulcão Fagradalsfjall
A primeira parte do trilho do Fagradalsfjall era plana, porém em terreno rochoso muito incerto, mas depois seguiu-se uma parte bastante inclinada e que requeria alguma atenção. Atingido um planalto, começou a vislumbrar-se a cratera fumegante do vulcão Fagradalsfjall. Por um lado, a aparência da cratera parecia dizer-nos que o vulcão Fagradalsfjall não estaria muito activo, mas por outro lado ouviam-se dois helicópteros ao fundo, a sobrevoar de perto a cratera, o que poderia indicar que haveria actividade vulcânica digna de ser vista de cima. Avançámos com ansiedade. Finalmente, ao aproximarmo-nos mais do vale de Geldingadalir, deparámos de repente com uma visão avassaladora, quando demos conta que um verdadeiro rio de lava fluía por entre a lava negra já solidificada. Espectacular! A Carla chorava e dizia que era a coisa mais bonita que já tinha visto na vida. Nem que tivéssemos abandonado a Islândia naquele instante, a viagem ao Fagradalsfjall já teria valido a pena.
O cone principal do vulcão Fagradalsfjall era apenas um dos vários que tinham sucessivamente entrado em erupção desde Março, alinhados quase na perfeição numa linha coincidente com a fissura activa. Ouvíamos por vezes explosões mais fortes nesse cone do Fagradalsfjall, e a lava levantava-se no ar, mas do ponto onde estávamos a visão da cratera do Fagradalsfjall era da parte de trás. Mas a actividade mais efusiva era de um local mais abaixo no vale, de onde a lava borbulhava e formava uma espécie de lago cujos limites avançavam e recuavam. Estávamos a apenas cerca de cinquenta metros do rio de lava do Fagradalsfjall e podíamos caminhar até à borda da lava mais antiga, ainda fumegante. Connosco estavam algumas dezenas de pessoas, que pareciam tão hipnotizadas pelo Fagradalsfjall quanto nós.
Fomos preparados com roupa e material fotográfico de forma a podermos estar ali até à noite, a registar fotografia e vídeo. O tempo, felizmente, colaborou connosco, e apesar de estar nublado, só apanhámos chuva durante cerca de meia hora, período durante o qual tivemos de proteger o material em sacos estanque que tínhamos levado connosco. Levantámos o drone no Fagradalsfjall várias vezes, fazendo a gestão das baterias e, principalmente, do risco / benefício de levar o drone até perto da lava. Apesar de o drone ter dado um aviso de sobreaquecimento crítico, conseguimos aproximá-lo do rio de lava e das fontes borbulhantes. No entanto, dada a distância e a falta de visibilidade, resolvemos não o aproximar demasiado do cone principal do Fagradalsfjall.
Com o aproximar do natural obscurecimento do final da tarde, sabíamos que a lava perante nós iria assumir tons ainda mais espectaculares. Decidimos mudar de local, e acompanhámos a pé a encosta do vale Geldingadalir, em direcção a um local onde o vale estrangulava o fluxo da lava e de onde se teria uma perspectiva mais global, ainda que mais distante do Fagradalsfjall. E não nos arrependemos. A visão era, literalmente, de outro mundo. Com a luz fraca do lusco-fusco, a actividade do cone principal do Fagradalsfjall parecia aumentar e a visão da lava a ocupar o vale inteiro era tão poderosa como a do gelo de um glaciar. O calor, o fumo, e o cheiro a queimado atolavam-nos os sentidos. Parecia irreal… Só nos vinha à memória a região vulcânica de Mordor, habitada por orcs, trolls e o maléfico Sauron, tudo fruto da imaginação de J.R.R. Tolkien, na obra “O Senhor dos Anéis”. Mas ali não estávamos a viver uma fantasia; estávamos a viver o nosso sonho, feito realidade na Islândia. Ali, perante a força da Natureza, sentimos que não éramos nada! A Terra era tudo! Poder testemunhar in loco a formação do planeta Terra foi algo que nos tocou até ao mais íntimo do nosso Ser. Sentir a grandeza da Sua força. Sentir o quão vulneráveis somos e quão maravilhoso e poderoso é o nosso planeta.
Voltámos a lançar o drone no Fagradalsfjall, arriscando levá-lo mais longe, mas o calor das lavas, a falta de luz e uma repentina falha de comunicação fez-nos recear pelo pior. Felizmente, o Rui conseguiu fazer com que ele voltasse automaticamente ao ponto de partida. Que alívio!
Já com a noite instalada no Fagradalsfjall, e com poucas pessoas ainda presentes no local, resolvemos que era hora de descer. Tínhamos os nossos frontais com pouca bateria, e a descida seria feita por outro percurso, entroncando no trilho A, parcialmente soterrado pela lava do Fagradalsfjall. O terreno incerto e o facto de não conhecermos o relevo levou-nos a descer um pouco mais cedo do que queríamos, mas não podíamos passar ali a noite, embora nos apetecesse!
Durante a descida, depois de passarmos por uma zona de estrangulamento do vale, e onde a lava do Fagradalsfjall descia para outro vale mais abaixo, começámos a notar movimento de pessoas no sentido contrário. Havia algumas excursões organizadas por agências locais que vinham de Reiquiavique, só para observar o vulcão Fagradalsfjall de noite. E a verdade é que, no escuro da noite islandesa, o impacto visual da erupção era tal que, mesmo depois de termos descido para o estacionamento, a montanha parecia que estava toda a ferro e fogo. E estava!
Um volta pelo sul da Islândia
Para o segundo dia da nossa curta estadia, tínhamos planeado fazer uma pausa nas emoções do primeiro dia, e dar uma volta pelo sul do país, explorando algumas maravilhas que o gelo da Islândia tem para oferecer. As distâncias são grandes e sabíamos que teríamos de voltar no dia seguinte, até porque queríamos voltar ao vulcão. Iríamos dormir na pequena e isolada localidade de Vik, e pelo caminho exploraríamos algumas das atracções daquela região da Islândia, dominada pelo Mýrdalsjökull, a quarto maior calota de gelo da Islândia, com uma área de aproximadamente seiscentos quilómetros quadrados, e com uma profundidade de gelo máxima a ultrapassar os setecentos metros! Da estrada vêem-se alguns glaciares no topo e, junto ao mar, os rios a desenhar meandros nas planícies de “outwash”.
Visitámos a cascata de Seljalandsfoss, uma das mais belas da Islândia, também pelo seu enquadramento numa paisagem povoada por outras quedas de água vizinhas, e com um trilho imperdível que passa por detrás da cascata, assim como a cascata de Skógafoss, impressionante pelos seus sessenta metros de altura e vinte e cinco metros de largura, com um caudal poderoso que molha tudo e todos a vários metros de distância. Visitámos ainda a praia de areia negra de Reynisfjara e os seus prismas basálticos, e admirámos as enigmáticas formações rochosas de Reynisdrangar, antes de dormirmos no parque de campismo de Vík. No entanto, e apesar da beleza daquilo que visitámos, nas nossas cabeças ainda ressoava o espanto causado pelo vulcão e era lá que queríamos voltar no dia seguinte.
Visitar o Lava Center
Depois do pequeno-almoço na carrinha, partimos fazendo o mesmo caminho de volta. Fizemos um pequeno desvio para fazer o trilho que levava ao curioso Sólheimasandur, o local de queda de um avião em 1973, do qual ainda se pode admirar a fuselagem. Reláxamos ainda na piscina termal de Seljavallalaug, com as suas águas tépidas rodeadas de uma paisagem belíssima de quedas de água, no fundo de um vale aos pés do Eyjafjallajökull, uma das calotas de gelo mais pequenas da Islândia. Finalmente, na hora de almoço, resolvemos visitar o “Lava Centre”, um centro de vulcanologia, próximo da povoação de Hvolsvöllur, e local de visita obrigatória para todos aqueles que querem perceber mais sobre os vulcões e o seu papel na formação do planeta Terra. Mas estava na altura de regressar ao vulcão Fagradalsfjall e ver tudo a acontecer à nossa frente.
Visitar o Fagradalsfjall pelo trilho C
Mas o tempo não estava a colaborar. Muitas nuvens e alguma chuva teimavam em não desaparecer, e no centro pudemos saber que no cimo dos vales, junto ao vulcão, o tempo estava ainda pior. Ponderámos a situação e resolvemos não explorar a parte mais alta da zona, mas dedicarmo-nos a visitar a zona onde a frente de lava do Fagradalsfjall se encontrava na altura. Depois de uma viagem de carrinha belíssima pela estrada que atravessa o lago Hlidarvatn, chegámos ao parque de estacionamento P2 do Fagradalsfjall, de onde estávamos muito perto do vale de Nátthagi. Ali, depois de uma breve caminhada, acedemos à frente de lava do Fagradalsfjall, em alguns pontos ainda fumegante, mas já sem o rubor vermelho.
Tínhamos perante nós o vale de Nátthagi e, mais acima, Meradalir, de onde a lava tinha escoado na fase inicial da erupção do Fagradalsfjall, sendo que o rio negro ocupava agora a totalidade do vale. Como o local era mais acessível, tinhamos por companhia também muitas dezenas de pessoas, incluindo crianças. Em Nátthagi, a frente da lava encontrava-se então a cerca de dois quilómetros do mar. Caminhámos sobre a lava já endurecida, levantámos o drone para ver melhor a zona distante onde escorria lava fresca vinda de mais acima, e brindámos com vinho português ao sucesso de uma viagem memorável ao Fagradalsfjall.
Ainda tivemos tempo de fazer um pouco do trilho C do Fagradalsfjall, que seguia subindo pela crista Langihryggur, e que nos permitiu ter uma visão de cima do vale de Nátthagi, e ver melhor a lava recente que escorria sobre a mais antiga, vinda de cima, do vale de Geldingadalir, onde tínhamos estado dois dias antes. O céu estava muito nublado, e a neblina descia, tapando o topo das encostas, e quase a vista da lava vermelha, mas ainda assim ficámos ali no Fagradalsfjall até ficar escuro. A neblina e o frio pareciam entranhar-se nos ossos, mas o nosso coração estava mais uma vez cheio de calor e alegria. Nesse dia não voltámos a ter uma visão tão próxima e poderosa do vulcão Fagradalsfjall como a do primeiro dia, mas tivemos o privilégio de ter uma visão complementar do fluxo da lava e ter uma noção mais concreta da área total ocupada pela lava expelida pelo vulcão em seis meses de actividade quase contínua.
Mas estava na hora de regressar. Nessa noite, voaríamos de volta para Portugal, com escala em Frankfurt. Poucos dias depois de termos regressado, o vulcão Fagradalsfjall adormeceu, parecia que de uma forma mais permanente. Continua activo, mas actualmente sem erupção efusiva. Esteve em erupção entre Março de 2021 e Setembro de 2021, e nós tivemos o privilégio de o ver na sua fase final, numa das mais violentas de toda a erupção do Fagradalsfjall. Olhámos um para o outro, e sabemos a sorte que tivemos, mas também sabemos que a sorte se procura e que a sorte favorece os audazes. Curiosamente, no mesmo dia do nosso regresso a Portugal, iniciava-se a erupção de um vulcão na ilha de La Palma. Será que iríamos resistir a esse novo desafio?
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Qual foi a altura em que foi à Islândia ?
Fomos duas vezes, mas para ver o vulcão foi em Setembro.
Um local de uma beleza natural extraordinária.
Visistar um vulcão será uma experiência inesquecível concerteza.
Magnífico relato!
Muito obrigada.