Hoje era dia de visitar Borobudur. Já ouviram falar de Borobudur? Dos templos de Borobudur? Dos maiores templos budistas do mundo? Sim, ficam em Borobudur, em Java, na Indonésia. E visitar Borobudur era o nosso objectivo.
CONTEÚDOS DO ARTIGO
Visitar Borobudur num lugar idílico
Porque estamos num alojamento de luxo como o Villa Borobudur Resort e não aproveitamos ao máximo o conforto da cama, preferindo levantar-nos às 4.00h da manhã? Porque valores mais altos se levantam, nomeadamente visitar Borobudur! Tínhamos planeado visitar Borobudur logo de madrugada, e assistir aí ao nascer do sol, no que pensávamos que iria ser uma experiência intimista, introspectiva e com poucas pessoas em Borobudur. Nada mais longe da realidade! Borobudur foi inundado por turistas.
Como chegar aos templos de Borobudur
Depois do transfer do resort de Borobudur para a entrada do Parque Arqueológico de Borobudur, o ponto de encontro é o Hotel Manohara e é ali em Borobudur que ficámos a saber que não poderíamos usar o drone e que o preço de entrada era bastante elevado, ou seja 475.000 rupias por pessoa (cerca de 35€). É o preço da História em Borobudur!
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Artigos no nosso blogue sobre locais em Java na Indonésia
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Visitar Borobudur ao nascer do sol
No parque de estacionamento de Borobudur começámos a suspeitar que, pelo número de carros ali presentes, o templo de Borobudur estaria muito concorrido. E confirmou-se… Logo desde a entrada para Borobudur, e na caminhada até ao templo de Borobudur, eram já muitas as pessoas que nos acompanhavam a visitar Borobudur mesmo na alvorada. A noite era ainda cerrada em Borobudur, e as únicas luzes que se viam eram as das lanternas distribuídas à entrada. Mas quando chegámos ao topo é que tivemos noção da real dimensão do número de pessoas em Borobudur, pois centenas de pessoas acotovelavam-se para conseguir a melhor posição para a foto de Borobudur com o nascer do sol como pano de fundo.
Pode também visitar Borobudur em tour, marque aqui o tour a Borobudur. Se preferir, faça como nós e vá assistir ao nascer do sol nos templos de Borobudur. Pode também assistir ao pôr-do-sol. Compre o seu tour ao por do sol em Borobudur aqui.
A verdade é que nós fomos a Borobudur pela mesma razão que aquelas centenas de pessoas, por isso não nos podemos queixar, mas não estávamos á espera de tão elevada concentração de visitantes naquela hora matutina em Borobudur. O sol, esse, é que decidiu não aparecer em Borobudur. Uma intensa neblina matinal cobriu Borobudur e foto do nascer do sol, nada! Ainda assim, fizemos os possíveis para conseguir tirar fotos sem pessoas no background, mas não era uma tarefa nada fácil em Borobudur!
A melhor altura para visitar Borobudur
Muitas pessoas foram-se logo embora mal se concretizou o logro do nascer do sol radioso em Borobudur, mas alguns mais persistentes permaneceram no local a tirar fotografias e a aproveitar Borobudur. Por volta das oito da manhã, a neblina começou a dispersar e o sol a espreitar em Borobudur. As cores alteraram-se, e a bela paisagem verdejante à volta do templo de Borobudur começou a mostrar-se.
Depois de satisfeita a vontade de registar em fotografia o momento em Borobudur, era tempo de visitar Borobudur finalmente.
Borobudur é uma das principais atracções da Indonésia, e atrai todo o tipo de visitantes, desde visitas escolares até grupos organizados vindos de longe (por exemplo, Yogyakarta).
Para se poder visitar Borobudur com alguma paz e sossego, há uma janela de oportunidade temporal entre o momento em que a maioria das pessoas que vieram para o sunrise já se foram embora, mas ainda não chegaram as grandes multidões das visitas do dia a Borobudur. Foi isso que fizemos em Borobudur.
Visitar e perceber a estrutura dos templos de Borobudur
O templo de Borobudur é uma maravilha da arquitectura antiga. Os números das suas dimensões não enganam: 55.000 metros cúbicos de pedra, com mais de 2500 relevos gravados, mais de 500 estátuas de Buda, 35m de altura e 118m de lado da base. Mas os números de Borobudur não transparecem o mais importante em Borobudur, é um monumento extraordinariamente belo e com uma simbologia intimamente ligada à filosofia budista.
Visto do ar (perspectiva que nós não conseguimos ter uma vez que não usámos o drone), Borobudur é como uma mandala gigante, ou seja, uma representação do universo budista. De acordo com a cosmologia budista, o universo é dividido em 3 regiões, sendo estas representadas na estrutura vertical do templo de Borobudur.
1. Secção de Kamadhatu em Borobudur
A primeira secção de Borobudur, a base quadrangular representa as vidas humanas dominadas pelos desejos e medos. Grande parte da fundação de Borobudur está escondida após a restauração. Podem, no entanto, ainda admirar-se alguns relevos que retratam as virtudes e os vícios inerentes a uma vida humana sem controle.
2. Secção de Rupadhatu em Borobudur
A segunda secção de Borobudur, constituída por quatro níveis quadrangulares descreve as formas de vida que conseguiram controlar os desejos, mas que ainda assumem formas físicas. Aqui podem admirar-se os fabulosos relevos que retratam a vida de Buda e as estátuas dentro de nichos.
3. Secção de Arupadhatu em Borobudur
A terceira secção de Borobudur, no topo, é circular e simboliza o nirvana, a libertação da forma e do sofrimento. Ali estão dezenas de stupas com estátuas de Buda dentro, sentado, mas com as mãos em diferentes posições, além, claro, da grande stupa no centro e que é o topo do templo de Borobudur.
Borobudur foi praticamente abandonado no século VIII (pensa-se que um grande sismo terá contribuído para isso) e só voltou a ser redescoberto em 1814, sendo que ao longo destes dois últimos séculos foram feitas várias tentativas de restauração. A última e mais eficaz foi financiada pela UNESCO de 1968 a 1983, tendo Borobudur sido inscrito como Património Mundial em 1991.
Para além da beleza do topo do templo de Borobudur, com a série de stupas a criar um efeito hipnotizante, os relevos dos níveis inferiores são absolutamente fantásticos e é um verdadeiro prazer deambular à volta do templo a comtemplar os pormenores das representações em Borobudur.
Visitar o Museu Arqueológico de Borobudur
Depois de descermos do templo de Borobudur, visitámos ainda o Museu Arqueológico de Borobudur, dentro do mesmo complexo. O museu de Borobudur é dedicado à importância das rotas marítimas ao longo da história da Indonésia, que se estendiam até à Índia e à costa africana oriental, em particular as rotas marítimas das especiarias como a canela (também representadas na figura de barcos nos relevos de Borobudur).
Visitar o Templo de Mendut em Borobudur
Depois de termos saído do complexo de Borobudur, já não pudemos desfrutar do pequeno-almoço incluído na entrada para o nascer do sol, por isso decidimos sair logo e ir visitar outro templo nas redondezas, chamado Mendut, ao qual chegámos de boleia de moto desde Borobudur.
É um templo pequeno em Borobudur, com poucas representações no exterior, mas que no seu interior contém uma estátua extraordinária de Buda sentado à maneira ocidental, flanqueado por dois bodhisattvas. Vale a pena visitar em Borobudur este pequeno templo só para admirar a sua câmara interior.
Visitar o Mosteiro budista de Mendut
Ao lado do templo, existe um mosteiro budista com o mesmo nome. Não visitámos por dentro, mas os jardins circundantes são muito bonitos e parecem transmitir paz de espírito ali em Borobudur. Algumas estátuas estão espalhadas pelos jardins, e uma pouco vulgar atraiu as nossas atenções, representando um Buda cadavérico, correspondendo à fase da sua vida em que fez jejum quase até à morte.
A seguir almoçámos em Borobudur, já tarde, num pequeno restaurante de beira de estrada. Foi uma refeição barata e simples, mas que deu para retemperar energias, pois ainda não tínhamos comido quase nada ao longo do dia em Borobudur.
A seguir ao almoço tardio, tínhamos de regressar à cidade de Borobudur, mas não era nada fácil. Os transportes eram muito escassos e queríamos arranjar alguém de moto que nos trouxesse de volta ao centro de Borobudur. Passado pouco tempo, um jovem parou ao nosso lado e perguntou para onde íamos. Levou-nos para Borobudur. Depois de chegarmos ao centro de Borobudur, a simpatia do rapaz convenceu-nos a combinar com ele para o dia seguinte para nos levar a algumas aldeias em redor de Borobudur.
O regresso ao hotel em Borobudur
Era tempo de regressarmos à nossa piscina no Villa Borobudur Resort, o local onde ficamos a dormir em Borobudur. Queríamos tomar um banhito, apanhar um pouco de sol, mas também tirar fotos e gravar vídeo com o drone, que nos permitia ter uma perspectiva global do nosso alojamento e do espaço circundante em Borobudur.
Jantámos à beira da piscina, já a pensar o que visitar Borobudur e seus arredores nos reservaria no dia seguinte. Mas não resistimos a um mergulho nocturno ali em Borobudur…
Este artigo foi realizado durante a nossa viagem de Volta ao Mundo em 2019/2020. Dia 25 – VISITAR BOROBUDUR, o maior templo budista do mundo – Java – Indonésia (Agosto 2019)
Os rostos e aldeias esquecidas de Borobudur – Java – Indonésia
Mas no dia seguinte havia muito mais para descobrir em Borobudur.
Olhando para aquelas mulheres em Borobudur senti o peso da tradição e do trabalho feminino, ali tão longe da igualdade do género. Tão longe de tudo e de todos. São elas que trabalham de sol a sol, nos campos, nas fábricas artesanais, nas lojas… são os rostos esquecidos das aldeias de Borobudur.
Em todas as aldeias de Borobudur vi sorrisos rasgados mas olhos amargurados pelo tempo de trabalho, pelo peso da responsabilidade de alimentar uma família, pela necessidade de comida. Tudo ali em Borobudur parecia real. E ao mesmo tempo, tudo ali em Borobudur parecia distante. O problema ali em Borobudur era eu. Ainda estava longe da realidade destas mulheres. Precisava de tempo para me ajustar. Precisava de saber indonésio para encetar uma conversa. Precisava de mais. Mas eram elas que realmente precisavam de muito mais.
– Good morning, diz-nos Busro logo pela manhã em Borobudur! Exibindo um sorriso envergonhado e tímido.
– Good morning, respondemos.
Busro esperava-nos no local combinado em Borobudur com uma mota. Prontamente nos disse, no seu inglês pobre, que o irmão mais novo vinha ter connosco e que andariam os dois connosco pelas aldeias de Borobudur. Busro é um rapaz novo, não aparenta ter mais do que 30 anos, envergonhado e muito simples. O seu parco inglês limita algumas conversas mas ao longo do dia vai ganhado confiança e vai falando cada vez mais e melhor. Entretanto chega Whendi, o irmão mais novo. Deve ter cerca de 20 anos e só arranha o inglês. Tem um sorriso igualmente bonito, genuíno e sincero.
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Tanto Busro como Whendi tem olhos negros bem escuros, da cor da terra e dos templos de Borubudur. Olhos daqueles que se vêm logo que são gente muito boa e de confiança. Foi pelas suas mãos que conhecemos as aldeias de Borobudur. Não podíamos ter tido experiência melhor em Borobudur.
VISITAR AS ALDEIAS DE BOROBUDUR
1. VISITAR A ALDEIA DE CANDIREJO EM BOROBUDUR
Candirejo é uma das aldeias mais belas de Borobudur. Rodeada de campos de arroz, as mulheres começam bem cedo a trabalhar nos campos de Borobudur.
Os homens também ajudam mas a verdade é que são elas que estão dobradas sobre arrozais, apanhando o feno seco que restou da última cultura e que serve agora para alimentar o gado. Os homens param para conversar connosco mas elas não. Elas continuam a trabalhar ali em Borobudur, sobre o nosso olhar atento e apesar das minhas tentativas para encetar conversa.
2. VISITAR A ALDEIA DE JUNKYARD
Busro leva-nos a medo até ao JunkYard, um parque logo ao lado criado por um artista local e que reutiliza a sucata automóvel abandonada à volta de Borobudur. Com restos de carros, motos, carrinhas e até riquexós, criou um parque de diversões que atrai a criançada local, especialmente ao final de semana. Não resistimos e entramos.
A entrada é paga, custa 20 000 rupias/pessoa, cerca de 1,5€. O Rui ficou encantado e até parecia uma criança pequena!
3. VISITAR A ALDEIA DE TUKSONGO
Dali seguimos para Tuksongo, uma aldeia que nunca tínhamos ouvido falar em Borobudur mas, quando estávamos a passar reparamos numas mulheres a trabalhar no campo puxando a água. Parámos.
Logo ao lado encontramos a descoberta do dia em Borobudur. Estavam duas mulheres, uma nova e outra mais idosa, sentadas na soleira da entrada de uma garagem a escolher fios muito finos.
Ficamos tão intrigados que fomos ver. Busro não conhecia. Nunca tinha visto aquilo em Borobudur. Quantas coisas acontecem ao lado de nossa casa sem que nunca tenhamos reparado nelas? Porém, Busro meteu conversa com o dono da casa que lhe explicou que as senhoras estavam a escolher “noodles de vidro”, noodles muito finos, feitos a partir de uma palmeira de Borobudur. Ficamos encantados ali em Borobudur.
As mulheres, sentadas no chão, quase não falavam, apesar de eu tentar meter-me com elas várias vezes. Só a mais velha me retribuía um sorriso ocasional. A mais nova estava vexada, submissa e até, diria, desencantada.
Passam ali os dias, sentadas no chão, a escolher noodles em Borobudur. Mais tarde, estes são embalados e vendidos no bazar local de Borobudur. O dono da casa estava encantado com a nossa presença e explicava a Busro todo o processo. Estava visivelmente orgulhoso no reconhecimento do seu trabalho, trabalho este que herdou há várias gerações.
Porém a nossa curiosidade era muita. Como se faz noodles a partir de uma palmeira ali em Borobudur? Busro foi incansável e tratou de descobrir junto do dono da casa. Dali, Busro e Whendi levaram-nos até ao local onde as mulheres extraem o material das palmeiras, juntam-lhe água e o transformam numa pasta que posteriormente será transformada nos noodles de Borobudur.
Entramos nas traseiras de um pequeno kapung, um bairro local e típico das aldeias de Borobudur. Quase uma dezena de mulheres trabalhavam a amassar a pasta dos noodles, ora criando uma pasta aquosa, ora batendo a pasta para a tornar mais sólida. Os sorrisos, as piadas e as gargalhadas das mulheres eram contagiantes. Ficamos ali uns bons minutos, aprendendo tanto sobre algo que não sabíamos nada.
4. VISITAR NGLIPOH
Busro percebeu que nós gostávamos de aprender mais sobre a cultura local e os hábitos da população e da vida rural de Borobudur. Disse-nos “vou-vos mostrar a aldeia da cerâmica”. E foi. Voltámos às motas e fomos ver como vive uma pequena família que depende desta actividade para viver ali em Borobudur.
A mulher é a oleira da família. Estava agarrada ao seu torno, movido à força do pé, e fazia algumas das peças de barro que vai levar para a aldeia para vender aos locais e aos turistas. Atrás da casa, o marido, coberto de faúlhas coloca as peças para cozer num forno improvisado. Na realidade mais não é do que um monte de feno a arder com potes no interior.
5. VISITAR A ALDEIA DE KARANG
Logo ao lado, está a aldeia de Karang, onde Busro nos levou a conhecer uma fábrica artesanal de fazer tofu. Muito interessante, especialmente porque nunca tinha pensado como seria feito este alimento. Um jovem rapaz trabalha praticamente sozinho numa garagem escura e esquecida pelo tempo nas aldeias de Borobudur.
A soja vem dos EUA, plantada em extensos campos de cultura intensiva e usando enormes quantidades de fertilizantes e adubos químicos. O rapaz está longe de imaginar que, aqui onde se cultiva o arroz e a chuva é abundante, aquela soja venha de terras onde as famílias mais pobres são privadas de água do domínio público para as industrias agro-alimentares produzirem monocultura de soja. O dono mostra orgulhosamente o saco que vem dos EUA e não esconde que a Indonésia não consegue produzir soja suficiente para alimentar o quarto país mais populoso do mundo.
6. VISITAR SINAR SEMAR
Whendi não fala muito inglês mas quando fala brilha! Virou-se para o Rui e disse-lhe: vou-vos levar a um lugar lindo. Chama-se Sinar Semar e é a casa de um amigo meu aqui em Borobudur. Fomos, claro! O que não fazíamos ideia é que essa casa era uma autêntica obra de arte, onde cada edifício estava pintado com passagens históricas, culturais e religiosas de Java.
Esta casa faria as delícias de qualquer instagrammer em Borobudur! E nós também não resistimos a várias fotografias.
7. VISITAR A IGREJA GALINHA
O dia nas aldeias de Borobudur já estava a chegar ao fim mas Busro disse-nos que não podíamos ir embora de Borobudur sem subir à Igreja Galinha. Igreja Galinha? WHAT? Seria mesmo? E era! A poucos quilómetros de Borobudur está uma igreja cristã em forma de pombo (uma alusão à Paz) mas cujo arquitecto não terá sido bem conseguido… É demasiado estranho para ser verdade mas é ali em Borobudur!
Pagamos 30 000 rupias para entrar e não resistimos a subir à coroa do “pombo”, embora tivessemos que esperar mais de 40 minutos e só termos 5 minutos para poder lá permanecer. As vistas são muito bonitas mas o espaço é claramente um invenção com muita falta de gosto em Borobudur.
O ADEUS ÀS ALDEIAS DE BOROBUDUR
A hora de deixar os nossos amigos para trás chegou. Trocamos abraços, contactos e até fotografias. A boleia do Busro no dia anterior nunca poderia prever que sairíamos amigos desta aventura. É por isso que viajar é muito mais do que conhecer locais. Viajar é quando nos deitamos na cama, fechamos os olhos e pensamos, o dia foi extraordinário. E no entanto, não vimos monumentos de renome mas passamos o dia nas aldeias de Borobudur rodeados da simplicidade da vida das mulheres e destes amigos.
DICA DE ALOJAMENTO: Durante a nossa viagem a Borobudur ficamos alojados no magnífico Villa Borobudur Resort. Não deixem de espreitar quando visitar Borobudur.
Este artigo foi realizado durante a nossa viagem de Volta ao Mundo em 2019/2020. Dia 26 – Os rostos esquecidos das aldeias de Borobudur – Java – Indonésia (Agosto 2019)
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ola
na leitura entusiasmada do vosso blog em especial textos da indonésia vejo que apanham muitas vezes boleia de moto. essas boleias tem custo certo ?
não é possível o turista alugar moto como se faz no camboja ?
grata
Se apanhar um oljek tem que pagar pelo serviço, é táxi moto. Mas pode alugar moto. Nós temos alugado moto aqui na Indonésia. Só não alugamos em Java.