Buenos Aires, a mítica BA! Quando o avião aterra em BA já tenho 13 horas de vôo desde Madrid. No entanto, consegui dormir (o que é raro) e tive por companhia um cinquentão argentino cheio de charme com quem fui conversando.
Das conversas com o Daniel, depreendi que a cidade ainda sofre bastante com os rescaldos duma crise económica em 2001 e uma consequente intervenção do FMI. Será este o futuro do nosso país? Parece que para a Argentina as coisas não resultaram muito bem. Espera-se um crescimento económico de 8% mas a realidade é muito diferente das percentagens anunciadas. Daniel avisa-me para a criminalidade e violência nalguns bairros da capital. Quando começo a percorrer as “calles” vejo que a pobreza está nas ruas. Não estamos na Índia, mas há muita gente sem abrigo. Chego a BA numa segunda-feira. As ruas estao desertas! Que estranho!!! Descubro que é feriado nacional, o dia da Soberania. Escolhi um hostel no Microcentro, o Rayuela. É tranquilo, familiar e acolhedor. Os empregados são bastante simpáticos. Não organizam tours mas estão dispostos a explicar-nos todos os caminhos e transportes públicos que devemos apanhar para visitar os locais que queremos. Começo a deambular pelas ruas da cidade. Há pouca gente e ameaça chover a qualquer momento. A minha primeira paragem foi num boteco típico que se cruzou no meu caminho. Chama-se El Sítio e aí provei o famoso “bife de chourizo”. Que delícia… uhmmm… . Faça aqui seu seguro de viagem IATI. Se usar este link terá 5% de desconto. Com uma passagem rápida pela zona do Congresso (até porque não me pareceu muito seguro) segui em direcção ao Microcentro e ao Retiro. Tentei resistir ao gelado argentino mas não fui bem sucedida! É divinal! Ao nível do Giolitti! Algumas entradas e saídas em livrarias de segunda mão e depois cheguei à Calle Florida, o centro nevrálgico comercial da cidade. Fui caminhando até chegar à praça San Martin e descobri uma coloração lilás nas árvores que até aí desconhecia. O Retiro, nomeadamente a estação de bus, era o meu destino. Depois de descobrir que o preço dos bilhetes de autocarro aqui são caríssimos (55 euros de BA para Mendoza), encontrei o Luís, um português a viajar na Argentina. Foi um encontro muito engraçado porque ele desconfiou que eu era portuguesa pelo meu maaaaagnífico espanhol! Buenos Aires é muito mais do que qualquer monumento ou local. BA é os bairros, a identidade dos locais e acima de tudo, o tango! Um dos pontos altos de qualquer viagem é assistir às manifestações culturais do país. Na Argentina, o tango é incontornável.Escolhi o Café Tortoni, uma instituição em BA. Por companhia tinha um casal suíço e um rapaz grego. Deliciamo-nos a ver o show. O tango é a Argentina, é a alma deste país.
La recoleta merece uma visita tranquila, principalmente o cemitério, que é talvez o monumento mais exuberante de Buenos Aires. Depois de ter visitado a Fundação Eva Peron, terminei a minha visita a BA no túmulo de Evita. Para me despedir desta cidade almocei num local imperdível. Chama-se Parrilla Al Carbon… e é indescritível! Barato, como toda a gente gosta, e com a carne mais saborosa que já alguma vez comi. Um assado típico por 24 pesos. Que forma extraordinária para terminar esta visita a Buenos Aires.
Visitar BAIRRO DE LA BOCA e o Caminito em Buenos Aires na Argentina
Se a alma de Buenos Aires é o tango, o corpo é La Boca, o bairro criado pelos colonos italianos e espanhóis que pintavam as suas casas com os restos das tintas deixadas pelos marinheiros. Os restos eram poucos e as casas começaram a ficar pintadas de várias cores, o que hoje lhes dá um toque artístico. É um lugar muito bonito e cheio de carisma mas, bastante perigoso, já que é um dos bairros mais pobres da cidade (quase um bairro de lata).
O Caminito, um arruamento estreito e turístico, faz as delícias dos turistas. Os dançarinos de tango que se passeiam e dançam são a cereja no topo do bolo.
La Boca é conhecida pela Bombonera, o estádio do Boca Juniors, o clube onde Maradona se fez jogador de futebol.Como tive algum receio de levar (sozinha) a minha cannon 40D para La Boca… resolvi juntar-me a um tour do Hostel Milhouse. Foi uma óptima opção. Conheci imensa gente, a guia, a Joana, era uma entusiasta futebolistica e punha toda a gente a mexer. A companhia do Ofir, um israelita de Tel’Aviv, e do Mark, um suíço de Berna, foram um dos pontos altos do tour. Sempre divertidos fomos conhecendo o bairro, o estádio e… a gastronomia argentina! Lançamo-nos num “Bife de Lomo” magnífico e rendemo-nos à superioridade “bovina” deste país! . Faça aqui seu seguro de viagem IATI. Se usar este link terá 5% de desconto.
Buenos Aires, do bairro de SAN TELMO a PUERTO MADERO | Argentina
Como é domingo resolvi visitar o bairro de San Telmo. Este bairro, de estilo colonial, é um dos mais característicos da cidade. Pela rua da Defesa até à Praça Dorrego, o coração do bairro, estende-se uma feira semanal de artesanato e antiguidades.Vou espreitando e apreciando a cultura local. É impressionante como Buenos Aires atrai povos dos países vizinhos. Peruanos, bolívianos, brasileiros, são muitos os que emigraram para cá em busca de um futuro melhor. As ruas estão cheias desses testemunhos que tentam, na feira, vender um pouco da “sua terra natal”.Na Praça Dorrego, os imigrantes são menos e vemos mais anciãos tentando vender as velharias que possuem. Desde notas e moedas antigas de diferentes países, passando por telefones, grafonolas, câmaras fotográficas, brinquedos, há de tudo um pouco por aqui.
No entanto, o que atrai tantos turistas (para além das compras) são os bailarinos de rua, que em troca de uma “colaboracion” dançam o tango. Apesar de já não serem novos, abraçam a dança de forma apaixonada e levam os turistas ao êxtase. De cada vez que acabam uma dança ouvem-se palmas e vivas da audiência. O senhor convida várias senhoras para aprenderem o tango mas nenhuma parece disposta a tentar. Que pena! Sigo para o mercado local. Quero comprar alguns legumes para o meu almoço. . Faça aqui seu seguro de viagem IATI. Se usar este link terá 5% de desconto.
Aproveito depois para visitar a área de Puerto Madero que na minha primeira visita não tive tempo de explorar. Hoje, este antigo porto de mercadorias, é uma das áreas mais modernas da cidade e transformou-se, inclusive, no seu centro de negócios. Abundam hotéis e restaurantes de luxo. Quando percorro as margens do canal sinto-me fora da Argentina. Poderia estar em qualquer cidade europeia.
Outrora, o Puerto Madero foi extremamente importante para o comércio argentino. Situada nas margens do rio Prata, Buenos Aires rapidamente se tornou um importante ponto comercial. No entanto, a profundidade do rio era muito baixa o que dificultava as transacções comerciais. Os barcos eram obrigados a fazer transbordo das mercadorias e dos passageiros para botes mais pequenos de forma a poderem entrar na cidade. Tal situação estava a ser responsável por um declínio da cidade em detrimento de outras como Montevideo ou Colónia de Sacramento, do lado uruguaio. Só no século XIX o novo porto foi construído e a cidade voltou ao seu auge. No entanto, este foi de pouca dura. Em pouco mais de uma década estava incapaz de receber os grandes navios que agora chegavam. O governo de Buenos Aires resolveu criar um porto novo, designado “Puerto Nuevo”. Puerto Madero ficou voltado ao abandono e degradou-se. Só recentemente, obras de requalificação urbana permitiram transformar este bairro num dos mais luxuosos da cidade. Para recordar os seus templos gloriosos exibe a Fragata de Sarmiento, hoje um museu, tendo já dado a volta ao mundo 37 vezes.
Os enormes arranha-céus e a “Ponte de la Mujer” fazem-nos viajar para a Europa. O calor aperta. Estão 38ºC. Como os meus legumes nos jardins do porto, bem de frente para o canal. De seguida, prossigo para o centro. Regresso a San Telmo. Quero fazer umas compras. Não resisto. Infelizmente (ou felizmente) só consegui comprar um cinto de viagem porque uma tempestade de vento e chuva abateu-se sobre a cidade. Abrigada no mercado ali fiquei aguardando que a chuva desse alguma trégua. Não aconteceu. A hora do meu autocarro estava a chegar e não podia continuar mais ali. Saí e fui caminhando debaixo de chuva cerca de 40 minutos até alcançar a estação. Pelo menos Buenos Aires pôde desfrutar de um desfile de miss t-shirt molhada portuguesa! Quando cheguei à estação estava encharcada. Levantei as mochilas e aguardei um bocado pelo autocarro. Uma vez lá dentro, troquei de roupa e aprontei-me para mais uma viagem de 15 horas. Depois do jantar caí como uma pedra e dormi até de manhã. Há três dias que não durmo numa cama. Às 9h chego a Mendoza e termino a minha jornada de três dias desde o Porto, em Portugal, até Mendoza, na Argentina.
UM ANO A VIAJAR TERMINA EM BUENOS AIRES
Sim… tudo acaba onde começa! BUENOS AIRES… – BA – será sempre Buenos Aires. Cheguei a Buenos Aires em Novembro de 2010. Estava longe de saber o que este país me reservaria para o futuro. A principio estranhei a capital argentina. Era mais uma metrópole e o sentimento de insegurança deixava-me pouco à vontade. Com mais duas visitas, uma em Janeiro e outra em Maio, sinto que a cidade já me conquistou. O tango dá-lhe carisma, a vida nocturna dá-lhe alma e os monumentos dão-lhe história. Passados sete meses sinto-me bem a percorrer as ruas da cidade. Estou mais liberta e desfruto da alma da Argentina. . Faça aqui seu seguro de viagem IATI. Se usar este link terá 5% de desconto.
Mas, a Argentina está muito longe de ser Buenos Aires. Esta cidade borbulha de movimento dia e noite. O resto do país não é assim.
Em Ushuaia desfrutei da calma do fim do mundo, em El Calafate senti o frio gélido do Parque Nacional Los Glaciares, em Mendoza senti o odor das vinhas que inunda o ar, em Bariloche reencontro o prazer da montanha, no Aconcágua descobri que posso conquistar o mundo, em Salta o pó do deserto cobre-me o corpo, no Iguaçú a água que jorra das quedas lava-me a alma e na Península de Valdés as baleias transportam-me para um sonho. A Argentina descobre-se nos lugares mais improváveis. Foi em Sarmiento, no Bosque Petrificado, que senti a verdadeira Patagónia; Foi em El Chaltén que encontrei as paisagens mais belas que alguma vez vi e foi em Rosário que descobri a verdadeira hospitalidade do país. Regresso a Buenos Aires – BA – no final de Maio. Foi aqui que tudo começou. Foi aqui que tudo terminou. Foi aqui que comecei e terminei o melhor ano da minha vida.
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Mendoza já está! Agora falta os Andes… *
Magníficas descrições de BA, entusiásticas! Uma maravilha, em pouco tempo consegues aproveitar tudo. Estamos à espera de Mendonza e dos Andes claro! … nos próximos capítulos. Vamos na tua peugada. *