A aldeia de Ganvié tem uma história associada aos portugueses. Conta a história que os portugueses procuravam em África os escravos homens mais fortes e valentes, e as mulheres mais belas e jovens. O Reino de Abomey, no Benim, procurava estes homens e mulheres e trocava-os por privilégios e produtos. O Era da corrupção começou assim também em África, com as elites a manterem o poder à custa dos povos. E a aldeia de Ganvié é prova disso.
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A aldeia e Ganvié e os escravos dos tempos modernos
Hoje já não se vendem os escravos da mesma forma como era feito no século XVI e XVII mas, grande parte das elites de poder em África continuam a delapidar um continente, trocando os recursos naturais dos seus países com os mesmas potenciais colonizadoras, que agora se organizam em empresas multinacionais e actuam no continente como exércitos armados. Tal como na altura da aldeia de Ganvié.
Em troca, as elites recebem o mesmo que outrora, privilégios e produtos que os seus povos não podem sequer imaginar. E assim, um continente que outrora abasteceu o mundo com escravos, hoje abastece o mundo com petróleo, gás natural, diamantes, fosfatos, cobalto ou outros minerais. Em vez de canhões, recebem armas para manter a instabilidade política e o subdesenvolvimento, permitindo uma continuidade de crimes que permanece impune.
Na Era da Informação não sabemos de onde vem a água que consumimos, as flores que oferecemos no dia dos namorados, os anéis de diamante nos pedidos de casamento nem a origem do cobalto que faz funcionar o telemóvel de última geração. Mas quase todos estes produtos chegam baratos ao nosso mundo fruto das condições de vida degradantes e de guerras civis patrocinadas pelos países do ocidente, os ditos desenvolvidos. Mas, na Era da Informação ninguém sabe nem quer saber, nem da aldeia de Ganvié, nem do resto de África. Na Era da informação o que interessa é manter a máquina a todo o vapor, assente numa ignorância cada vez maior das massas.
Os povos, esses, continuam a ser mercadoria como foram na aldeia de Ganvié , desta vez manipulados pelas elites igualmente corruptas, tanto em África como fora dela, vivendo na miséria e no limiar da pobreza, e em muitos destes países sem paz.
Como apareceu a aldeia de Ganvié
Mas até no tempo da escravatura havia que lutasse por fazer diferente, por ter uma vida melhor e conseguisse fugir. Foi o que aconteceu em Ganvie. A povoação de Ganvie é uma autêntica cidade no meio do lago, construída com casas sobre a água presas com estacas e povoada por escravos que fugiram às capturas dos portugueses e dos reinos de Abomey, no Benim.
Ainda hoje vivem isolados ali na aldeia de Ganvié, no Benim e, apesar de não saberem que somos portugueses, tratam-nos mal, tal como a todos os forasteiros. São agressivos e rudes, não nos querem ali e gostam pouco que a sua povoação se tenha transformado numa das maiores atrações turísticas do Benim.
Sinais dos tempos, o que outrora foram escravos fugidios e isolados no Benim, que determinou a sua sobrevivência e prosperidade, é hoje uma das povoações mais mediáticas e conhecidas do Benim, a aldeia de Ganvié.
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