Viajar no Benim é verdadeiramente fabuloso e arrepiante. O Benim é um dos melhores países em África para se viajar porque alia cultura e história, religião e segurança. Viajar no Benim é maravilhoso e, se tiver a sorte de conseguir viajar no Benim durante os dias do maior festival de vodu do mundo, é ainda melhor. Nós viajámos durante uma semana no Benim e partilhamos aqui a nossa experiência e crónicas de viagem em África.
CONTEÚDOS DO ARTIGO
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GUIA DE VIAGEM DO GANA, TOGO E BENIM
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OS CAVALOS QUE DANÇAM NO BENIM
No nosso primeiro dia no Benim fomos logo premiados com uma dança de cavalos do Benim. Um experiência incrível no Benim.
- Podem ver a experiência desse dia com os cavalos dançantes aqui.
A ALDEIA DE GANVIÉ E DE ONDE FUGIRAM À ESCRAVATURA PORTUGUESA
No dia seguinte no Benim, depois de visitar Danankoli e o festival de Allada, fomos para a aldeia de Ganvié.
- Podem ver mais sobre a nossa experiência na aldeia de Ganvié, no Benim, aqui.
NO MAIOR FESTIVAL VODU DO MUNDO NO BENIM
No dia seguinte no Benim, estávamos no local certo no dia certo, no maior festival de Vodu do mundo! Era a principal razão que nos levava a viajar no Benim nesta altura do ano.
- Pode ver tudo sobre a nossa experiência no maior festival de vodu do mundo no Benim.
COTONOU E A ÁFRICA OCIDENTAL NO BENIM
Depois de passar dois dias embrenhados nos festivais de Vodu do Benim era hora de seguir viagem rumo a Cotonou, a capital económica do país e a sua maior cidade.
Apanhámos um táxi partilhado nas ruas de Ouidah para chegarmos ao caos urbano de Cotonou e passar a circular de mototaxi até conseguir encontrar o hotel onde iríamos passar a noite, bem em frente à praia, a primeira que conhecemos no Benim.
O hotel chamava-se Tahiti e tinha o mar em frente mas qualquer semelhança com a Polinésia Francesa era pura coincidência e até ficção. O mar estava cheio de correntes e ondas perigosas e não havia ninguém na praia. As águas eram negras como as gentes deste país, e poluídas pelos óleos do movimento dos barcos no porto.
Saímos para explorar Cotonou, no Benim, e assim conhecer os seus mercados, a estátua das lendárias Amazonas e a sua catedral colorida. Calcorreamos a cidade a pé, e fomos descobrindo a magia desta urbe, mesmo quando atravessamos os bairros degradados e pobres da cidade e as crianças corriam e nos chamavam de “yovo”, homem branco.
Por muito que tentemos passar despercebidos no Benim, neste mundo é impossível. São muito poucos os brancos ali e ainda menos os que andam sozinhos. Apesar de Cotonou ser uma cidade grande no Benim, sempre nos sentimos seguros. Claro que esta é uma sensação que resultou da nossa experiência mas que nos deixou muito contentes ali no Benim.
Apesar das agruras do passado, da história de luta e de vida destes povos e países, ainda somos recebidos por imensos sorrisos neste continente. Viajar em África não é fácil, não é barato e não é de todo bonito. Viajar em África é um murro no estômago, um pontapé nas costas e um empurrão no peito.
Viajar em África é duro, é triste mas é urgente. É preciso dar rosto e imagem a esta luta diária, a estes povos e aos seus modos de vida. É urgente mostrar o mundo ao mundo. Porque o mundo é muito maior do que o muro à volta da nossa casa ou as fronteiras de um país ou da União Europeia. O mundo está lá fora, do lado de lá do muro…
BENIM E UMA CAPITAL CHAMADA PORTO NOVO
Porto Novo é a capital política do Benim e foi fundada pelos portugueses que a batizaram assim pois foi criada como um porto mais recente, para além dos que já tinham na costa do Gana.
Porto Novo continua a ser a capital do Benim mas mais parece uma aldeia. É uma povoação pequena, que conseguimos explorar toda a pé. Ali há igrejas portuguesas convertidas em mesquitas, ainda há reis do Benim a viverem nos palácios, mercados fervilhantes de vida e templos vodu espalhados por todo o lado.
O calor era insuportável mas teimámos em explorar toda a cidade a pé, debaixo de um sol abrasador. Da parte da tarde apanhámos um mototaxi para o Rio Negro, a apenas 15 km da fronteira com a Nigéria e o local onde se acredita habite um Deus vodu nas suas águas.
O rio é tão negro que protege o espírito que ali habita e até a pesca no rio é proibida pois acreditasse que os peixes estão possuídos pelos espíritos. O vodu, como todas as religiões, é feito de crenças, e para os seus fiéis tudo faz sentido.
Para quem gosta e respeita as religiões, o Vodu é de uma riqueza imensa, um tratado ainda não escrito e um legado cultural de um continente desconhecido e do Benim.
Aprendemos na escola o nome dos navegadores portugueses, as datas dos seus feitos e o nome das feitorias. E, no entanto, nada sabemos sobre este continente ao qual tanto mal fizemos. Que a perda da nossa ignorância ajude a valorizar um pouco estes povos. Não podemos mudar o passado, mas podemos conhecer mais este continente e assim, contribuir para o fim da ignorância. A ignorância é uma autoestrada de intolerância e desumanização. Eduquemo-nos e aprendemos para podermos ser responsáveis por um futuro melhor.
ADEUS BEBIM, ADEUS ÁFRICA. ATÉ JÁ!
E ao fim de quase três semanas a viajar em África estava na hora de regressar a Portugal. A viagem foi longa e cheia de voos. Tivemos de voar do Benim para a Costa do Marfim, de lá para Dakar, no Senegal, e de lá para Espanha e só depois Portugal. Mais de 24 horas depois chegávamos ao Porto.
Viajar em África é muito cansativo, a todos os níveis. Do ponto de vista físico é muito calor, muito intenso do ponto de vista emocional e muito duro no que toca a alimentação e questões de higiene, mesmo em países como o Benim.
Há imensos riscos que corremos que não estamos habituados a lidar com eles, como prevenir doenças como a malária, dengue ou cólera. Há que ter imensos cuidados com a água, com a comida e com tudo o que envolva o acto de ingestão de líquidos ou alimentos.
África é maravilhosa, quando a imaginamos sob a forma de um parque nacional cheio de vida selvagem onde os animais deixam os visitantes encantados. Mas isso não é África. Isso é apenas a fatia do continente que os ocidentais visitam em África.
África é a pobreza nas ruas. São as crianças com ranho no nariz. São as barrigas inchadas dos bebés. É a falta de hospitais, escolas e universidades. África é dura e feia mas imensamente fértil. África é vida e maravilhosa. África é o único continente onde se nasce lá, mesmo que se nasça longe dele. Muitos africanos não nasceram em África, mas África nasceu neles. É assim o poder deste continente negro.
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E nós, brevemente, voltaremos a África para eternizar mais memórias deste continente.