PITON DE LA FOURNAISE – Visitar o vulcão da ilha da Reunião

PITON DE LA FOURNAISE - Visitar o vulcão da ilha da Reunião

Piton de la Fournaise é o vulcão activo na ilha da Reunião, uma ilha de origem vulcânica, mas em que a maior parte do seu território, dominado pelos três circos de Mafate, Cilaos e Salazie, corresponde a testemunhos de um relevo criado por um vulcanismo outrora pujante, mas hoje inactivo. No entanto, Piton de la Fournaise ocupa uma área substancial da ilha da Reunião e é um dos vulcões mais activos do mundo, alterando a paisagem em seu redor cada vez que entra em erupção. Explorar o Piton de la Fournaise é uma das actividades a não perder quando visitar a ilha da Reunião, um destino privilegiado para os amantes de Natureza, de montanha, e de vulcões.

CONTEÚDOS DO ARTIGO

Piton de la Fournaise, um dos vulcões mais activos do mundo

O Piton de la Fournaise actual (2632 m) é o cume de um maciço vulcânico (com o mesmo nome) mais antigo e que ocupa cerca de um terço da área da ilha da Reunião. É um dos vulcões mais activos do mundo, juntamente com, por exemplo, os vulcões italianos Stromboli e Etna, tendo tido quase 200 erupções desde que há registos, a partir de meados do século XVII. O cone vulcânico principal tem no seu cume duas crateras, a cratera Bory, mais pequena e já presente aquando da primeira colonização da ilha, e a cratera Dolomieu, a maior, formada em 1791 e que sofreu grandes alterações na grande erupção do Piton de la Fournaise em 2007.

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A origem do vulcanismo na ilha da Reunião, à semelhança dos arquipélagos dos Açores e Hawaii, tem por base um fenómeno designado por “hotspot“, ou seja um ponto quente onde o magma do manto terrestre chega com mais facilidade à superfície, e que, aliado ao movimento das placas tectónicas, vai criando massas terrestres no meio do oceano que depois se deslocam. Exemplos das criações do hotspot da ilha da Reunião são as ilhas (de formação mais antiga para a mais recente) Laquedivas (Índia), Maldivas e Mascarenhas (incluindo as ilhas Rodrigues, Maurícia e Reunião).

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A origem do relevo em torno do Piton de la Fournaise

A paisagem que rodeia o Piton de la Fournaise é tão espectacular quanto o cone principal do vulcão, mas a sua imponência e complexidade fazem com que não seja fácil perceber a disposição do relevo nem perceber como se formou. O maciço do Piton de la Fournaise tem um relevo que foi sofrendo grandes alterações desde que este iniciou a sua actividade, há cerca de 500.000 anos. Estudos indicam que houve três grandes colapsos ou abatimentos tectónicos, tendo-se formado grandes zonas de subsidência, denominadas caldeiras vulcânicas, delimitadas por ravinas que aparentam ser paredes de antigos vulcões mas que, na realidade, são falésias que adquiriram a sua proeminência actual pelo abatimento do terreno adjacente. As paredes da mais antiga das três caldeiras já não existem, estimando-se que se tivesse formado perto da atual Rivière des Remparts (há cerca de 300.000 anos), enquanto a segunda caldeira vulcânica pode ser observada em Pas des Sables, quando se cruza a estrada em direcção ao Piton de la Fournaise, tendo-se formado há cerca de 65.000 anos.

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O Enclos Fouqué

O exemplo mais visível de caldeira vulcânica no maciço do Piton de la Fournaise é a área que rodeia o cone vulcânico principal do Piton de la Fournaise, chamada Enclos (recinto) Fouqué, uma área relativamente plana (entre 2000 e 2200 m de altitude) em forma de ferradura, com cerca de treze quilómetros de comprimento e nove quilómetros de largura, aberta a leste para o Oceano Índico, e que terá sido formada há cerca de 5.000 anos.

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A oeste, norte e sul, o recinto é completamente cercado por falésias que se elevam entre 100 a 400 metros de altura. Além do próprio Piton de la Fournaise, o Recinto Fouqué tem ainda muitas pequenas crateras e cones secundários, concentrando a maior parte da actividade vulcânica do maciço. No entanto, há por vezes erupções fora do recinto, sendo estas potencialmente mais perigosas para as povoações em redor, uma vez que o recinto, desabitado, permite conter as lavas de quase todas as erupções, impedindo que estas cheguem ao mar e cruzem áreas povoadas. Nos últimos 25 anos, cerca de um quarto da área do Enclos Fouqué foi coberta por uma média de 2 a 3 metros de lava. A erupção mais recente do Piton de la Fournaise teve início em 19 de Setembro de 2022, num cone secundário a sul do cone principal.

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A segurança em Piton de la Fournaise

O relevo do Enclos Fouqué faz então com que a grande maior parte parte das erupções no Piton de la Fournaise resultem em fluxos de lava controlados e que não chegam a ameaçar a população e muito menos a fazer vítimas. Isto faz com que o acesso ao Enclos Fouqué e inclusive à cratera Dolomieu seja normalmente permitido ao público em geral.

No entanto, no caso de um vulcão tão activo quanto o Piton de la Fournaise, todos os cuidados são poucos. Felizmente, o Piton de la Fournaise é também um dos vulcões mais estudados e monitorizados no mundo. Actualmente, há um esquema de segurança montado pelas autoridades com vários níveis de alerta no Piton de la Fournaise, que são decididos com base em medições e relatórios científicos, a saber:

  • Pré-alerta: Avisos sobre possíveis erupções do Piton de la Fournaise; os caminhantes que acedem ao Enclos Fouqué são avisados sobre possíveis desenvolvimentos.
  • Nível 1: Uma erupção do Piton de la Fournaise pode ocorrer em breve; os caminhantes não podem aceder ao Enclos Fouqué até que os especialistas examinem e reavaliem a situação.
  • Nível 2: Uma erupção do Piton de la Fournaise está a ocorrer dentro do Enclos Fouqué. O acesso é restrito apenas a pessoal autorizado.
  • Nível 3: Uma erupção do Piton de la Fournaise está a ocorrer ou ocorrerá em breve fora do Enclos Fouqué, sendo que algumas povoações podem ter de ser evacuadas por segurança.
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DICAS PRÁTICAS PARA EXPLORAR O PITON DE LA FOURNAISE


Para poder desfrutar da sua viagem à ilha da Reunião e ao Piton de la Fournaise, deve ter em conta alguns pormenores antes de viajar e planear a sua visita antecipadamente, nomeadamente como chegar à ilha da Reunião, como se deslocar para explorar o Piton de la Fournaise e onde dormir. Deixamos então aqui algumas dicas práticas para visitar o Piton de la Fournaise na ilha da Reunião.

Consulte também o nosso artigo com todas as informações sobre viajar na ilha da Reunião.

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1. Como chegar à ilha da Reunião

A ilha da Reunião fica a cerca de 900 km a leste da ilha de Madagáscar e, para além de ligações de navios de mercadorias ou barcos privados, a única forma de chegar é voar. A capital da ilha da Reunião, Saint Denis, é servida pelo aeroporto internacional Roland Garros.

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2. Como deslocar-se na ilha da Reunião e chegar ao Piton de la Fournaise

A melhor forma de explorar a ilha da Reunião e poder aproveitar melhor o seu tempo de férias é alugar carro. Isto irá permitir-lhe ter a autonomia necessária para poder visitar os lugares que quiser e à hora que quiser. A zona do Piton de la Fournaise é acedida a partir da cidade de Saint Benoit, na costa norte, ou de Saint Pierre, na costa sul, ambas pela estrada N3, que, na localidade de la Plaine des Cafres, dá lugar à Route Forestiére (RF6) que segue até perto do Piton de la Fournaise.

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3. Onde dormir perto do Piton de la Fournaise

Quando visitar o Piton de la Fournaise, há duas zonas onde se alojar, mesmo no centro da acção, mas só com um gite de montanha como opção de alojamento, ou um pouco mais longe, mas ainda assim perto do Piton de la Fournaise, na RN3 ou já no início da subida da Route Forestière, com diversos alojamentos de qualidade nas localidades de Plaine des Cafres e de Bourg-Murat.

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3.1. Onde dormir em Plaine des Cafres

Na localidade de Plaine des Cafres, excelentes opções de alojamento são o Relais du Volcan, a Chambres et Table d’hôte Les Hortensias e o Barbadine.

3.2. Onde dormir em Bourg-Murat

Na localidade de Bourg-Murat, excelentes opções de alojamento são a Case au pied du volcan, o Côté Volcan e o Hôtel L’Ecrin.

3.3. Onde dormir na zona de Piton de la Fournaise

Depois de atravessar a Plaine des Sables, só há uma opção de alojamento, o Gîte du Volcan, um refúgio de montanha muito perto do estacionamento de Pas de Bellecombe. Nós ficámos lá alojados pois era o mais prático para os trilhos, mas quartos são em dormitórios, com casa de banho partilhada e deve reservar-se com muita antecedência.

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4. Seguro de viagem para visitar a ilha da Reunião

A IATI tem um seguro que é ideal para viajar para a ilha da Reunião e o Piton de la Fournaise. Todos os seguros da IATI cobrem tratamento por contágio por coronavírus e essa informação consta no certificado da apólice, já que alguns países pedem um seguro obrigatório com esta cobertura. Porém, se fizer o seguro do pack de seguro de viagem + seguro de cancelamento opcional, este cobre o cancelamento da viagem caso o segurado, seus pais ou filhos testem positivo para COVID-19 antes de ir para a ilha da Reunião. E além disso, o seguro IATI Cancelamento também tem esta causa coberta. A IATI tem um seguro que é especial para viagens na Europa e ideal para visitar a ilha da Reunião. Este novo seguro cobre actividades como cicloturismo, trilhos, roadtrips, autocaravana, campers, etc. Sendo assim, o seguro IATI é, claramente, o melhor seguro do mercado neste momento para viajar para a ilha da Reunião e o Piton de la Fournaise.

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O QUE VER E FAZER QUANDO VISITAR O PITON DE LA FOURNAISE


Embora haja pessoas que visitam o Piton de la Fournaise num só dia vindos da costa da ilha da Reunião, isso é um grande erro, pois não permite ter tempo para apreciar verdadeiramente o local. O Piton de la Fournaise merece uma visita de pelo menos 3 dias, para poder explorar convenientemente as suas principais atracções, fazendo pelo menos dois trilhos. Deixamos aqui então as nossas sugestões sobre o que ver e fazer quando visitar o Piton de la Fournaise.

Se tiver mesmo pouco tempo, pode optar por uma excursão organizada de um dia ao Piton de la Fournaise a partir da costa da ilha da Reunião.

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1. Percorrer a Route du Volcan Piton de la Fournaise

A estrada que leva ao Piton de la Fournaise é, já por si, uma aventura e um deleite para os olhos. A Route Forestière nº6, também conhecida como Route du Volcan, começa em Bourg Murat e acaba no estacionamento de Pas de Bellecombe, com vistas fenomenais para o Piton de la Fournaise. Mas a viagem pela Route du Volcan é muito mais do que isso, com uma surpresa a cada virar de uma curva fechada.

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2. Admirar as vistas do Piton dei Neiges e o mar de nuvens no maciço Piton de la Fournaise

É quase certo que a parte inicial da Route du Volcan irá ser feita rodeado de nuvens e até alguns chuviscos, mas conforme se vai subindo a vegetação vai-se alterando e, a dado ponto, a estrada passa para cima das nuvens. É um panorama fabuloso, um verdadeiro mar de nuvens, fazendo lembrar o Pico Areeiro na Madeira, com alguns picos da ilha da Reunião, como o Piton des Neiges a espreitar. O miradouro de Nez de Bouef é o melhor para essas vistas e, se o tempo assim o permitir, para vistas sobre a Rivière des Remparts.

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3. Contemplar a Cratera Commerson no maciço Piton de la Fournaise

A Cratera Commerson é uma cratera vulcânica com vista para a Rivière des Remparts e para o Piton des Neiges. Um magnífico miradouro foi instalado na borda da cratera para admirar esta cratera de um vulcão primitivo, hoje com 265 metros de profundidade. Curiosamente, é o local com o recorde de pluviosidade mundial devido a um ciclone tropical, em 1980, com mais de 6000 mm de chuva em 15 dias.

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4. Admirar as vistas do miradouro de Pas des Sables no maciço Piton de la Fournaise

A visão da Plaine des Sables é uma das mais surpreendentes e espectaculares da ilha da Reunião. Independentemente de parar o carro no parque antes do Belvédère du Pas des Sables (e se dirigir para lá a pé) ou continuar de carro pela estrada, terá diante de si uma visão do outro mundo, parecendo que foi teletransportado para Marte. Localizada a uma altitude média de 2.260 metros, a Plaine des Sables é uma zona plana, limitada a oeste pela Rempart des Sables e a leste pelas falésias do Pas de Bellecombe, com uma paisagem povoada apenas por escórias e rochas vulcânicas, de uma beleza irreal.

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Mais abaixo na estrada há um segundo miradouro na beira da estrada, com espaço para dois ou três carros. Para além do planalto, os miradouros permitem também admirar as falésias da Rempart des Sables, formadas por um gigantesco colapso do terreno há cerca de 65000 anos. E, claro, ao fundo, distingue-se a forma cónica do Piton de la Fournaise.

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5. Admirar as vistas do miradouro da Table Paysagère La Plaine des Remparts no maciço Piton de la Fournaise

Antes de chegar à Plaine des Sables, mesmo ao lado do miradouro du Pas des Sables, mas virado para o outro lado, encontra-se o miradouro da Table Paysagère La Plaine des Remparts, com uma visão privilegiada da área de planalto delimitada pela Plaine des Sables e a Rivière des Remparts.

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6. Percorrer a Plaine des Sables no Piton de la Fournaise

Depois do choque inicial de ser confrontado com tal magnífica paisagem, é hora de descer a estrada asfaltada, e entrar na estrada de terra batida para começar a percorrer a Plaine des Sables. Em certos troços, a estrada está em más condições, com muitos buracos, sendo necessário conduzir muito devagar. Pode, no entanto, ir parando pelo caminho para poder desfrutar da fabulosa paisagem.

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7. Contemplar o Demi-Piton no Piton de la Fournaise

A Plaine des Sables tem também vários cones vulcânicos, testemunhos de uma actividade vulcânica mais antiga, fora do Enclos Fouqué. Um desses exemplos é o Demi-Piton, assim chamado pela sua forma de lua crescente. A coloração indica a presença de diferentes minerais, como a olivina, e a sua proeminência fazem dele uma marca impressionante numa paisagem já por si fenomenal.

Contemplar o Demi-Piton no Piton de la Fournaise

8. Dormir no Gite du Volcan no Piton de la Fournaise

Se quiser dormir na zona do Piton de Lafournaise, esta é a única opção. Mas é verdadeiramente uma experiência fabulosa ficar alojado no Gite du Volcan (Piton de la Fournaise), com vistas fabulosas para um dos extremos da Rempart des Sables, e para o mar de nuvens que quase sempre cobre as zonas mais baixas da ilha da Reunião. O Gite du Volcan a cerca de 20 minutos a pé do Pas de Bellecombe e do acesso ao Enclos Fouqué, sendo por isso essencial para quem quiser fazer trilhos muito cedo.

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9. Ver o nascer do sol no Pas de Bellecombe no Piton de la Fournaise

O parque de estacionamento de Pas de Bellecombe marca o fim da Route du Volcan e o início da verdadeira aproximação ao Piton de la Fournaise. Tanto para aqueles que o irão subir, como para aqueles que irão admirá-lo de longe, o miradouro de Pas de Bellecombe é outra das paisagens mais poderosas da ilha da Reunião. E ainda mais poderosa o é aquando do nascer do sol.

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Diante de si terá a figura perfeita e imponente do cone vulcânico do Piton de la Fournaise, a manifestação mais recente da actividade vulcânica do hotspot da ilha da Reunião, e o grandioso Enclos Fouqué, a última grande caldeira a formar-se no maciço Piton de la Fournaise, há cerca de 4.500 anos.

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10. Percorrer o trilho do Piton de Bert no maciço Piton de la Fournaise

Nas alturas em que o vulcão Piton de la Fournaise está em erupção, ou em vias disso, o acesso ao Enclos Fouqué é vedado ao público e a alternativa é percorrer trilhos fora do recinto. Os mais espectaculares são aqueles que percorrem a borda da caldeira e que permitem uma visão fantástica do vulcão. Com início no Pas de Bellecombe, o trilho do Piton de Bert segue para sul, em direcção ao planalto Foc-Foc, com término no Piton que tem o nome do oficial que testemunhou a erupção de 1791 e que depois liderou uma expedição ao vulcão.

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O trilho segue inicialmente afastado da borda da caldeira, mas é possível fazer um trilho mesmo junto à borda (não aconselhável a quem sofre de vertigens!), que se junta depois ao trilho do Piton de Bert. Nós fizemos pela bora num sentido e voltámos para trás mais por dentro.

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11. Subir o Piton de la Fournaise

Se o Piton de la Fournaise não estiver em alerta ou em erupção, o trilho que sobe à maior cratera do vulcão é uma actividade a não perder. Não é um trilho muito difícil, mas são seis horas de caminhada. Recomendamos que não inicie este trilho após o meio dia, e só o faça muito cedo (por exemplo, começando antes do nascer do sol) se as condições meteorológicas forem favoráveis a essa hora.

Se preferir, pode subir ao Piton de la Fournaise com a companhia de um especialista sobre o vulcão.

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11.1. Começar em Pas de Bellecombe e admirar as vistas do Piton de la Fournaise

Nós começámos a subida ao Piton de la Fournaise manhã cedo, mas já depois do nascer do sol. O céu estava muito nublado e chuviscava. Levámos o carro para o parque de estacionamento de Pas de Bellecombe e começámos a partir dali. Mas é sempre uma oportunidade de admirar as vistas do Piton de la Fournaise.

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11.2. Descer ao Enclos Fouqué

A primeira parte do trilho de subida ao Piton de la Fournaise é de descida ao Enclos Fouqué. A descida é bastante inclinada, com degraus serpenteando pela vertente da falésia, mas curta. Se o tempo o permitir (a nós, só durante a subida de regresso), esta descida permite vistas fantásticas do Piton de La Fournaise e da Cratera Formica Leo.

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Mesmo para quem não vai subir ao Piton de la Fournaise, vale a pena fazer nem que seja o início da descida para admirar as vistas (mais uma vez, se as condições do tempo assim o permitirem).

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11.3. Cruzar o Enclos Fouqué

O Enclos Fouqué é uma visão tão poderosa quanto a do próprio vulcão Piton de la Fournaise. É uma paisagem inteiramente composta por camadas sucessivas de lava, oriundas de erupções em diferentes locais no recinto e em diferentes épocas históricas. Na nossa subida, a neblina emprestava-lhe um carácter ainda mais misterioso e impressionante.

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11.4. Admirar a Cratera Formica Leo

No trilho de ascensão ao Piton de la Fournaise, ao percorrer o Enclos Fouqué, o caminho cruza-se com um belo cone vulcânico, chamado Formica Leo. Formado por uma erupção em 1753, as cores e a forma desta cratera fazem dela uma marca indelével no Enclos Fouqué, sendo visível do miradouro de Pas de Bellecombe e durante a descida pelos degraus na falésia.

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No entanto, nada substitui estar mesmo ao lado da cratera e percorrer a pé a sua borda. É apenas um pequeno desvio ao trilho do Piton de la Fournaise, mas vale mesmo a pena. Nós aproveitámos que lá estava um pouco abrigado do vento e fizemos um almoço no caminho de regresso.

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11.5. Apreciar as escoadas lávicas do Enclos Fouqué

Caminhar na paisagem do enclos Fouqué, tão despida de qualquer vida, é como caminhar no início do nosso planeta, pois é assim que a Terra se formou e é assim que novas terras se formam. Tanto no pormenor, com as diferentes formas que a lava adopta quando solidifica, quanto no panorama geral, com a sua grandeza e extensão, delimitado por imponentes falésias, o Enclos Fouqué é uma das visões mais impressionantes da ilha da Reunião.

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11.6. Admirar as vertentes do Piton de la Fournaise e os seus cones secundários

Quando iniciámos a verdadeira subida para o cume do Piton de la Fournaise, isto é, o trilho pelo cone principal, a nebulosidade intensificou-se e começámos a apanhar chuva mais pesada. Não se via nada da paisagem excepto o caminho que estava directamente em frente de nós, com a lava marcada por pintas brancas espaçadamente. No entanto, na descida, o tempo estava melhor e pudemos admirar as vistas sobre o lado leste das vertentes do Piton de la Fournaise, incluindo numerosos cones secundários, lembrança que a actividade vulcânica no Piton de la Fournaise não se limita ao cone principal. Aliás, a mais recente erupção (19 Setembro 2022) começou num cone secundário do lado sul, perto da cratera Rivals.

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11.7. Caminhar sobre tubos lávicos

Quer seja na subida, ou na descida, os numerosos tubos lávicos, testemunhos do escoamento de lava nas vertentes do Piton de la Fournaise, são incontornáveis, e é por cima deles que muitas vezes se caminha.

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11.8. Deslumbrar-se com a Cratera Dolomieu

Com uma subida feita integralmente sob a acção de vento e chuva, estávamos com poucas esperanças de porder ver a cratera integralmente, mas ao chegarmos ao topo do Piton de la Fournaise, tivemos uma grande recompensa pelo nosso esforço. As nuvens dissiparam-se e fomos agraciados com uma visão fabulosa da cratera Dolomieu, que só surgiu no cone principal em 1791, mas que desde essa altura tem sido a cratera principal do Piton de la Fournaise.

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A evolução recente da morfologia da cratera Dolomieu é o principal testemunho da grande actividade do Piton de la Fournaise. Em grande parte do século XX esteve repleta de escoadas lávicas, formando-se sobre ela uma espécie de planalto e, no final do ano de 2006, estava cheia de correntes solidificadas de lava, criadas pela erupção com início em Agosto desse ano. Mas, em Abril de 2007, o Piton de la Fournaise mostrou a sua força destruidora, com outra erupção (ocorrida mais abaixo na vertente) e um colapso gigantesco da cratera, estima-se que engolindo 150 milhões de metros cúbicos de rochas, e formando o que se pode ver hoje, uma cratera com cerca de 350 m de profundidade. A última erupção na cratera Dolomieu data de Janeiro de 2010.

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12. Admirar as escoadas lávicas do Grand Brûlé

O Grande Brûlé é a parte aberta do Enclos Fouqué, inclinada e terminando no Oceano Índico. É uma zona frequentemente coberta pelos fluxos de erupções recentes do Piton de La Fournaise e é atravessada junto à costa pela estrada RN2. Percorrer esta estrada é uma das actividades a não perder quando visitar a ilha da Reunião.

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Quando os fluxos de lava não são parados por nada, estes correm até ao oceano, acrescentando hectares à ilha da Reunião, e destruindo floresta e a estrada nacional pelo caminho. Depois de cada corte, o troço da estrada é reconstruído sobre a lava já arrefecida, criando um trajecto novo. Ao percorrer a RN2, pode estacionar o carro em parques, ou encostar à berma, e admirar as escoadas lávicas das erupções de 2000, 2002 e 2007, que cortaram a estrada e chegaram ao mar.

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13. Explorar os tubos lávicos no Grand Brûlé

Uma das fomas mais espectaculares de explorar uma paisagem vulcânica é embrenhar-se nas entranhas da terra e percorrer um tubo lávico, testemunhando de perto a arquitectura de uma gruta criada pela lava quente em movimento.

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14. Conhecer a história de Notre Dame des Laves

Quando percorrer a RN2, não deixe de parar em Sainte-Rose e conhecer a história da erupção de 1977 que originou um fluxo de lava que atingiu a localidade. A igreja foi rodeada de lava mas sobreviveu e hoje ainda se pode observar a lava no exterior. Há também um pequeno museu sobre esta erupção e as consequências para a população.

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Rui Pinto

Físico de formação mas interessado em todos os aspectos da cultura e história da humanidade. As viagens são o meio privilegiado para um aprofundamento do conhecimento do mundo, das suas gentes e do nosso papel na vida.

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