Aterrados no aeroporto internacional da Praia, “Nelson Mandela”, dirigimo-nos de táxi para a cidade. À escala de Cabo Verde, é uma metrópole. Actualmente, mais de metade da população de Cabo Verde vive em Santiago, e mais de um quarto na Praia. Visto em movimento, a cidade expande-se em todas as direcções, fruto de um crescimento pouco ordenado, e a parte alta da cidade domina o horizonte.
Durante muitos anos, o plateau, o bairro mais antigo e emblemático, construído num planalto elevado, e assemelhando-se a uma fortaleza, definia as fronteiras da cidade. Mas apesar da anarquia no crescimento, é bem organizada, limpa e, comparada com as caóticas cidades da África Ocidental ali ao lado, parece ter marcadas influências mediterrânicas.
Mas a grande cidade demorou a afirmar-se. Começando por ser um porto seguro que atraía alguma população da Ribeira Grande, a Praia foi ganhando estatuto conforme a antiga capital ia sendo atacada e as pessoas iam fugindo em busca de segurança. Finalmente, em 1770, passou a ser oficialmente a capital de Cabo Verde. Mas, com a concorrência de Mindelo, só adquiriu verdadeiramente o seu papel de liderança com a independência de Cabo Verde. Desde então, cabo-verdianos de todas as ilhas têm vindo para a Praia, em busca de uma vida melhor, tendo a cidade praticamente duplicado a sua população em vinte anos, desde 1990, rondando actualmente os 130.000 habitantes.
No pouco tempo que tínhamos na cidade, decidimos que teríamos de visitar a sua área nobre, mas também tentaríamos conhecer algumas das zonas mais populares. No plateau, concentram-se os edifícios mais importantes, nomeadamente o Palácio da República, a Câmara Municipal, o Palácio de Justiça e a Catedral.
O bairro tem um ar caracteristicamente sul-americano e colonial, com esplanadas, praças e casas coloridas. Junto ao Palácio Presidencial, encontra-se a estátua de Diogo Gomes, o navegador português que descobriu a ilha em 1460. Daí tem-se uma vista privilegiada sobre a baía e o resto da cidade. Comprámos uns morangos deliciosos e sentámo-nos, ao sol já quente do início da manhã, num banco de jardim na Praça Alexandre Albuquerque.
Mas a cidade tem mais a descobrir, e os bairros periféricos de Chá d’Areia e Achada de Santo António são mais autênticos, revelando o ritmo quotidiano dos populares. É aqui que se encontram os restaurantes mais típicos, os estabelecimentos de diversão nocturna, os mercados. O frenético mercado de Sucupira, com os seus agressivos angariadores de clientes para os alugueres (aqui chamados hiaces), que percorrem a ilha toda, fez subir a nossa adrenalina e fez-nos lembrar que, afinal, estávamos também em África.
À noite, o nosso jantar foi na esplanada de um restaurante típico, mesmo ao lado do nosso hotel, cheio de cabo-verdianos a cantar e a dançar ao som de guitarra e violino. Fez-nos lembrar um pouco as noites amenas de Verão do nosso país, mas a verdade é que, aqui, é Verão o ano todo! Experimentámos o arroz de marisco, acompanhado de vinho verde branco português, e estava delicioso. Todo o Cabo Verde é assim; uma noite agradável, boa gente, boa comida, simpatia e alegria. A Praia não é excepção.
PROCURE ALOJAMENTO NA CIDADE DA PRAIA
Onde dormir:
- Hotel Oasis Praiamar: Ficamos alojados neste magnífico hotel na última viagem para Cabo Verde. Os quartos são magnícos, grandes, espaçosos, limpos com varanda e vista sobre o mar. Tem um belo restaurante com esplanada, magnífico para um jantar especial. O pequeno-almoço é muito bom e cheio de opções saudáveis. É uma opção de alojamento para gama média-alta, com tudo o que isso implica, nomeadamente uma bela piscina e um serviço soberbo. Reserve aqui.
- Santiago Hotel: Optamos por ficar alojados num hotel fora do Plateau. A nossa opção foi ficar na Achada de Santo António porque nos pareceu um bom lugar para conhecer a verdadeira cidade da Praia, longe dos hotéis e restaurantes dos turistas. Foi uma boa opção porque mesmo ao lado haviam várias churrasqueiras com exceente ambinete noturno. O quarto duplo custa cerca de 70 €. Reserve aqui.
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Hotel Escola da EHTCV: Numa das escalas que fizemos na Praia chegávamos tarde e voávamos cedo, pelo que escolhemos a opção mais barata para dormir. Ficamos no hotel da escola de turismo. O hotel é longe da cidade da Pria porque fica em Palmarejo Grande, a caminho da Cidade Velha. Para quem precisa de um lugar barato é bom porque os táxis e alugueres para lá são quase ao mesmo preço do que para a Praia. Para quem quer um hotel bem localizado no centro da Praia, esta não é uma boa opção. O quarto para duas pessoas custa 22€, com pequeno-almoço. Os quartos não têm casa de banho. Reserve aqui.
Olá Luis, td bem? Estou indo a Cabo Verde em Janeiro.19, e estavam pensando se valeria a pena ir a Santiago. Um dos lugares que além de Tarrafal para mergulhar, seria o Mercado Sucupira. Vc chegou a ir lá?
Obrigad!
Nelma
Quem é o Luís? Sim, o mercado de Sucupira é um bom local, assim como Assumada e a Serra da Malagueta. Não perca também a Cidade Velha.