Trinidad é um autêntico paraíso em Cuba! Os paraísos são sempre lugares difíceis de deixar para trás. E porquê? Porque nos remetem para dias felizes, paisagens idílicas e ambientes alegres. No entanto, não há mal nenhum em deixá-los para trás, se acreditarmos que para a frente virão lugares iguais ou melhores. É isso que fazemos, sempre. E desta vez o nosso destino era Trinidad.
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Chegar a Trinidad
Saímos de Cayo Coco pela manhã. Modesto, o taxista que nos tinha trazido até ali dois dias antes, veio buscar-nos ao hotel. O nosso destino: Trinidad. Reencontramo-nos com um abraço, como se já fossemos amigos. Modesto continua sem falar muito, mas responde às nossas questões e conta-nos as suas ambições. Quer continuar a conduzir o seu Lada e transportar turistas, já que isso lhe permite ter dinheiro extra e um bom nível de vida. Mas queixa-se que a maioria dos turistas viaja em Cuba de forma organizada, pelo que no máximo consegue fazer duas ou três viagens por dia. Hoje teve sorte, vai levar-nos até Trinidad, uma viagem longa de três horas, o que lhe permitirá ter um mês mais desafogado.
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Onde dormimos em Trinidad
Modesto levou-nos até à casa particular, a El Destino em Trinidad, que tínhamos marcado antecipadamente, mesmo no centro histórico e a 200 metros da Plaza Mayor de Trinidad. Despedimo-nos com um abraço e votos de muito sucesso futuro e mal nos virámos já tínhamos mais abraços para dar, desta vez a Xavier e à sua mulher, Yani, cuja simpatia nos conquistou no primeiro momento. Cinco minutos depois estávamos a beber um mojito juntos e a falar sobre a praia Ancón, mesmo ali ao lado. Estavam a ultimar o nosso quarto, já que ainda não era meio-dia e nós, viajantes ávidos de novos mundos, apenas tivemos tempo para vestir roupa de banho e combinarmos um novo reencontro ao fim da tarde.
VISITAR TRINIDAD EM CUBA
PRIMEIRO DIA EM TRINIDAD
Trinidad é considerada uma das melhores e mais bem preservadas cidades coloniais da América e, como tal, tínhamos muitas expectativas para visitar Trinidad.
1. Visitar a Praia Ancón de Trinidad
Percorremos as ruas empedradas e maravilhosas de Trinidad até a um cruzamento ideal para arranjar transporte para a praia. Juntámos-nos a um rapaz argentino e negociámos um Fiat 126, bem pequenino para, por 2 CUC cada um, nos levar até à praia Ancón de Trinidad. E lá fomos, apertados que nem sardinha em lata (talvez para nos preparar para a viagem do Rally Mongol do verão).
Mal chegámos à praia Ancón em Trinidad o sol escondeu-se! Malandro. Sentámo-nos numa esplanada e decidimos almoçar. Era hora. Depois de comer um “pescado” bem fresquinho, passeámos pela praia e demos uns mergulhos no mar, mas o sol nunca mais apareceu em Trinidad.
Ao final da tarde, apanhámos um outro táxi partilhado para Trinidad, desta vez com um casal austríaco, para La Boca, o bairro dos pescadores e depois de volta a Trinidad.
2. Os museus e bares de Trinidad
Trinidad recebeu-nos envergonhada, escondida sobre a sombra das nuvens, não revelando o colorido que prometiam os seus edifícios. Aproveitámos a falta de sol para ainda visitar alguns museus que estavam abertos, mas depois descobrimos as verdadeiras jóias da cidade: os bares e casas de música.
3. Beber um mojito na Bodeguita del Medio de Trinidad
A nossa primeira paragem foi na Bodeguita del Medio, versão Trinidad. Dois mojitos na mão, muito samba e rumba e uns pezinhos de dança em Trinidad. Estava feito o primeiro estágio em Trinidad. Seguimos para as escadarias da Casa da Música, onde contemplámos o sol a pôr-se, só que sem sol, já que este não apareceu. Mas quem é que precisa de sol, quando todo um país brilha?
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4. Dançar nas escadas da Casa da Música de Trinidad
A noite caiu em Trinidad ao som da rumba e do samba de rua, nas escadas da Casa da Música. Nada melhor do que dois mojitos para nos prepararmos para o jantar. E o jantar em Trinidad acabou por ser apenas um pequeno intervalo entre danças, já que comemos numa bela esplanada logo ali ao lado, com comida maravilhosa e um bom vinho chileno, e voltamos às noites loucas das escadarias da Casa da Música em Trinidad. Agora, pela noite fora, locais e estrangeiros dançavam e enchiam o ambiente de energia e magia em Trinidad. O sangue negro de África vive nesta gente e isso nota-se e sente-se na música e na dança de Trinidad.
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Já era noite bem prolongada quando chegámos à nossa casa em Trinidad. Xavier e Yani ainda estavam acordados e tinham-nos arranjado um carro para, no dia seguinte, nos levar pela manhã até ao Vale dos Engenhos. Por muita expectativa que tivessemos, nunca poderíamos ter imaginado o que esta bela cidade já nos tinha dado e o que ainda nos reservava.
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SEGUNDO DIA EM TRINIDAD
Quando Yani nos disse na noite anterior que nos tinha arranjado um carro clássico para nos levar a explorar Trinidad e o Vale dos Engenhos pela manhã nunca imaginámos que teríamos à porta de casa um carro de colecção, um Ford de 1929.
A maioria das pessoas poderá pensar que pagámos uma fortuna pelo carro em Trinidad (nós teríamos pensado o mesmo se víssemos uns gringos num igual) mas a verdade é que não! Pagámos 30 CUC para andarmos neste carro toda a manhã a percorrer o Vale dos Engenhos, mais barato do que alguns dos táxis e tours à venda em Trinidad.
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5. Visitar o Vale dos Engenhos em Trinidad
O Vale dos Engenhos em Trinidad é uma área na qual se insere também a cidade de Trinidad, onde floresceu desde o século XVII a produção de cana-de-açúcar. A área era quase exclusivamente ocupada por plantações de cana, já que a monocultura se tornou uma das formas mais rentáveis e enriquecedoras da burguesia espanhola em Trinidad.
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As propriedades foram crescendo em Trinidad e a produção de cana também. Os latifundiários espanhóis recebiam escravos negros de África e a produção não parava de aumentar em Trinidad, até que no século XVIII e XIX, Cuba se torna o maior produtor de cana do mundo. Hoje esta história está marcada nos campos, nas ruas, nas aldeias, nas casas de família e nas antigas fazendas de cana de açúcar, algumas delas já em ruínas em Trinidad.
6. Visitar o Miradouro La Loma del Pueblo no Vale dos Engenhos
Começámos por visitar o miradouro La Loma del Pueblo sobre o Vale dos Engenhos em Trinidad, um vale fértil onde outrora a monocultura da cana ocupava toda a região de Trinidad, rodeada por montes verdes. Hoje já não é assim, mas ainda há a produção de cana-de-açúcar e os campos e a paisagem são verdadeiramente deslumbrantes em Trinidad. Os engenhos agrícolas usados nestas plantações dão nome ao vale mas hoje é cada vez mais difícil vê-los ali em Trinidad.
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7. Visitar San Isidro de los Destiladeros em Trinidad
Com os cabelos ao vento, e o chapéu quase a voar, seguimos para San Isidro de los Destiladeros em Trinidad, as ruínas de uma grande herdade em Trinidad onde se produziu algum do mais afamado açúcar de Cuba. Os edifícios da fazenda estão praticamente todos em ruínas mas a visita guiada pelo Barbaro, um historiador fabuloso, tornou aquela numa das melhores experiências que tivemos em Cuba. As histórias escondidas nas pedras, nas árvores e nas paredes em ruínas da fazenda de Trinidad, eram contadas por Barbaro com muita emoção, especialmente no que tocava à utilização dos escravos.
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A visita à fazenda de Trinidad deveria demorar uma hora mas a nossa demorou duas e, se tivessemos mais tempo, mais demoraríamos. Barbaro falava com o coração e o sangue dos escravos que trabalharam estas terras de Trinidad. Hoje é historiador ali, mas já trabalhou como professor de História numa escola em Trinidad e sabe, melhor do que ninguém, como Cuba está a mudar. Vê-lo na atitude das crianças da escola e no crescente turismo do país. Também ele vive hoje dos extra que as gorjetas dos turistas lhe proporcionam. Não se queixa do regime, até pelo contrário, fala abertamente sobre ele, de forma histórica e informada e, sempre, comparando-o com os regimes que já existiram em Cuba e com o que poderá ser o futuro. O passado, esse, embora marcado pelo sangue escravo, consegue descrevê-lo e contá-lo com humor. Algo que só, provavelmente, em Cuba conseguiremos ver.
8. Visitar a Fazenda Mana Iznaga de Trinidad
O Yuni levou-nos no seu Ford de 1929 até à Fazenda Manaca Iznaga, onde subimos à torre, com 45 metros de altura e sete andares, e de onde se tem belas panorâmicas sobre a fazenda e o vale dos engenhos. Outrora serviu para observar os 350 escravos que trabalhavam ali e era símbolo do poder da família.
Hoje a fazenda é um lugar menos negro e mais colorido, em que a casa principal foi transformada num restaurante/bar.
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9. Visitar a cidade de Trinidad
Yuni deixou-nos por volta da hora do almoço em Trinidad, onde aproveitámos para passear e almoçar. Escolhemos um boteco onde apenas cubanos comiam, longe do centro histórico de Trinidad. Comemos bem e pagámos pouco, algo que nos agradou muito. De seguida, percorremos as ruas da cidade de Trinidad, magníficas.
10. Explorar as ruas da cidade
Caminhávamos num museu ao ar livre em Trinidad, literalmente. As ruas, as casas, as gentes, as roupas, a comida, a cultura, os sorrisos, tudo parecia um cenário de um filme. Tudo nos encantou. Descobrimos bares magníficos, igrejas encantadoras, casas e palácios deslumbrantes.
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11. Visitar o Bairro das Três Cruzes
Porém foi no Bairro das Três Cruzes, um dos mais pobres da cidade, onde descobrimos a Trinidad mais encantadora. Crianças jogando futebol nas ruas. Meninas a posarem para nós como se fossem princesas. Bebés a tocar-nos como que descobrindo o ser humano.
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Cowboys montados nos cavalos a beber cerveja e rum na porta da taberna. Sentamo-nos com três deles, numa carroça estacionada em frente à taberna. Tema de conversa: o último golo do Cristiano Ronaldo. Deu para mais de meia hora de boa disposição.
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12. Aproveitar a noite de Trinidad
A noite reservava-nos mais uma surpresa. Conhecemos uma portuguesa, Catarina, com quem privámos ao jantar, por mera coincidência, rindo e bebendo, primeiro no restaurante, depois nos bares, ao som do samba de Cuba.
Trinidad tinha sido uma bela paixão. Daquelas que batem bem forte mas que passa rápido. Isto porque esta era a nossa última noite na cidade. Havia que aproveitá-la bem. Foi isso que fizemos. Ficámos completamente apaixonados por Trinidad.
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Então e a canchánchara? Faltou esse brinde! 🙂
Também fizemos, mas esquecemo-no de colocar! 😀