Hampi é uma das regiões mais belas e tranquilas da Índia, ideail para explorar a pé, durante três ou quatro dias, e relaxar da agitação diária de viajar no país. Hampi tem um ambiente tranquilo, rural, muito intimista, tornando-a um destino predilecto para viajantes que começam a explorar a Índia pela primeira vez. Mas todos gostam de Hampi.
Hampi tem um ambiente selecto e palaciano e, para quem procura glamour, pode alojar-se no Orange County Hampi – Evolve Back, um hotel fabuloso, a poucos quilómetros das ruínas, construído à semelhança e inspirado nos palácios de Vijayanagar. Quem procura alojamento mais económico tem a vantagem de se poder alojar no meio das ruínas, bem ao lado do templo principal, numa aldeia de mochileiros improvisada. Não perca as nossas sugestões para visitar Hampi.
PORQUÊ TANTOS ROCHEDOS EM FORMA DE BOLA
A região de Hampi está repleta de bolas graníticas, formas típicas do granito que devido à erosão e disjunção esferoidal, dão origem a gigantescas “bolas”. A hidrólise, um tipo de meteorização química muito comum nas regiões tropicais devido à presença de água, transforma os minerais mais brandos do granito (feldspatos), criando um manto de alteração na base das formações rochosas. Esta meteorização dos granitos resulta numa paisagem “em bolas”, que também existem nas serras portuguesas (por exemplo no Alvão em Montesinho). Muitas bolas ficam empoleiradas umas em cima das outras, originando Tors, ou dispõem-se de forma aleatória pelas vertentes, designando-se Caos de Blocos. Esta paisagem granítica atinge uma vastidão fabulosa na região de Hampi. O que visitar em Hampi depende do roteiro que vai fazer, mas esta paisagem em bolas vai dominar sempre a sua viagem.
ROTEIRO
Dedique pelo menos três dias para explorar a região. No primeiro dia explore as ruínas de Vijayanagar, nomeadamente as ruínas que se acumulam próximo da margem do rio Tugabhadra. Termine o dia com um magnífico pôr-do-sol no Monte Mathanga. No segundo dia, explore as ruínas de Vijayanagar dentro das muralhas, caminhando com calma no recinto. Termine o dia com um magnífico pôr-do-sol no Templo de Virupaksha. No terceiro dia, apanhe um riquexó (ou alugue uma moto) e vá para a outra margem do rio, nomeadamente Anegondi. Pelo caminho há imensos locais de interesse para explorar. Se tiver mais um dia, desdobre os locais do primeiro dia em dois, já que poderá apreciar as ruínas de forma mais tranquila. Perca também algum tempo nas lojinhas da aldeia do Hampi Bazar que é óptima para fazer compras. Aqui vão os lugares a visitar em Hampi.
1º DIA – RUÍNAS DE VIJAYANAGAR NA MARGEM DO RIO
Comece por um dos extremos das ruínas para depois conseguir seguir um fio condutor ao longo do seu itinerário diário. Assim, damos-lhe uma lista dos lugares que deve visitar em Hampi, cuja ordem achamos que é a melhor.
1. Monólito de Narasimha e de Shiva Linga
O deus Narasimha, o deus leão, reencarnação de Vishnu, tem uma estátua gigantesca no recinto das ruínas de Hampi. Uma das muitas paragens obrigatórias na exploração da região.
A estátua está frequentemente “guardada” por fiéis. Espreite também o templo Badavilinga, logo ao lado. Logo ao lado tem o Badami Linga, um monólito de Shiva Linga com 3 metros de altura.
2. Templo de Krishna
O templo de Krishna está parcialmente em ruínas mas não perdeu o encanto. Apesar de ter andaimes na torre de entrada, pelo menos quando o visitámos, consegue-se ver as maravilhosas estátuas das Apsarás (espíritos femininos) que estão lá esculpidas.
O interior é magnífico mas vai ver coisas muito melhores em Hampi. Em frente está o Bazar de Krishna, que pode percorrer até chegar ao tanque do templo, a cerca de dois ou três minutos da estrada.
3. Templo Saasivekaalu Ganesh
Esta estátua colossal de Ganesh está construída num único bloco de granito com dois metros e meio de altura. Repare na serpente escavada na barriga do Ganesh. A estátua fica na parte sul do Monte Hemakuta, mas antes de subir ao monte vá primeiro a uma outra estátua do Ganesh, o Kadalekalu Ganesh, numa estrada à direita da entrada do acesso a este templo.
4. Kadalekalu Ganesh
Na parte nordeste do Monte Hemakuta está outra estátua colossal de Ganesh, desta vez com 4,5 metros de altura. É uma das maiores esculturas de Hampi e embora não seja rica em detalhe, é bastante impressionante. Ao lado existe um pequeno templo com vários pilares de onde se tem uma vista fabulosa sobre a Estrada do Bazar e as ruínas.
5. Monte Hemakuta
O Monte Hemakuta está repleto de pequenas ruínas que valem a pena ser exploradas. Rochas esculpidas. Pequenos santuários. Locais de oração e culto.
Passeie pelas ruínas do templo Sri Hanuman Mandir, do Mula Virupaksha e do Sri Gayatri Peeta, mas não deixe de se sentar um bocadinho no “sunset point” para respirar o ar tranquilo das ruínas.
É um óptimo local para ver o pôr-do-sol mas, como é muito próximo do templo principal, pode voltar aqui em qualquer um dos dias. Um lugar obrigatório a visitar em Hampi.
6. Templo de Virupaksha
Este é o templo principal de Hampi. Trata-se de um templo vivo, activo, onde as pessoas rumam em peregrinações nas alturas festivas. O templo tem uma gopura (torre de entrada) com 50 metros e completamente esculpida.
É o principal local de culto de Hampi, dedicado a uma das consortes do Deus Vishnu, a deusa Pampa.
No seu interior existe um elefante. A entrada custa 500 rupias mas vale a pena. Um lugar obrigatório a visitar em Hampi.
7. Estrada do Bazar
Em frente ao templo está a estrada do bazar, um arruamento de terra batida (como todos em Hampi) com colunas gigantescas a ladeá-lo. Esta estrada liga o Templo de Virupaksha ao Monte Mathanga.
Dica
- A estrada tem alguns vendedores e turistas, mas se quiser fazer compras, deve entrar na aldeia, do lado esquerdo, onde tem muitas lojas e vendedores ambulantes. É aí também que estão os alojamentos mais baratos de Hampi.
8. Ghats e margens do rio Tungabhadra
Ao longo do rio Tungabhadra há vários ghats, não são ghats crematórios, são ghats de oração e eblução, com várias pedras esculpidas com deuses hindus e pequenos recantos de oração, como santuários aos deuses Hanuman ou Vishnu.
Há um templo numa gruta, antes de chegar ao Templo de Kodandarama. Um lugar obrigatório a visitar em Hampi.
9. Templo de Kodandarama
Se seguir a estrada junto ao rio (que é magnífica), vai-se dar ao Templo de Kodandarama, com representações de Rama, Lakshman e Sita. O templo na realidade é um rochedo dentro de um templo, com ghats em frente ao rio.
10. Templo de Pushkarani
Os Pushkaranis são tanques sagrados anexados aos templos. A maioria dos grandes templos em Hampi tem um tanque ligado a ele. Os tanques atendem aos aspectos rituais e funcionais do templo e à vida em redor. Simbolicamente, esses tanques são significativos e tratados com grande respeito. Embora este templo tenha o tanque muito degradado, vale a pena a visitá-lo.
Dicas
Hampi tem vários tanques associados a templos e que não deve perder. São lugares obrigatórios a visitar em Hampi. Aqui fica uma lista dos melhores:
-
- Templo de Vittala – caminhe ao longo da rua do carro (Vittala Bazaar), e encontrará o tanque do lado oposto a um templo arruinado marcado como Kuduregombe Mantapa.
-
- Templo de Virupaksha – Este tanque é funcional e está localizado fora da torre do norte conhecido como Manmantha Tank. Por trás do templo há também um tanque pequeno, mas excelentemente preservado.
-
- Santuários de tanques de Manmatha – Os degraus e as paredes destes tanques são pintados com faixas vermelhas e ocre.
-
- Royal Enclosure (Fortificação Real) – Há vários pequenos tanques mas o mais bonito é o Tanque Escalonado.
-
- Templo Hazara Rama – Tem um tanque seco muito peculiar perto do poste da bandeira.
-
- Templo de Krishna – Se atravessar a estrada em frente ao templo e percorrer o Bazar de Krishna encontrará o tanque.
-
- Templo de Pattabhirama – Este tanque enorme fica a 5 minutos a pé do templo, e embora parcialmente destruído, ainda tem colunatas e ruínas dos pavilhões que circundavam o tanque.
- Pampa Sarovar – Outro tanque sagrado em forma de lótus a caminho do Monte Anjaneya, no lado oposto do rio, em Anegondi.
11. Templo de Achyuta Raya
Seguindo a rua das cortesãs, em direcção ao Monte Mathanga, chega-se ao Templo de Achyuta Raya, um templo enorme do século XVI, dedicado a Tiruvengalanatha, uma reencarnação de Vishnu.
Este templo tem duas gopuras (torres de entrada típicas do sul da Índia). Antes de lá chegar atravessa o Bazar de Achyuta Raya, provavelmente com pastores a dar de comer aos animais nas ervas mais ou menos secas.
12. Monte Mathanga
Num dos dias que vai passar em Hampi terá que subir este monte para ver o pôr-do-sol. Vai ser uma das imagens que guardará na sua memória para sempre. Pode subir através de um trilho bem marcado no final da Estrada do Bazar, ou então por um trilho perto do Templo de Achyuta Raya.
No topo do monte Mathanga há um templo hindu que vale a pena espreitar. Um lugar obrigatório a visitar em Hampi.
2º DIA – RUÍNAS DE VIJAYANAGAR em VITHALA e na FORTIFICAÇÃO REAL
1. Templo de Vithala
O templo de Vithala é o ex-libris de Hampi e da arquitectura de Vijayanagar. É difícil saber de quando data, mas os arqueólogos conseguem datar algumas alterações à estrutura original no século XVI. A torre de entrada, imponente e dianteira do Bazar de Vithala, dá entrada para um recinto onde e encontra um coche de pedra, na realidade um santuário em honra de Garuda, a águia que transporta Vishnu no Mahabarata. Este coche, verdadeiramente magnífico, é o símbolo principal de Hampi. O Templo de Vithala, como o próprio nome indica, é dedicado a Vithala, uma reencarnação de Vishnu.
O edifício principal, tem um grande salão com pilares ricamente esculpidos, especialmente Yalis, animais mitológicos hindus. Os frisos exteriores estão completamente esculpidos com divindades hindus. Num dos edifícios do templo, um pequeno do lado direito, estão representadas as 10 reencarnações de Vishnu. E no edifício mais à frente, há colunas musicais, colunas ocas que quando batidas com as mãos emitem sons distintos. Um lugar obrigatório a visitar em Hampi.
2. Balança do Rei
Mesmo ao lado do templo de Vithala está a balança do rei, uma estrutura de pedra onde os réis eram pesados. Os réis eram pesados com ouro e cereais. Esse produtos depois eram oferecidos aos pobres da cidade.
3. Estábulos dos elefantes
No interior da cidade muralhada, a Fortificação Real, conhecida por Royal Enclosure, está um edifício grandioso e imponente, que estranhamente não alojava a nobreza mas sim animais.
Trata-se do estábulos dos elefantes, com 11 compartimentos individuais, onde eram colocados os elefantes reais. O edifício tem cúpulas fabulosas, umas redondas, outras pontiagudas, que vão alternando.
4. Pavilhão Lotus Mahal
O Pavilhão Lótus Mahal terá servido de salão de audiências para as recepções dos réis de Vijayajanagara, e embora não seja de grande dimensão, é um belo exemplo de uma construção de arquitectura hindu e islâmica combinada. Os telhados lembram os tempos hindus, ao passo que o rés-de-chão, com as suas colunas arcadas, faz lembrar as mesquitas muçulmanas. Em frente ficam as ruínas da Zanana, o local onde viviam as mulheres. Há vários templos hindus e jainistas à volta, pelo que se tiver tempo, explore-os.
5. Banhos da Rainha
Os banhos da Rainha correspondem ao edifício onde a nobreza e realeza de Vijayajanagara se banhava. Funcionavam como hammans. O seu interior está muito bem preservado.
6. Templo de Hazara Rama
O templo de Rama tem alguns dos mais belos murais esculpidos de Hampi, retratando passagens do Ramayana, um épico do Hinduísmo. Outra particularidade do templo é que está esculpido, tanto por dentro, como por fora.
Este foi um templo privado do rei e da família real e que raramente era aberto a outras pessoas. Em frente fica o Bazar Pan Supari, que liga o templo ao Pavilhão Lótus Mahal. Um lugar obrigatório a visitar em Hampi.
7. Plataforma de Mahanavami ou Sabha Mantap
Esta plataforma, um edifício em três camadas, que servia de plataforma de observação durante o festival de Mahanavami e cerimónias militares no reino de Vijayanagara.
As paredes laterais estão ricamente decoradas com esculturas alusivas a festivais e cerimónias com elefantes e cavalos, assim como com a presença do rei.
Do seu topo tem-se vistas panorâmicas fantásticas sobre o Royal Enclosure, a Fortificação Real.
8. Tanque Escalonado
Um pouco à frente da Plataforma de Mahanavami está o tanque escalonado, o tanque mais bem preservado de Hampi. O tanque tem vários degraus em escadas e vale a pena a visita. Estes tanques eram usados para o armazenamento de água dos templos já que as chuvas de monção eram insuficientes para abastecer a cidade se não fossem armazenadas. Um lugar obrigatório a visitar em Hampi.
9. Imediações da Plataforma de Mahanavami
Perto da Plataforma de Mahanavami há vários locais que vale a pena explorar a pé, nomeadamente uma câmara secreta, pequenos edifícios com belas estátuas ou os banhos públicos. Não tem nenhum edifício grandioso, com excepção do tanque escalonado, mas vale a pena dar uma espreitadela e deambular pelas ruínas e muralhas da zona.
10. Templo subterrâneo de Shiva
Este é um templo construído abaixo da base actual do solo. Quando se entra no recinto vê-se uma plataforma, que é preciso descer através de uma escadaria para entrar no interior do templo.
Convém levar um frontal para iluminar o recinto porque não há iluminação e é escuro.
11. Bhojana Shala
Em frente aos banhos públicos da Fortaleza Real (mas fora da fortaleza, ao longo da estrada 131), está um alinhamento de pratos e locais para colocar os copos escavados nas rochas. É um conjunto de pratos escavados ao longo de 15 metros, de um lado e de outro de um pequeno canal.
Ao que parece foram usados pelos trabalhadores da cidade de Vijayanagara durante a construção dos edifícios da grande metrópole. Outra teoria diz que era o local onde comiam os prisioneiros. Bhojana Shala significa “o local onde o povo comia” e, à partida, seria isso mesmo, o local onde comiam os trabalhadores, já que a forma do prato faz lembrar as folhas de babaneiras usadas como prato no sul da Índia.
3º DIA – ANEGONDI, A OUTRA MARGEM DO RIO
Entre Kamalapura, a cidade mais próxima de Hampi, e Anegondi, na outra margem do rio Tungabhadra, há locais onde vale a pena parar para conhecer autênticos recantos escondidos. Os dois primeiros estão ainda na margem de Hampi, mas podem ser explorados quando for a caminho de Anegondi. O melhor para explorar esta parte de Hampi é arranjar um autoriquexó. Nós usamos o autoriquexó do Aleek, que poderá contactar a partir do facebook. Nós adoramos o Aleek. Pode ver tudo sobre o nosso dia com ele aqui.
1. Templo de Malyavantha Raghunatha
Este é também conhecido como o templo dos macacos e trata-se de um templo vivo, com fiéis, macacos a deambular pelo recinto do templo, sadhus sentados nos degraus e até músicos.
O templo, em termos arquitectónicos, não é nenhum ex-libris, mas o ambiente é fantástico.
2. Malyavantha Parvata e o templo-caverna de Shiva
O Templo dos Macacos fica na Montanha de Malyavantha, uma das sete montanhas sagradas da região, conhecidas como Saptaparvatas.
Esta montanha tem várias bolas graníticas em posições de equilíbrio magníficas mas a melhor faz parte de um templo de Shiva, guardado por um senhor que ali vivi há décadas, desde que o seu pai morreu, que por sua vez substituiu o seu avô.
O templo usa as bolas graníticas, onde foi construído no seu topo um pequeno altar e ao lado um mini templo.
Na parte exterior do templo há vários Shiva Lingas esculpidos na rocha granítica. Uma criança de cerca de 7 anos, sobrinho do curador do templo, lava louça do dia numa pequena linha de água.
Daqui têm-se das mais belas vistas panorâmicas de Hampi.
3. Aldeia de Anegondi
A aldeia de Anegondi é uma aldeia típica da região de Karnataka, na margem oposta de Hampi. Pode chegar-se ali de autoriquexó (mais cómodo) ou de barco. Com a abertura da estrada e da ponte para Kampli a aldeia ficou mais acessível e a viagem de Hampi para lá atravessa extensos campos de arroz. Uma paisagem magnífica.
A outra opção é atravessar de barco, perto do templo Vithala. Visitar a aldeia vale a pena, deambulando pela vida rural da Índia. É uma excelente oportunidade para conhecer gente muito boa.
4. Templo de Ranganathaswamy
Este é um pequeno templo vivo na aldeia de Anegondi. O templo tem belos murais pintados no recinto interior, fora do santuário, com várias divindades hindus.
É um local cheio de carisma e cor, com pilares pintados em tons de branco, azul e amarelo.
5. Carro de madeira de Anegondi
Em frente ao templo de Ranganathaswamy está um carro de madeira esculpido no cruzamento da estrada. É um escultura gigantesca, que é usada para o Festival de Carros de Hampi. Este é apenas um exemplar dos carros que percorrem a Estrada do Bazar em direcção ao templo de Virupaksha. O festival ocorre nos meses de Março ou Abril. Se estiver na Índia nessa altura, não perca.
6. Gagan Mahal
O Gagan Mahal é um velho palácio de Hampi no meio da aldeia de Anegondi. O palácio foi utilizado pelos reis de Vijayanagara, mas está um pouco voltado ao desleixo. Só pode ser visto por fora já que se encontra fechado ao público.
7. Templo de Durga
Um pouco mais à frente está o templo de Durga, um templo em honra da Deusa Durga que mais parece uma fortaleza, com duas torres. É um templo muito colorido que vale a pena visitar.
Prepare bem a sua viagem a Hampi porque a região é grande e há muita coisa para fazer e ver, quando pensar no que visitar em Hampi.
Regressar ao passado e viver como reis no hotel EVOLVE BACK HAMPI | Índia
Viajar na Índia de mochilas às costas não é fácil. Tem de se lidar diariamente com uma série de factores (calor, humidade, barulhos, cheiros, o constante movimento) que, apesar de fazerem da Índia o que ela é, tornam uma longa viagem bastante fatigante. Assim, o cansaço acumula-se e é preciso, ocasionalmente, fazer uma pausa para descansar num ambiente mais reservado e com conforto. A resposta foi Evolve Back Hampi.
A região de Hampi era, para nós, uma escolha natural para essa pausa. O seu contexto cultural, com um conjunto enorme de templos em ruínas, evocativas da grande Vijayanagara, a “Cidade da Vitória, capital de um império hindu que dominava o sul da Índia, e a sua beleza natural, com blocos de granito e colinas rodeadas de vegetação e plantações de bananeiras, constituía o cenário ideal para uns dias relaxados. Aliado aos encantos de Hampi, escolhemos o Evolve Back Hampi para nos acolher durante três noites e servir de base à nossa exploração das ruínas de Hampi.
O dia em que chegámos a Hampi tinha sido frenético. De manhã tínhamos explorado as ruínas de Aihole e Pattadankal, e as grutas-templos de Badami. De tarde tínhamos apanhado dois autocarros para chegar a Hospet, perto de Hampi. Ao sairmos do autocarro, um jovem empreendedor prontamente nos abordou e, depois de regateado o preço, seguimos no autoriquexó em direcção a Hampi.
Era já noite quando chegámos ao Evolve Back Hampi, e estávamos bastante cansados. Mas depois de atravessarmos os portões ao jeito de cidade muralhada, todo o cansaço pareceu desvanecer-se. Tínhamos entrado noutra Índia. O motorista do autoriquexó estava espantado “This hotel looks like a Palace!”. Não parecia; era mesmo! Uma série de vilas rodeadas de água e pequenos lagos ladeavam a avenida que nos levava ao edifício principal, de arquitectura inspirada nos palácios de outrora.
Ali, fomos recebidos com toda a hospitalidade e conduzidos ao nosso quarto. Uma área enorme esperava por nós, com duas camas, duas mesas, um sofá, uma escrivaninha, e uma casa de banho com duche, banheira e jacuzzi. Uma varanda com vista para a piscina do resort e para a floresta circundante rematava o cenário idílico. Rimos ao notarmos que o quarto era maior do que o nosso apartamento em Portugal! Era tempo destes mochileiros terem uma pausa de descanso e conforto na viagem pela Índia.
Depois de nos instalarmos, e tomarmos um bom banho, estava na hora de jantarmos. O restaurante temático Bahmani, cujo nome vem do sultanato, principal rival do império Vijayanagara), serve refeições inspiradas nas tradições locais, fundindo estas com uma cozinha moderna e visualmente atractiva. Ali, deliciámo-nos, como ainda não o tínhamos feito até então, com pratos típicos indianos.
Um naan com molho de queijo como entrada, e um prato de kebab de carne e de peixe, assim como uma carne saborosa de cordeiro, fizeram as nossas delícias, e fizeram-nos esquecer a nossa dificuldade em viagem em comer comida indiana que não nos fizesse arder por dentro com o picante. Estava na hora de voltarmos ao nosso quarto e termos um merecido descanso.
Nos dias seguintes, explorámos as magníficas ruínas de Hampi, espalhadas por uma grande área dominadas pelas colinas pedregosas, e uma lembrança dos tempos em que aqui se sediava um enorme império hindu que atingiu o seu auge no século XVI e chegou a ter contactos com comerciantes portugueses que vendiam cavalos aos reis hindus.
Num dos dias, fomos acompanhados por um historiador que trabalha para o Evolve Back Hampi e que nos transmitiu algum do seu conhecimento profundo da história de Hampi, culminando com uma subida a Matanga Hill, para uma visão panorâmica fabulosa de toda a área circundante. E quanto mais conhecíamos Hampi e a sua história, mais apreciávamos a arquitectura do Evolve Back Hampi, baseada na fusão das tradições islâmica e hindu. Os corredores e os seus arcos do edifício principal, e os andares encimados por cúpulas pontiagudas do edifício do restaurante e do spa faziam-nos lembrar o Lotus Mahal, o palácio que se pensa que terá sido a sala de audiências do rei de Viajayanagara.
As suites, rodeadas de água (um elemento essencial tanto no passado como no presente), são inspiradas nos aposentos das mulheres das cortes de então, e ideias para uns dias de luxo em família. O pátio central do edifício principal, com jardins e fontes, recordavam-nos os Banhos da Rainha, uma estrutura concebida para entretenimento real. Estávamos mesmo alojados num palácio!
Não chegámos a ter tempo para um tratamento ayurvédico no spa, mas não deixámos passar a oportunidade de relaxar no jacuzzi do nosso quarto, assim como passar algum tempo na infinity pool. O tempo não ajudou muito, pois tanto estava sol, como a seguir chovia! As monções pareciam não nos dar tréguas. Mas Hampi e o Evolve Back Hampi mais que compensaram a pouca sorte com o tempo.
Os dias, que começavam com um fabuloso pequeno-almoço virados para a piscina, e que passávamos fora a explorar o terreno, finalizavam sempre com um regresso ao conforto do “nosso” palácio, acabando com um jantar em que experimentávamos delícias como gambas com tamarindo, acompanhadas de vinho tinto produzido na região (afinal também há vinho indiano, e bom).
Os dias em Hampi passaram depressa, mas ao mesmo tempo, o descanso e conforto de que aí desfrutámos deu-nos um novo alento e novas energias para continuar a nossa grande viagem pela Índia e Bangladesh. Experimentar a vida de reis e rainhas, nem que por poucos dias, tem destas vantagens! Uma experiência a não perder.
Se decidir passar por Hampi, pode marcar aqui a sua estadia no Evolve Back Hampi (antes conhecido por Orange County), e usufrua de tudo que ele tem a oferecer. Quanto a nós, estava na hora de partir em busca de novas aventuras.
Se vai viajar para a Índia, estes são alguns dos nossos artigos que lhe podem interessar
- CONSELHOS PARA VIAJAR NA ÍNDIA – Tudo o que precisa de ler e ouvir, se vai viajar para a Índia e se quer preparar, do ponto de vista psicológico.
- VIAJAR NA ÍNDIA – Tudo o que precisa de saber para viajar na Índia, dicas práticas, como chegar,s e deslocar, o que preparar estão aqui.
- ROTEIROS PARA VIAJAR NA ÍNDIA – Se procura vários exemplos de roteiros para viajar na Índia, e função do seu perfil de viajante, este artigo é para si.
- MONÇÕES NA ÍNDIA – Um artigo com informação detalhada sobre as monções na Índia.
- VISITAR AS ILHAS ANDAMAN – Tudo o que precisa de saber para visitar as ilhas Andaman, na Índia, um autêntico paraíso na Terra.
- VISTO PARA A ÍNDIA – Tudo o que precisa de saber para tirar o visto da Índia está aqui.
- VIAJAR DE COMBOIO NA ÍNDIA – Tudo o que precisa de saber para viajar de comboio na Índia e aproveitar a sua viagem no país.
- CRÓNICAS DE VIAGEM NA ÍNDIA E BANGLADESH – As crónicas diárias da nossa viagem de dois meses na Índia e no Bangladesh.
- Eu, a Índia e memórias de um viajante – Uma crónica de viagem sobre a Índia e o regresso a este país 10 anos depois.
Se vai viajar para o Rajastão, na Índia, estes são os artigos que lhe recomendamos
- VISITAR UDAIPUR – Tudo o que precisa de saber para visitar a maravilhosa cidade de Udaipur na Índia e no Rajastão.
- VISITAR JODHPUR Um artigo cheio de dicas para visitar a cidade azul do Rajastão na Índia.
- VISITAR JAISALMER – Um artigo cheio de dicas para viajar e visitar uma das cidades do Rajastão com mais carisma e autenticidade.
- VISITAR JAIPUR – Tudo o que precisa de saber para visitar a maravilhosa cidade de Jaipur e os seus arredores.
- VISITAR O RAJASTÃO – Um artigo cheio de dicas de sugestões para preparar a sua viagem ao Rajastão na Índia.
- ONDE DORMIR NO RAJASTÃO – Um artigo com informação prática sobre os melhores alojamentos para ficar a dormir no Rajastão, na Índia.
- VISITAR BUNDI – Um artigo cheio de dicas extraordinárias para visitar o nosso local preferido no Rajastão, na Índia.
- VISITAR BIKANER – Um artigo cheio de dicas para visitar a cidade de Bikaner no Rajastão, na Índia.
- TEMPLO DOS RATOS NA ÍNDIA – Tudo o que precisa de saber para visitar o templo dos ratos em Bikaner na Índia.
Se vai viajar para Querala e no sul da Índia, estes são os artigos que temos aqui no blogue
- VISITAR COCHIM – Tudo o que precisa de saber para visitar Cochim, em Querala, está neste artigo.
- VISITAR HAMPI – Um artigo sobre um dos lugares mais incríveis para viajar na Índia, a zona de Hampi.
- VISITAR BADAMI – Tudo o que precisa de saber para visitar a região de Badami e arredores no sul da Índia.
- COMUNISMO EM QUERALA – Um artigo sobre o regime comunista no estado de Querala, na Índia.
- VISITAR AS BACKWATERS DE QUERALA – Tudo o que precisa de saber para preparar uma visita às águas paradas de Querala.
- DANÇAS TRADICIONAIS DE QUERALA – Tudo o que precisa saber sobre as danças e artes tribais de Querala.
- VISITAR MUNNAR – Um artigo com tudo o que precisa de saber para visitar Munnar e as plantações de chá de Querala.
- VISITAR WAYANAD – Um artigo para o ajudar a explorar a região de Wayanad no sul da Índia.
- DORMIR EM QUERALA – Uma selecção dos melhores hotéis e alojamentos para dormir em Querala.
- VISITAR TAMIL NADU – Tudo o que precisa de saber para visitar a região de Tamil Nadu no sul da Índia.
- VISITAR UMA ESCOLA NA ÍNDIA – Tudo o que precisa de saber se quiser visitar uma escola na índia.
- KATHAKALI – Um artigo sobre estas danças tradicionais de Querala na Índia.
- VASCO DA GAMA NA ÍNDIA – Que lugares ainda pode visitar
- SER HUMANO NA ÍNDIA – Uma crónica de viagem
Se vai viajar na zona dos Himalaias Indianos, estes são os artigos que temos aqui no blogue
- VISITAR MANALI – Um artigo com tudo o que precisa de saber para visitar Manali e entrar nos Himalaias indianos.
- VISITAR O VALE DE SPITI – Tudo o que precisa de saber para visitar o Vale de Spiti está, literalmente, neste artigo, cheio de dicas e com a partilha da nossa experiência pessoal.
- VISITAR KALPA – Um artigo para o ajudar a preparar a sua viagem a Kalpa, onde a Índia se encontra com o Tibete indiano.
- VISITAR TABO – Tudo o que precisa de saber para visitar a povoação que alberga o maior mosteiro budista do Vale de Spiti.
- VISITAR KAZA – Tudo o que precisa de saber para visitar Kaza e as aldeias e mosteiros tibetanos do vale de Spiti.
Se vai viajar na Índia e procura dicas para visitar o centro do país veja estes nossos artigos
- VISITAR CALCUTÁ – Tudo o que precisa de saber para viajar numa das cidades mais desafiantes da Índia.
- VISITAR PURI – Um artigo cheio de dicas para visitar a cidade hindu de Puri e ver as maiores manifestações culturais do Hinduísmo.
- VISITAR DELI – Tudo o que precisa de saber para visitar Deli, a capital da Índia.
- VISITAR SANCHI – Tudo o que precisa de saber para visitar os monumentos budistas e stupa de Sanchi na Índia.
- VISITAR GWALIOR – Um artigo cheio de dicas para visitar a cidade de Gwalior que é maravilhosa.
- VISITAR BOPHAL – Um artigo sobre a cidade de Bhopal e a sua tradição milenar nas rotas da seda e das especiarias.
- VISITAR BIJAPUR – Um artigo cheio de dicas para visitar uma cidade incrível na Índia, Bijapur, no centro do país.
Excelente trabalho, só falta mesmo ir o que conto fazer no início do próximo ano.
Vinha pedir alguns conselhos, se puderem dispensar uns minutos!
Chego a Kochi e sigo no próprio dia até Hampi (2 voos, via Bangalore). De Hampi quero seguir para Badami e conhecer a região (tudo bem explicado no blog). Daí para Goa, de comboio e finalmente de Goa de volta a Kochi.
As minhas dúvidas neste momento estão na parte entre Hampi e Goa. De Hampi a Badami parece-me que mais vale investir 30€ num taxi, o que acham?
Estou tentado a fazer Hampi e Badami só de bicicleta, estilo Angkor Wat. Será prudente?
Quanto a Badami para Goa, o comboio sai de Gadag (ao sul) às 7h45 e o comboio de Badami a Gadag, que demora 2h chega às 7h35. Esta ligação irá funcionar ou é melhor dar uma boa margem (e de quanto tempo)?
Antecipadamente grato e as maiores felicidades para as vossas próximas aventuras!
Nuno
Olá Nuno. De Hampi para Badami nós fomos de transporte público. Dois autocarros. Foi giro mas se tens tempo contado pode valer a pena o táxi. 30€ Parece-me justo, melhor ainda se dividires com outra pessoa o táxi. Provavelmente vai ser fácil. O autocarro tem a vantagem de ser muito mais barato. Mas demora mais tempo. Para Hampi a bicicleta pode ser boa ideia. Aliás acho que deve ser mesmo o máximo. Se não tiveres muito tempo podes cobrir mais no riquexó mas se tiveres tempo a bicicleta dá para fazer tudo, com excepção da outra margem que fica longe (mas podes tentar atravessar de barco, também dá). Para Badami a bicicleta dá para Badami mas para Ahihole e Patadakkal é muito longe. Mesmo com riquexó é um dia super cheio. E acredita, vale mesmo a pena ir lá. Firmo-nos nos horários dos comboios a Índia é um acto de fé! Mesmo! Pode correr bem mas pode correr mal.De Qualquer forma, também deves ter autocarro, é conveniente veres em Badami. Com esse tempo de escala esquece o comboio. É quase impossível conseguires. Só para mudar de linha nas estações da Índia podes demorar mais de meia hora. Eu não arriscava numa escala com menos de uma ou duas horas, de qualquer forma prepara-te. Na Índia os comboios atrasam minutos, horas e, às vezes, dias! Um conselho, por muito que prepares esta viagem, muita coisa não vai acontecer como preparaste, especialmente no que toca aos transportes. Vai de mente aberta. A Índia é assim! 😉
Olá Carla e muito obrigado! Estou a ver que só com um plano A, B e C.
Entre autocarro, comboio e táxi alguma coisa há-de funcionar! De resto, excelentes conselhos. Abraços e boas viagens! – Nuno
😀 Força! Visitar a Índia vai mudar tudo. 😀
Obrigado. Muito bom!
Ainda bem que ajudou.
Sensacional! A India é um sonho nosso! Cada post como este aumenta em muito a vontade de conhecer! As fotos estão maravilhosas e o post está super completo, parabéns!
Obrigada.
Que post fantástico! A Índia sempre foi meio mística pra mim, sabe? Sempre foi um país que fez parte da minha wishlist. Tantos templos, tantas histórias… deve ser realmente incrível! A vista do Monte Mathanga parece ser incrível!
É lindo, Dhebora. Vale mesmo a pena. Ganha coragem. 😀
Nossa…adorei o seu relato e as fotos estão incríveis. Tenho muita vontade de ir para esse lado….dicas anotadas para quando isso se concretizar.
Obrigada, Andrea. Vai adorar mesmo.
Que lugar… que fotos… que pessoas!!! Estou amando acompanhar essa viagem de vocês! A Índia está nos meus planos há tanto tempo que me sinto íntima só de olhar.
Obrigada, Aline. A Índia é maravilhosa. E as paixões começam assim. A Índia vai conquistar o teu coração. 😉
Quantas imagens lindas. Estou planejando visitar a Índia e com certeza colocarei no meu roteiro. Adorei o post, muito bem explicado, parabéns.
Obrigada, Alexandra.