Visitar ROSÁRIO e ser assaltada na cidade! | Argentina
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Anahi é o nome da minha host de couchsurfing em Rosário. Recebeu-me no seu apartamento, no 11º andar, e tratou-me como se já fossemos amigas há vários anos. Quando cheguei a Rosário, Anahi ainda estava a trabalhar, e então aproveitei para deixar a mochila no posto de turismo e explorar a cidade.
Rosário situa-se na margem esquerda do rio Paraná e o que me trouxe aqui foi a vontade que tenho de conhecer o delta deste rio.
A chamada província de Entre-os-rios, no norte da Argentina, é drenada pelo rio Paraná e Uruguai. De Mendoza apanhei um autocarro que me levou até Rosário, a capital da província. Depois de passar mais uma noite a dormir no autocarro, chego a Rosário às 9 h da manhã. Está um calor abrasador e a roupa cola-se ao corpo. Apanho um colectivo urbano, como tantos outros que já apanhei por aqui. Desta vez, um rapaz com um aspecto “duvidoso” junta-se a mim. Quem ousou manchar o meu currículo de viajante? Com mais de 50 países explorados no mundo, foi algures na Argentina que fui roubada.
O colectivo está completamente cheio. É o nº146. Tenho que ir de pé com a mochila pesadíssima às costas. As pessoas juntam-se todas porque continua a entrar gente. O rapaz continua colado a mim. Tenho que me largar do ferro do colectivo para proteger a carteira com a mão. Tenho a bolsa da máquina fotográfica à minha frente e não lhe tiro os olhos de cima. Passado alguns minutos o rapaz desce numa paragem. Confirmo que tenho a máquina e a carteira. Penso: “Havia de ter piada ser assaltada logo no meu primeiro dia a caminho do Uruguai“. Entretanto, o colectivo chega à Plaza Sarmiento, o meu destino. Quando desço, penso “tinha a máquina fotográfica compacta no bolso”! Quando levo a mão ao bolso e o sinto-o vazio penso: “Carla, já foste”! Que sensação horrorosa. Por variadíssimas razões. Primeiro, porque foi nas minhas “barbas” e eu sabia que o rapaz tinha um ar suspeito; segundo porque alguém invadiu o meu espaço, entrou e não pediu licença, levou o que não lhe pertencia; terceiro porque agora vou ficar sem a máquina fotográfica que utilizava para as cidades, onde precisamente, o risco de assalto é maior; quarto porque a vida custa a todos…
Quando juntamos dinheiro para comprar algo é porque realmente queremos esse “algo”. Porque é que cada um não se limita a usar o que é seu? Porque é que tem que haver gente assim?
Uma das razões porque não fui ao Carnaval do Brasilfoi pela questão da insegurança. “Uma semana no Rio seria tremendo mas… ficaria sem máquina logo no primeiro dia”, pensei! Vou para o Uruguai. Claro que a Argentina não é o país mais seguro do mundo (longe disso), mas até agora, tirando Buenos Aires, o resto do país é bastante tranquilo. Face a estes acontecimentos inesperados à chegada, dirigi-me ao posto de turismo e a minha dúvida era: “Onde é a Polícia?” A rapariga achou um bocado estranho. Deve ter pensado: “Esta turista é muito alternativa!” Olhou-me de cima a baixo. Expliquei-lhe o sucedido. Telefonou para o 911 e descobriu o local onde teria de ir. Implorei-lhe que me deixasse colocar a mochila lá. Assentiu, a muito custo. Sendo assim, a minha primeira visita a Rosário foi à Intendência Policial Nº1. Fiz logo amizade com os dois polícias de serviço. Contei-lhes o que faço aqui na Argentina e até conversamos um pouco. Entretanto, havia que fazer a denúncia. Num computador com mais de 20 anos e uma impressora da mesma idade, a coisa lá foi. Despeço-me deles e, agora sim, sem máquina fotográfica , estava pronta para conhecer a cidade.
A terceira maior cidade da Argentina é um pólo industrial importante, devido ao seu desenvolvimento no séc. XIX, quando as Pampas se tornaram uma das regiões do mundo com maior produção de cereais. É dessa altura que datam as inúmeras construções da linha férrea e os silos junto ao rio.
Embora muito pouco procurada pelos turistas, desde que fechou a linha férrea que ocupava a margem do rio, a cidade abriu-se e o turismo começou a aumentar. O problema é como me diz Anahi: Quem é que vem a Rosário quando há tanta coisa para ver na Argentina?” Não posso deixar de lhe dar razão.
Começo a minha visita pela Plaza 25 de Mayo, onde se ergue a Catedral de Nossa Senhora do Rosário. Sigo pela Passage Juramento, uma passagem decorada de estátuas e chafarizes que me leva ao Monumento Nacional da Bandeira. Este é o ex-líbris da cidade e um marco para todos os patriotas argentinos. Foi numa ilha do delta, aqui bem perto, que o General Belgrano hasteou, pela primeira vez, a bandeira da Argentina independente. Estávamos no ano de 1812. Os restos mortais do general repousam hoje na cripta. Eu decido subir à torre, para apreciar uma vista panorâmica soberba sobre a cidade e o delta.
Anahi é engenheira mecânica e o seu turno termina às 14h. Encontramo-nos às 14.30h no seu apartamento. Depois de um agradável conversa, saímos para explorar a cidade. Visitamos a casa onde nasceu Che Guevara, hoje propriedade privada, e o Passeio do Século, majestosamente ornamentado por edifícios em estilo europeu do séc. XIX.Terminamos o nosso percurso na chamada La Costera, a margem do rio Paraná, que limita a cidade a Este, e cujos 10 km estão repletos de parques e jardins. Do museu de Arte Contemporânea, antigos silos, contemplamos o delta.
Apesar de ser sexta-feira de Carnaval, aqui não há comemorações. Durante o tempo da ditadura foram proibidas as celebrações e as tradições perderam-se. Assim, à noite fui jantar com Anahi e o seu namorado Pablo, à beira rio. Foi uma noite extremamente interessante, muito bem passada e muito agradável.
A minha passagem por Rosário teve um ponto negativo que foi o furto da minha máquina fotográfica, mas teve com certeza muitos pontos positivos e, Anahi e Pablo foram um deles.
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Geógrafa com uma enorme paixão pelas viagens e pelo mundo. Desde muito cedo que as viagens de exploração fazem parte da sua vida. A busca do conhecimento do mundo leva-a em direcção a culturas perdidas e ameaçadas, tentando percebe-las. Hoje é também líder de viagens de aventura na Nomad.
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