10 CONSELHOS essenciais para quem vai VIAJAR PARA A ÍNDIA

10 CONSELHOS essenciais para quem vai VIAJAR PARA A ÍNDIA

A Índia é um país que tem um mundo lá dentro. No entanto, a Índia tem um canto para todos. Mas nem todos gostam da Índia, porque a Índia não é para todos. Mas a Índia é, com certeza, o país mais genuíno de todos. Deixamos-vos aqui 10 conselhos que consideramos essenciais para quem vai viajar para a Índia pela primeira vez. Independentemente de ir em viagem organizada ou de forma independente, ninguém vem indiferente da Índia. Quem vai viajar para a Índia de forma independente terá que travar muitas mais lutas interiores, mas ninguém escapa delas. Se vai viajar para a Índia há coisas que precisa saber.

1. A Índia é um murro no estômago

A índia é um murro no estômago. Um murro que dói até deixarmos de sentir a dor. A Índia não é um país para principiantes. O choque cultural é imenso, talvez o maior que um ocidental possa ter. O calor e a humidade não ajudam. Os cheiros, omnipresentes, não dão descanso aos sentidos. A pressão das pessoas, aos milhões, de dia e de noite, em todos os lados. A falta de espaço privado e de noção de privacidade. As vacas. As frutas. O lixo. As flores. A miséria. Os sorrisos. A fome. A alegria das pessoas. As buzinas. A bondade. Os macacos. A hospitalidade. Os ratos. A generosidade. Tudo no mesmo país. Tudo ao mesmo tempo. Se vai viajar para a Índia, prepare-se.

10 conselhos essenciais para quem vai viajar para a Índia

2. A Índia precisa de tempo

Dê tempo à Índia. A Índia precisa de tempo para a conseguirmos ver e sentir. Não a julgue. Aprenda com ela. Não olhe a Índia com olhos de censura, de julgamento arbitrário. Procure perceber. Procure conhecer as causas. Procure as respostas. As perguntas todos as fazem; as respostas, essas, precisam de tempo. Viajar para a Índia durante uma ou duas semanas vai fazer-lhe detestar o país. Não terá tempo para o compreender.

10 conselhos essenciais para quem vai viajar para a Índia

3. Vai ver pobreza, miséria e fome todos os dias

As ruas das cidades indianas estão cheias de mendigos, crianças de rua, órfãs, que vivem o dia-à-dia em condições desumanas, algumas piores do que animais. Dormem nas estações de comboio, nas portas dos edifícios, nos caixotes do lixo. Dormem ao lado das vacas. Partilham comida com ratos e macacos. Esta visão da Índia é forte. Muito forte. Mas para além dos mendigos de rua, a maioria das pessoas que trabalha ganha tão pouco que não tem casa para dormir. Dormem no hotel, no restaurante, na loja. Dormem no corredor e na recepção do hotel onde reservou o quarto. Dormem na porta do restaurante onde vai tomar o pequeno-almoço. A Índia é pobre. Muito pobre. A fome é o dia-à-dia de muitos adultos e crianças que passam os dias à procura de arranjar algumas rupias para saciar a fome. Viajar para a Índia é testemunhar esta realidade.

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4. A morte vai-lhe entrar pelos olhos dentro

A morte é uma fase da vida e na Índia isso é bem visível. É cada vez menos comum ver mortos nas ruas, alguns abandonados, outros a serem tratados pelos familiares. Mas se viajar em meios pequenos pode ver as famílias a despedirem-se dos cadáveres à porta de casa, a prepará-los para a cerimónia fúnebre, a preparar as cremações. Não acontece só em Varanasi. Acontece um pouco por toda a Índia. Se estiver atento, a morte anda nas ruas. Em Bikaner passávamos nas ruas da cidade velha quando vimos um jovem com o pai a preparar a padiola para colocar a mãe. Faziam-no na berma da estrada, pois não havia passeio. Em Puri, partilhámos a dor das famílias que ainda fazem a cremação tradicional dos corpos, sob o olhar reprovador dos mais jovens que prefeririam queimar os pais nos crematórios modernos e fechados. Em Varanasi a morte desfila pelas ruas. As padiolas saem dos templos e das casas e percorrem as ruas em direcção aos ghats crematórios, onde os filhos mais velhos rapam os cabelos.  Os doentes e moribundos aglomeram-se nas ruas estreitas da cidade velha e esperam morrer nas margens do Ganges. Os mortos bóiam no rio. As cinzas dos cadáveres sujam as ruas e as águas, e voam com o vento. Mas a morte, na Índia, é uma fase transitória da vida. É assim que devemos entendê-la.

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5. Pode saber o que vai ver, mas nunca saberá o que vai sentir quando o vir

O que custa na Índia não é não saber o que vamos ver. A maioria das pessoas sabe que vai ver grandes contrastes económicos, que na realidade não chocam assim tanto. O que choca é o extremo da pobreza, já que o extremo da riqueza é bem mais modesto que nos países ocidentais. O que custa na Índia é não conseguirmos lidar com aquilo que sentimos pelo que vemos. Os primeiros dias são muito difíceis. São uma luta interior, por muito preparado que se esteja.

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6. A Índia ganha sempre

Uma das situações que mais nos marcou foi presenciar uma criança de rua, provavelmente órfã, que pertencia a um grupo de homens que geria crianças-mendigos. Estávamos na estação de Varanasi e aproximou-se um miúdo pedindo dinheiro. Era natural. Éramos dois estrangeiros, brancos, sentados na estação. Era óbvio que éramos ricos, estávamos a viajar na Índia! Não démos. Antes de viajar para a Índia acordámos que nunca daríamos dinheiro aos pedintes. Para além de nos sentirmos mal, por recusar as rupias que podiam pagar o prato de comida à criança, que nos olhou com olhos que nos penetram a alma, oferecemos-lhes bolachas e convidámo-lo a sentar ao nosso lado. Não aceitou e foi-se embora. Um homem abordou-o e obrigou-o a voltar. A criança voltou. Não teria mais do que 8 ou 9 anos. Olhos negros penetrantes. Remelas secas. Voltou a pedir dinheiro. Os nossos corações gelavam. Voltámos a negar. Sabíamos que o dinheiro não era para ele. O dinheiro era para o “dono” das crianças. Passámos-lhe um pacote de bolachas para a mão. Desta vez, guardou-o. A criança voltou a ir embora. E regressou novamente. Regressou mais três ou quatro vezes, obrigado pelo adulto que estava encostado à parede. Voltou a ouvir “não”. E a cada não que lhe dizíamos era como se um punhal se cravasse no nosso coração. Se déssemos dinheiro aquela criança o ciclo de tráfico de crianças irá perpetuar-se. Não podíamos compactuar com isto. Seria muito mais fácil dar-lhe 10 rupias, afinal são cerca de 15 cêntimos. Mas o que conseguiríamos com isso? Iria esta criança comer? Se calhar as bolachas alimentam-lhe muito mais, já que as 10 rupias nunca ficariam com ele. Mas lhe déssemos o dinheiro, ele podia ir embora. Como não demos, a criança continuou ali. Mas se lhe déssemos o dinheiro apenas estávamos a pagar para nos livrarmos do problema. A maioria dos estrangeiros dá. Dá porque tenta de alguma forma “pagar a culpa do subdesenvolvimento” que todos sabemos é dos países desenvolvidos. Mas nós decidimos que não dávamos. Essa seria a forma fácil de lidar com a situação. Difícil e duro era dizer que não. Olhar a criança quase suplicar com os olhos, e recusar, com o coração a tremer e a sentir-se a pior pessoa do mundo. Aquela criança devia estar na escola. Mas enquanto estiver ali e conseguir dinheiro nunca terá hipótese de ir à escola. Faça o que se fizer, dando-lhe dinheiro ou não, vamos sentir-nos sempre mal. Vamos sentir-nos cúmplices do “dono” se lhe dermos dinheiro. Vamos sentir-nos a pessoa mais desumana do mundo se lhe recusarmos as 10 rupias. Como se lida com isto? Como se sente isto? Cada um sente-o de forma diferente, mas todos sentem coisas que nunca sentiram. Todos travam batalhas interiores que nunca poderão ganhar porque, no fundo, a Índia ganha sempre. O visitante sai sempre a perder. A maior riqueza que podemos ter é aprender com estas situações. Aprender a compreender porque isto acontece. E independentemente da atitude que se tomar, dar ou não dar dinheiro, perceber que vamos sempre sentir-nos a pior pessoa do mundo. Será que devemos dar dinheiro? Por principio pensamos que não. E sempre que podemos, tentámos não o dar. Mas houve momentos em que demos. Não sabemos explicar porquê. Sabemos apenas que o fizemos. Um desses casos foi o de um menino de rua, em Delhi, que vendia canetas na zona mais elegante da cidade. Negociámos as canetas por um preço justo e, no final, depois de comprar as canelas, voltámos a dá-las de presente para que as pudesse vender outra vez. Sentimo-nos bem por ver os olhos da criança brilharem de alegria, que correu em direcção à mãe que estava estendida no chão com um bebé ao colo. Mas ao mesmo tempo, sentimo-nos as piores pessoas do mundo, porque aquela criança, por mais um dia, não vai precisar de ir à escola. Consegue na rua o dinheiro necessário para alimentar a família. A Índia ganhou. A Índia ganha sempre.

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7. Faça o que fizer, sentir-se-á sempre impotente

Não há nada que possa fazer. Ou aliás, há muito, mas faça o que fizer vai sempre sentir-se impotente. Relembro aqui apenas duas das muitas situações que vivemos. Se vai viajar para a Índia prepare-se para isto. Uma das situações foi em Pushkar, quando uma menina com cerca de 13 anos e um bebé ao colo se aproximou a pedir dinheiro. Negámos. A menina pediu-nos então para ir com ela a uma loja comprar leite para alimentar o bebé. Fomos. Comprámos leite e bolachas. Pagámos. Saímos, nós e a menina. Despedimo-nos. Dei-lhe um abraço. Ela desenhou-me uma rosa em hena na palma da mão. Poucos minutos depois voltamos para trás, na mesma rua. A menina estava dentro da loja, a devolver o leite e a dividir o dinheiro com o lojista. Sentimo-nos mal. Tão mal. Tínhamos sido enganados. Mas o pior foi ter sentido vergonha de a confrontar com aquilo. Tivemos vergonha de confrontar a pobre menina com o “uso da pobreza”. É um conceito que não existe em Portugal. Podemos ter a melhor das intenções mas nem sempre elas servem os propósitos que nós pensamos. Outra das situações aconteceu-nos em Calcutá. Entramos no KFC para almoçar. Como tínhamos visto crianças de rua, optámos por comprar um balde de frango para dar aos miúdos. Quando saímos, oferecemos o balde a três ou quatro crianças que correram para nós. Mas enquanto as crianças começavam a tirar o frango, dezenas de outras corriam na nossa direcção. Olhámos um para o outro. Sentimo-nos impotentes. Podíamos entrar no KFC mais 10 vezes que não os íamos conseguir alimentar. Um deles olhava para nós e dizia “mas deste-lhe a ele”. O nosso coração gelou. Só queríamos fugir. E de alguma forma é isso que temos de fazer. Por muito desumano que parece e seja, temos que tentar fugir da sensação de querer mudar aquele mundo. Se não fugirmos, enlouquecemos. Naquele dia aprendemos que o nosso coração tem que se petrificar um pouco, caso contrário nunca sobrevivíamos à Índia. E petrificámos. Tentámos envolver-nos menos. Continuámos a dar beijos e abraços às crianças e mulheres de rua. Abraçámos os dalits e intocáveis, sob olhares de censura, brincámos com crianças órfãs e das favelas. Oferecemos-lhes fotografias da polaróide e carinhos no rosto. Alguns coravam de emoção. Houve mulheres que, quando abraçadas pela Carla, vinham-lhe as lágrimas aos olhos. Tentámos mudar alguma coisa no meio da impotência que sentimos todos os dias. Tentámos fazer a diferença, sabendo que o que fazíamos era muito pouco comparado com tudo o que a Índia nos estava a ensinar. Viajar para a Índia é isto.

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8. Ninguém fica indiferente à Índia

Ninguém vê o que vê na Índia e lhe fica indiferente. É impossível viajar para a Índia e vir de lá igual. A Índia testa os nossos limites da humanidade. No final, ou se ama, ou se detesta. Como é possível amar um país destes? Um país que nos choca todos os dias com casos de desumanidade? É assim que a Índia se mostra. A Índia é um país dos tempos modernos mas continua a não usar filtros. Ela mostra-se crua. Tal e qual como é. Mostra-se feia, suja e desumana. Mostra-se bela, extraordinária e resiliente. Como é possível detestar um país em que a população luta todos os dias pela vida? Luta por um prato de comida para sobreviver. Nós só conseguimos adorar a Índia porque sabemos que ela é a prova inequívoca do que é a essência humana. Ela é bonita e feia ao mesmo tempo. Ela é boa e má, ao mesmo tempo. Ela é retrato da sociedade humana, cada vez mais desumana. E no entanto, ao longo dos milénios, a Índia sobreviveu a isto tudo. Como se pode não amá-la?

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9. Há lixo por todo o lado

A questão dos lixos na Índia é algo que salta à vista. As ruas estão cheias de lixo, as estações e zonas mais povoadas das cidades têm montanhas de resíduos que apodrecem e conspurcam o ar. A questão dos lixos na índia é muito social. A população cresceu de forma exponencial e com ela o consumo. Uma sociedade predominantemente rural, que comia em folhas de bananeira, atirava-as para o chão. As folhas degradavam-se com o tempo. Mas a sociedade mudou. As pessoas deixaram as aldeias e vieram para as cidades em busca de melhores condições de vida. Mumbai, Delhi, Bangalore, Chennai e Calcutá são o símbolo do sonho indiano. A população que deitava folhas de bananeira para o chão tem agora pratos e talheres de plástico, que seguem o mesmo destino. As roupas também. As batatas fritas substituíram o milho cozido, acrescentando as embalagens ao panorama. Os lixos aglomeram-se por todo o lado. Há toneladas de lixo espalhadas pelas cidades. O cheiro é nauseabundo. Mas a Índia está a mudar. Já há sinais nas estações que proíbem que se deite lixo para o chão e inclusive com multas para quem o fizer. A sociedade indiana mudou e com tempo, a Índia adaptar-se-á aos novos desafios. Quem vai viajar para a Índia deve estar consciente disto.

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10. Não julgue a índia, respeite-a 

A Índia não é para todos. Há muita gente que viaja para a Índia e não gosta. Está no seu direito. Isto acontece porque a Índia não é fácil. Lidar com um misto de emoções, todas ao mesmo tempo, é muito difícil. São batalhas constantes. A maioria das pessoas começa por julgar a Índia. “Na Índia as vacas valem mais do que as mulheres”, dizem. Na Índia as vacas valem mais do que todos os seres humanos. Na Índia as vacas são sagradas. São deuses. Os deuses não valem mais do que os homens também nos outros lugares do mundo? “Na Índia há fortes violações dos Direitos Humanos”. Verdade e nada o justifica. Mas também não os há no nosso país e noutros ditos desenvolvidos? Na Índia a pobreza é crónica e o sistema de castas castrador. Mas a Índia está a lutar muito por tentar mudar. A Índia tem milénios de história. As primeiras civilizações mundiais floresceram ali. As castas existem há mais de três mil anos, tempo esse em que nunca foram questionadas. Nem Gandhi ousou pô-las em causa, aliás defendia-as como forma de perpetuar a hierarquia na sociedade. Gandhi defendia apenas a integração dos “sem casta”, os chamados intocáveis ou dalits, na sociedade indiana. Será a Índia capaz de mudar em algumas décadas o que já dura há milénios? As mudanças precisam de tempo. Elas estão acontecer, mas demoram tempo. Devemos dar tempo à Índia.

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Se vai viajar para a Índia, prepare-se, mas os melhores conselhos que temos para si são estes.


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Carla Mota

Geógrafa com uma enorme paixão pelas viagens e pelo mundo. Desde muito cedo que as viagens de exploração fazem parte da sua vida. A busca do conhecimento do mundo leva-a em direcção a culturas perdidas e ameaçadas, tentando percebe-las. Hoje é também líder de viagens de aventura na Nomad.

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30 Comentários

  1. Gisela Palma diz: Responder

    Eu fui sozinha o ano passado em novembro para a India (Puskhar), amei tudo… sou apaixonada pela India, pelas gentes, pelas cores, pelo cheiro, comida… as pessoas foram todas espetaculares comigo! Cheguei a Delhi e fui de taxi para Puskhar (Ajmer -Rajastan) levei 6 horas :(, mas foi gratificante! Todos me respeitaram. Neste momento vivo com um rapaz indiano e para o ano vai ser o nosso casamento na india. Cheio de cor e muita musica.
    Namaste

    1. Carla Mota diz: Responder

      Que história linda! Desejo muitas felicidades para você. Tudo de bom.

  2. Claudia Rodrigues diz: Responder

    Eu fiquei emocionada com o seu texto e da forma que você soube colocar para que possamos entender que o mundo esta ai para quem quiser descobri-lo. Eu estive na Índia (New Delhi) ha alguns anos atras e quando comecei a ler seu texto eu me vi na situação ( 2 semanas vai detestar …) . Voltei ao Brasil e percebi que não era para ser daquela forma. Um sonho que eu mesma acabei jogando fora. Eu li seu texto por acaso e encheu meu coração de voltar , só que agora mais madura e com um outro proposito. Eu amei e vou seguir suas dicas e quando eu voltar te conto depois e compartilho como foi ! Muito obrigada ! Acho que precisamos de mais pessoas assim, para que possamos ser encorajados a abrir a mente e o coração para o novo, o diferente …

    1. Carla Mota diz: Responder

      Obrigada, Claúdia. Não é fácil explicar a Índia. É muito profundo.

  3. Eduardo diz: Responder

    Olá Carla.
    Eu e minha esposa planejamos ir à Índia ano que vem (março ou abril). É um sonho antigo meu, mas confesso que sempre adiei por achar que não estava preparado. Tenho lido várias postagens sobre o país, mas nada que se compare ao texto escrito por você. Você conseguiu descrever em palavras exatamente o que imagino iremos sentir. Sem eufemismos e sem julgamentos. Antes de continuar, agradeço pela sensibilidade e delicadeza do texto.
    Bom, como um sonho antigo, eu tenho alguns locais que não posso deixar de visitar: Varanasi, Rhajastão, Agra. Mas acompanhando seus textos, me encantei com Kerala. Então eu te pergunto: vc acha que em um roteiro de cerca de 15-20 dias dá pra conhecer bem esses lugares? Ou acha que vamos passar mais tempo nos transportes (trens, provavelmente – ou como vocês dizem aí em Portugal, comboios)? No Rhajastão eu gostaria de passar pelo menos uma noite no deserto. Vocês já fizeram isso? Se puder, me fala mais um pouco sobre Kerala, que realmente me encantou. Vocês já fizeram algum trabalho voluntário? Eu sou médico e tenho muita vontade de fazer isso, mas não tenho ideia de por onde começar a procurar. Obrigado. E mais uma vez parabéns por todos os textos. A forma como você descreve as experiências nos permitem sentir exatamente o que você sentia ao escrever.

    1. Carla Mota diz: Responder

      Muito, muito obrigada. Fico de coração cheio.

  4. LIANA GOMES DE ALMEIDA OLIVEIRA diz: Responder

    Acho que foi o texto mais bonito e profundo que li desde que comecei a pesquisar para a minha viagem à ìndia. A maioria dos textos que li passam apenas uma lista “fria” dos cuidados que devemos ter,dos pontos positivos e negativos,das experiências que é estar na Índia,etc.
    Mas seu texto passou de forma forma suave e forte ao mesmo tempo a essência desse país.Consegui sentir a emoção como se estivesse agora vendo ao vivo e a cores a vida que pulsa lá!!

    1. Carla Mota diz: Responder

      Muito obrigada, Liana. Espero que goste da Índia e que a consiga “ver”. Tenho quase a certeza que sim.

  5. Helena diz: Responder

    Olá Carla,
    Porque diz que é essencial que faça seguro de viagem para a Índia?? Vou viajar em breve e queria perceber, pois não fiz nenhum.

    1. Carla Mota diz: Responder

      Helena, na Índia as condições de higiene são muito fracas. A probabilidade de contrair doenças gástricas e infecções é elevada. Os hospitais públicos têm poucas (ou nenhumas condições) e, se contrair alguma doença, terá que deslocar-se a um privado. Estes são caríssimos. Para além disso, há riscos de acidentes, etc. Nunca deve viajar para a Índia sem seguro.

  6. Que texto lindo, chorei aqui! Obrigada por descrever tudo tão bem, sem filtros e de forma tão emocionante! Estou indo para Índia daqui há uns dias, e seu texto me ajudou a “abrir a cabeça”! Beijinhos!

    1. Carla Mota diz: Responder

      Muito obrigada, Luli. De coração.

  7. Luísa diz: Responder

    Olá Carlota! 😊
    Somos duas amigas e no ano passado fomos 15 dias para a Índia: Deli, Jaipur, Agra, Faithpur Sicri e Goa. Visitámos algumas ONGs, onde deixámos muitos donativos que levámos de Portugal e inesperadamente fomos visitar as Irmãs de Calcutá e ficámos muito sensibilizadas.
    Tal como diz na sua fabulosa descrição da Índia… ou se Ama ou se odeia. Apesar do Belo horrível, nós amámos e queremos voltar. Estamos a planear ir a Calcutá com o objetivo de fazer voluntariado. Pensámos nas Irmãs de Calcutá.
    Gostávamos de saber a vossa opinião tanto em relação ao voluntariado como aos donativos. No ano passado, a pedido das ONGs contactadas levamos mais de 70 pastas e escovas para os dentes, sabonetes, outros produtos de higiene, muito material escolar e alguns brinquedos. Conseguimos levar entre as duas 70kg de bagagem com o que conseguimos reunir para oferecer, as nossas roupas ficaram reduzidas a uma mochila 😃
    Desta vez não temos contacto com as Irmãs ou outras ONGs para saber o que levar.
    Calcutá parece-nos muito diferente do pouco que conhecemos e a vossa opinião é muito importante para nós.
    Muito obrigada pela ajuda
    Aguardamos a vossa ajuda 😉
    Luísa e Rita

    1. Carla Mota diz: Responder

      Olá Luísa e Rita. Eu não conheço nenhuma ONG em Calcutá. Penso que qualquer uma deve fazer um bom trabalho porque aquilo precisa muito. Calcutá é mesmo o último reduto da pobreza na Índia. Vão bem preparadas. Eu penso que é o melhor lugar para o fazerem e acho que, à partida, a escolha das Irmãs de Calcutá pode ser uma boa ideia. O importante é ajudar um bocadinho. Força, meninas!

  8. José Maurício Krauss diz: Responder

    Olá Carla !,
    Ótima matéria “10 conselhos essenciais para quem vai viajar para a Índia”, Veja eu na verdade estou à completar 60 anos , e tenho vontade de conhecer esse Mistério Índia”
    Sou um principiante em viagens , porem gosto de aventuras e desafios……..qual sua anotação em relação a essa minha disposição.

    1. Carla Mota diz: Responder

      Tem tudo para dar certo, José. Vai de coração aberto mas não julga. A Índia é assim mesmo.

  9. Sidney diz: Responder

    Estou animado a ir em Abril de 2019 nas minhas férias para Udaipur (Rajasthan, India) servir como voluntário na Animal Aid Unlimited. Eu nunca imaginei que teria vontade de ir para um país mais miserável do que o meu, mas o trabalho deles é muito bonito.

    1. Carla Mota diz: Responder

      Obrigada pela partilha.

    2. edna regina marques diz: Responder

      Olá Sidney, estou indo tambem nessa época pra Udaipur, podemos trocar informações a respeito da viagem… (caso queira)
      Meu FB Edna Regina Shakti- Radha Priya
      Namaste

  10. Marina Pinho diz: Responder

    Olá, eu e o meu marido, em Janeiro de2019 vamos viajar para o Camboja, Laos e Vietname e gostaríamos de saber se é obrigatório tomar algumas vacinas? ou se é facultativo e quais? temos algumas coisas, mas não percebo.
    obrigado
    Pedro e Marina Pinho

    1. Carla Mota diz: Responder

      Marina, o ideal é fazer a consulta do viajante. As doenças estão sempre a mudar e só um profissional de saúde lhe pode dar resposta correcta e segura. Nós somos apenas viajantes.

  11. Pedro Mota diz: Responder

    Obrigado pela partilha, acho muito útil e valioso. 🙂

    1. Carla Mota diz: Responder

      Obrigada.

  12. […] Veja aqui as dicas essenciais para viajar na Índia. […]

  13. Olá Carla! Parabéns pelo blog e pelo belíssimo texto que você fez! Eu estive na Índia recentemente e é tudo isso mesmo! É um verdadeiro murro no estômago como você disse!
    Eu gravei vários videos por lá, gostaria que você desse uma olhada!
    Grande abraço!
    Marcos Galinari
    (Desviei da Rota)

    1. Carla Mota diz: Responder

      Obrigada pela sugestão. Vou espreitar.

  14. Wolia diz: Responder

    Também tenho muita vontade de conhecer a Índia e confesso que fiquei um pouco chocada com seu relato. Já tive amigos que foram em viagem de luxo e ficaram em hotéis luxuosos e não gostaram, assim como tive amigos que fizeram viagem independente e gostaram demais. Também tenho amigos que moram no sul e postam fotos maravilhosas. Ainda não decidi de que forma eu irei, mas tenho certeza que será uma viagem diferente.

    1. Carla Mota diz: Responder

      Não precisa de ficar chocada, só um pouquinho mais preparada. Este texto é aquilo que nós gostaríamos e ter lido antes de ir pela primeira vez. A Índia é o nosso país preferido no mundo, o mais belo, o mais autentico, o mais intenso, o mais perfeito. Mas também é o mais duro e o mais desafiante. Se prepare emocionalmente, apenas. Não ache que aquelas lutas diárias só acontecem com você. É só isso. De resto, vai adorar.

  15. A Índia sempre foi um dos meus destinos de sonho mas nunca cheguei a ir. Espero ir um dia mas fiquei com pouca vontade depois de ler este post. Corrijo: fiquei sem nenhuma vontade.
    Conheço algumas pessoas que foram à Índia, algumas delas descendentes de indianos (Goa) e nunca me falaram de uma realidade assim tão dura!
    Não duvido nem por um segundo da veracidade do que dizem mas gostava muito de ver um artigo com a “outra Parte da Índia” ou com uma visão mais positiva do país (que também deve haver).
    Neste momento era incapaz de ir… Tudo o que envolve crianças deixa-me completamente de rastos por isso não me ia aguentar emocionalmente.
    Enfim… acredito que o país seja maravilhoso. Mesmo. Mas, neste momento, seria demasiado para mim.

    1. Carla Mota diz: Responder

      Olá Sofia. A Índia tem muitas coisas maravilhosas, aliás quase todas, mas para essas não precisa de se preparar. Vamos mostrá-las, partilhar com os nossos leitores tudo o que de bom a Índia tem. Muitas delas até já as partilhámos nos últimos 50 dias durante os nossos relatos. Goa é um mundo à parte e a Índia não é toda igual. A zona de Goa e das montanhas é muito diferente do resto da Índia. A índia é quase um continente. Para além disso, se viajar para o sul da Índia o choque cultural também não é tão forte. Se viajar em viagens de luxo, não sair do hotel ou dos autocarros privados, nem vai perceber que este país existe. Este texto resulta da nossa experiência, em que percorremos a índia de mochila às costas e nos transportes públicos. É essa experiência que partilho aqui. É feito com total sinceridade.

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