12 horas a dormir! Já não me lembro há quanto tempo não dormia 12 horas seguidas! E soube tão bem. A cama era boa, o banho também, e por isso dormir depois do trilho dos últimos dois dias foi fácil. Mas o dia reservava-nos ainda o regresso a Malang.
Passamos a manhã na homestay onde estávamos alojados, a desfrutar do dolce far niente, um conceito que raramente aproveitamos em viagem. Mas hoje era preciso. Estamos também a habituar-nos a viajar devagar, algo que nunca fizemos. habituar-nos a ir devagar, ao sabor do vento e das coisas. Numa situação normal de viagem, hoje estaríamos já a caminho de outro destino e a programar outras aventuras. Numa viagem longa temos que ter tempo para relaxar, fazer pausas, absorver e processar.
A mochila voltou a encher-se de material de montanha. Voltou a ganhar volume e peso. As minhas botas vão agora penduradas de fora. Preciso de dois dias para descansar os pés e andar de sandálias. Depois de tudo pronto, despedimo-nos de Rani e partimos em direcção a Malang.
A distância entre Tumpang e Malang são pouco mais de 20 km mas com o trânsito caótico e de angkot demora quase duas horas. É preciso apanhar dois angkots, um para Arjosari e outro, depois, para o centro da cidade. 15 000 rupias, no total para a viagem.
Em Malang alojámo-nos nuns bungalows no rooftop de um prédio no centro da cidade. Chama-se Kampong Tourism e são cabanas de bambu, muito giras, com vista sobre a Malang. Um lugar muito acolhedor, com boa comida e relaxado. Perfeito para este nosso dia de descanso.
Acabámos por ainda sair do alojamento para comprar bilhetes de comboio para Banyuwangi, para onde vamos amanhã para daí aceder ao vulcão Ijen. Com bilhetes na mão, acabamos por aproveitar para visitar o Hotel Tugu Malang, uma instituição aqui na cidade e que, de acordo com o guia da Lonely Planet, é o melhor museu da cidade. O bilhete da visita custava 150 000 rupias/pessoa, mas se consumíssemos no restaurante teríamos direito a uma visita guiada. Resolvemos parar no restaurante, beber dois sumos por 120 000 rupias e pedir a visita guiada. E que bela visita! A rapariga que nos recebeu foi super simpática e contou-nos a história por trás daquela magnífica e mítica cadeia de hotéis da Indonésia. A família, de origem indo-chinesa, dedicou-se à cultura do açúcar mas depois resolveu abrir um hotel. O barão do Açúcar. como ficou conhecido, era um coleccionador aficionada por antiguidades do continente asiático e hoje o hotel tem um espólio que rivaliza com a maioria dos museus do sudeste asiático.
Com um restaurante temático que parece o Angkor Wat, no Cambodja, ou um rooftop semelhante ao Festival das Lanternas, na Tailândia, nada neste hotel ficou ao acaso. Visitar este local é obrigatório quando se visita a cidade de Malang.
No final da visita regressamos à nossa cabana, aproveitando o resto do dia para relaxar, conversar e fazer planos. Temos imensos planos para os próximos dias mas sobre isso vamos falar-vos brevemente.
Este artigo foi realizado durante a nossa viagem de Volta ao Mundo em 2019/2020. Dia 34 – No rescaldo do Semeru e de regresso a MALANG | Java – Indonésia (Agosto 2019)