Visitar a ilha de ORMUZ e a presença portuguesa no Golfo Pérsico | Irão

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O nome “Bandar Abbas” quer dizer porto (Bandar) de Abbas, o rei da Pérsia Shah Abbas I, que fundou a cidade em 1622, a qual, de uma pequena vila piscatória se tornou o principal porto da Pérsia. No entanto, a escolha da localização estratégica da cidade (no estreito de Ormuz, à entrada do Golfo Pérsico) não se deve ao rei persa, mas a um português com visão e coragem, de seu nome Afonso de Albuquerque. Apenas 9 anos após a descoberta do caminho marítimo para a Índia, Afonso de Albuquerque cercou e conquistou uma ilha de 42 quilómetros quadrados, ao largo da costa, na altura já um entreposto comercial fervilhante de actividade. O plano de Afonso de Albuquerque era controlar a entrada e saída de embarcações no Golfo Pérsico e dominar assim as rotas comerciais entre a Índia e o norte de África e a Pérsia.

Visitar a ilha de ORMUZ e a presença portuguesa no Golfo Pérsico | Irão

Ordenou a construção de um forte imponente, em Ormuz, que se concretizou em 1515, e durante mais de 100 anos, Portugal foi a potência estrangeira dominante na região, com uma administração hábil, tolerante em termos religiosos e resistindo militarmente aos avanços do império otomano. Mas o ressentimento persa pela ocupação estrangeira no terreno, e o interesse de outras potências estrangeiras, levaram a que o rei persa desse a concessão de um porto continental mais a sul aos ingleses, quebrando a hegemonia portuguesa. Mais tarde, os ingleses conseguiriam por fim tomar o forte português, tendo Shah Abbas relocalizado o porto para o continente (actual Bandar Abbas).

Visitar a ilha de ORMUZ e a presença portuguesa no Golfo Pérsico | Irão
Visitar a ilha de ORMUZ e a presença portuguesa no Golfo Pérsico | Irão

Hoje, após 1 hora e meia de viagem de barco, pode visitar-se a ilha de Ormuz, em grande parte desabitada e com uma pequena vila piscatória. No seu extremo da ilha de Ormuz erguem-se, ainda majestosas, as ruínas do velho forte português. Quando entro e digo que sou português, os iranianos sorriem e sinto orgulho em ser português. O rapaz responsável pelas ruínas leva-nos numa visita guiada pela igreja e cisterna, duas estruturas impressionantes, e pela prisão, onde se podem observar ainda alguns objectos. Seria tão bom que o governo português soubesse reconhecer o património no estrangeiro e ajudar à sua conservação…

Visitar a ilha de ORMUZ e a presença portuguesa no Golfo Pérsico | Irão
Visitar a ilha de ORMUZ e a presença portuguesa no Golfo Pérsico | Irão

Leio português, escrito numa pedra tumular, para os presentes e sinto novamente orgulho. Sinto orgulho porque estas ruínas com 400 anos demonstram que os portugueses tiveram a visão e coragem de criar um mundo novo, e souberam-no fazer contra a vontade de impérios maiores e mais poderosos. Sinto também esperança que estas ruínas de Ormuz sejam um sinal que Portugal pode, um dia, levantar-se de novo, e que os portugueses possam voltar a ter orgulho em ser portugueses.

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Rui Pinto

Físico de formação mas interessado em todos os aspectos da cultura e história da humanidade. As viagens são o meio privilegiado para um aprofundamento do conhecimento do mundo, das suas gentes e do nosso papel na vida.

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2 Comentários

  1. Jean Yves BLOT diz: Responder

    Acerca da vossa visita da fortaleza de Ormu de 2013, falo ao fisico e á geógrafa(sou arqueologo):
    Lembram-se de ter visto a argamassa da parte não restaurada da Fortaleza?
    Em 1993, o arquitecto Quirino da Fonseca, que visitou Ormuz no inicio dos anos 1970, descreveu-me a fortaleza como um fantasma arquitectonico cuja silueta só se mantinha graças ao «esqueleto» da argamassa, uma mistura durissima de cal e oleo de coco.
    Este testemunho do arquitecto, especialmento de patrimonio historico portugues no Indico, faz no entanto pouco sentido à partida quando se vê o estado da fortaleza atestado pelas vossas fotos de 2013.
    Terá sido o resultado de um intenso restauro, ou de um enviezamento do testemunho do arquitecto falando décadas depois da viagem in loco?
    Estou consciente do lado «fuzzy» da minha pergunta mas gostaria de ter o vosso comentário.
    Cordialemente
    Jean-Yves Blot, arqueologo do universo náutico

    1. Carla Mota diz: Responder

      Olá Jean, confesso que não sei ajudar. Não nos lembramos de ver nenhuma argamassa, mas aqui o nosso conceito de argamassa pode não corresponder ao do arqueólogo. Não sabemos ajudar, lamento.

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