Se não leu a Crónica nº1 desta aventura no Expresso do Oriente por ler aqui. O primeiro capítulo chama-se o desaparecimento. O capitulo 2 chama-se o Passageiro Enigmático.
CAPÍTULO 2 – O passageiro enigmático
A detetive Mota estava indignada. Era a terceira vez que se dirigia à estação de comboio de Belgrado para adquirir os bilhetes. Alguém estava realmente a tentar travá-los. Quando às 7h da manhã o guichet abriu, os dois detectives tentaram adquirir os bilhetes para Sófia. A empregada prontamente lhes informou que só às 10 h o poderiam fazer. Isso seria um contratempo. Os dois detectives tinham dedicado o seu dia de folga para conhecer Belgrado e agora viam-se envolvidos numa situação que poderia pôr em risco a sua chegada a Sófia e a Istambul. Pelas 10h regressaram à estação e nada. Os bilhetes são poderiam ser adquiridos às 13h!
– Estou a ficar intrigada. – afirmou a detective Mota.
– Isto parece-me muito suspeito. – Alguém está a impedir-nos de chegar a Sófia ou a Istambul. – Afirmou o detective Pinto. – A questão é porquê?!
Quando pela terceira vez os dois detectives voltaram à estação eram cerca das 14h. A empregada disse-lhes que teriam que entrar no comboio sem reserva e tirá-la com o revisor.
– Não. – Afirmou a detective Mota. – Necessitamos de reserva e de viajar em couchette. Já viemos aqui três vezes. O nosso dia para visitar Belgrado foi arruinado.
– Ok. Aguardem um momento. Vou tratar disso. – Disse a funcionária.
Passado alguns minutos, e entre conversas suspeitas em sérvio com outra funcionária, lá nos emitiu a reserva.
Eram 21 h e os dois detectives estavam na estação de Belgrado aguardando o embarque. Algo muito suspeito estava a acontecer. A carruagem 461 não aparecia no comboio. Só havia a carruagem 462. Abordaram o revisor da carruagem 461.
– Esta carruagem vai para Sófia? – Perguntou o detective Pinto.
– Sim, mostre-me o seu bilhete. – O bilhete é para a carruagem 461. – Referiu o detective Pinto.
– É esta. Não há problema. – Informou o revisor. – Pode entrar.
Quando entraram na carruagem, os dois detectives deram-se conta que não havia luz e o aquecimento estava desligado. Seria mais uma tentativa de homicídio, mas desta vez pelo frio?… Viajar com -5º C num comboio nocturno poderia ser mortal. Os detectives estavam conscientes do perigo que enfrentavam.
– O aquecimento não está a funcionar. Está muito frio aqui. – Informou a detective Mota ao revisor.
– Aguardem. A seu tempo será ligado. – Informou o revisor.
Ainda os dois detectives não estavam bem instalados e entrou um indivíduo altamente suspeito na sua carruagem. Um passageiro enigmático. Apresentou-se como australiano mas, rapidamente, o faro astuto da detective Mota percebeu que viajavam com um passageiro enigmático.
– Só pode ser ele. – Afirmou a detective Mota.
– Ele quem? – perguntou o detective Pinto.
– O diabo da Tasmânia. – Referiu a detective Mota.
– Percebeste quando ele disse que habitava numa ilha pequena a sul da Austrália? Só pode ser ele. Anda fugido há séculos. Há mesmo quem pense que é um ser mitológico.
– Teremos encontrado o diabo da Tasmânia no Expresso do Oriente? – Questionou-se o detective Pinto. – O que fará ele aqui? Para onde irá? Estará relacionado com o desaparecimento do casal belga?
– Tudo é possível. – Disse pensativamente a detective Mota.
As luzes acenderam-se e o aquecimento começou a funcionar. O comboio saía da estação de Belgrado a caminho de Sófia. Tudo indicava que o diabo da Tasmânia viajava no comboio. Seria seguro dividir o compartimento com tal ser?
– O que faz aqui? – Interrogou o detective Pinto.
– Vou a caminho de Sófia. Estava a estudar em Paris e aproveitei as férias de Natal para viajar.
O ar simpático do indivíduo não enganou a detective Mota. Podia parecer absurdo e improvável, mas não se pode fugir aos factos. Para a detective Mota havia a sensação de que isto era realmente muito mais simples do que parecia.
– Esta explicação parece-me plausível. – Disse o detective Pinto enquanto o australiano tinha ido à toilet. – No entanto, não podemos esquecer que estamos muito perto dos Cárpatos e por estes lados habitam seres vampirescos. Será que o suspeito se dirige para norte?
Quando chegou o australiano, o detective Pinto interrogou-o:
– Para onde vai depois de Sófia?
– Para nordeste, uma cidade chamada Varna, nas margens do mar Negro. – Respondeu o australiano.
Tudo parecia indicar que as suspeitas dos dois detectives eram fundadas. O ar começava aquecer dentro do compartimento e os dois detectives acabaram por adormecer. Devem ter sido drogados, porque só voltaram acordar em Sófia, com o comboio parado na estação e o revisor a gritar com eles.
– Sófia, têm que sair. – Disse o revisor.
– Precisamos de vestir-nos e arranjar-nos.
– Vite, Vite.
O diabo da Tasmânia, o passageiro enigmático, tinha desaparecido no meio da multidão. O frio era insuportável e havia neve por todo o lado.
Cansados, os dois detectives dirigiram-se a um hotel da cidade, depois de adquirir bilhetes para partirem nos dia seguinte, no Expresso do Oriente, em direcção a Istambul, a última paragem do mítico comboio. Conseguirão atingir o seu objectivo?
Claro que conseguem,mas têm que 1º apanhar o Australiano e apertar-lhe bem o "gargalete",não é deixá-lo ir, gabar-se de que escapou ileso aos Famosos Espiões do " Crime no Expresso-do-Oriente!!!!…