Já ouviu falar na Frecha da Mizarela? Se tivéssemos que escolher apenas um percurso pedestre que simbolize a essência da Serra da Freita, esse percurso seria o da Frecha da Mizarela, uma cascata alimentada pelas águas do rio Caima, apresentando uma altura que ronda os 75 metros, e que é a queda de água mais alta da Europa, fora da Escandinávia e dos Alpes.
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Englobado nos percursos do Geoparque de Arouca, o Trilho da Frecha da Mizarela tem a designação de PR7, “Nas escarpas da Mizarela”, é uma caminhada circular, de 8 km de distância, com início no Parque de Campismo do Merujal. É também possível iniciar o Trilho da Frecha da Mizarela junto do miradouro da Frecha da Mizarela, mas junto do parque há mais lugares para estacionar o carro. O nível de dificuldade do Trilho da Frecha da Mizarela é alto, uma vez que o desnível envolvido é considerável.
Se gosta de explorar as melhores Serras de Portugal temos alguns artigos que vai gostar de descobrir:
- Serra da Lousã – Um artigo cheio de dicas maravilhosas para explorar a Serra da Lousã, com roteiro dia-à-dia para um fim de semana prolongado.
- Serra do Montesinho – Um artigo cheio de dicas maravilhosas para uma bela escapadinha pelo norte de Portugal bem próximo de Bragança.
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- Visitar a Serra do Gerês – Um artigo com as melhores dicas para visitar o Gerês e a serra, com dicas para trilhos, piscinas naturais, restaurantes e alojamentos.
- Serra da Freita – Um artigo com as melhores dicas para visitar e aproveitar a maravilhosa Serra da Freita, no centro de Portugal.
- Serra do Açor – Um artigo com um roteiro e dicas para visitar a Serra do Açor em 2 ou 4 dias.
- Serra do Alvão – Um artigo sobre a Serra do Alvão e as maravilhas deste território.
O TRILHO DA FRECHA DA MIZARELA
Do Parque de Campismo à aldeia da Mizarela, pertencente à freguesia de Albergaria da Serra, o percurso pelo Trilho da Frecha da Mizarela é fácil e rápido. Pare para ver uma pedra lapidar que encontra pelo caminho. Na aldeia, pode comprar-se água e comida, se necessário para chegar à Frecha da Mizarela. Ali, é obrigatório tirar uma foto no miradouro, por onde o Trilho da Frecha da Mizarela passa.
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A seguir, depois do troço de estrada asfaltada, o Trilho da Frecha da Mizarela recomeça com uma descida acentuada e é preciso ter cuidado para não se enganar, mantendo-se sempre o mais junto à encosta, à direita de quem desce. Nós enganámo-nos, e descemos até ao fundo da Frecha da Mizarela, indo ter a umas piócas, ou piscinas naturais, onde se pode tomar banho. Se notar que o percurso da Frecha da Mizarela segue por aquilo que foi (ou é) uma linha de água, não continue. Mas este detour do Trilho da Frecha da Mizarela acabou por ser frutuoso, uma vez que ficamos a conhecer as piscinas, e tivemos uma visão privilegiada da cascata da Frecha da Mizarela vista de baixo. Mas a seguir, tivemos de transpirar para regressar ao trilho da Frecha da Mizarela original, pois a subida é acentuada (esta parte será pouco aconselhável no Inverno pois torna-se perigosa devido ao gelo e água que tornam as rochas muito escorregadias).
NOTA – Vale a pena este desvio no Trilho da Frecha da Mizarela, mas conte com uma hora de desvio (ida e volta), sem contar com o tempo de permanência nas piscinas.
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De volta ao Trilho da Frecha da Mizarela, descemos em direcção à aldeia da Ribeira, e as vistas sobre a Frecha da Mizarela são maravilhosas, mas o caminho segue pela encostas abruptas e é necessário ter muito cuidado e, para quem tem vertigens, não olhar para o declive (embora a vegetação tape quase sempre a visão integral do desnível).
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Esta secção do Trilho da Frecha da Mizarela tem as mais belas vistas da Frecha da Mizarela.
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Embora o percurso do Trilho da Frecha da Mizarela possa ser feito tecnicamente durante todo o ano, não aconselhamos a que seja feito durante o Inverno, pois esta parte da serra fica sujeita a baixas temperaturas e condições meteorológicas imprevisíveis, com queda de neve e formação de gelo, assim como de nevoeiro, o que pode dificultar em muito a orientação e pôr em causa a segurança dos caminhantes. Nos sectores mais complicados do trilho da Frecha da Mizarela existem correntes presas que ajudam a segurança.
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Chegando à aldeia da Ribeira, um pequeno núcleo de casas e que parece ainda ter habitantes (embora não tenhamos visto nenhum), estamos mais ou menos a meio do percurso do Trilho da Frecha da Mizarela. Ali parámos para almoçar junto à ribeira, num ambiente muito agradável e refrescante. A partir daí, é sempre a subir até à Frecha da Mizarela!
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Uma subida gradual, com algumas partes mais acentuadas, que exige um ritmo certo, sem esforços desnecessários, e algumas pausas para recuperar o fôlego e beber água. Algures na subida, voltam a existir correntes para auxiliar os caminhantes no Trilho da Frecha da Mizarela. Quase no cimo da encosta, atravessámos uma pequena ponte de madeira, frente à Cascata da Ribeira da Castanheira. Dali já se via a aldeia da Mizarela, e se tinha uma visão integral da serra.
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Mais acima, o Trilho da Frecha da Mizarela passa por terreno com menos vegetação, por onde passa um filão de quartzo e onde se pode observar belos espécimes desta rocha esbranquiçada brilhando ao sol, e de onde se tem um panorama do vale, sendo que a visão, num dia claro, se estende até à Ria de Aveiro e, mais ao fundo, o Oceano Atlântico!
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A partir dali, o desnível do Trilho da Frecha da Mizarela é pouco acentuado, e vamo-nos aproximando da aldeia da Mizarela e da zona do Parque de Merendas da Frecha da Mizarela. Passa-se por novas correntes antes de alcançar o rio e a aldeia da Mizarela.
Ali também fizemos um pequeno desvio no Trilho da Frecha da Mizarela, para tentar ver a cascata da Frecha da Mizarela de cima, mas não se consegue. Voltando para trás, atravessámos o rio Caima saltando por cima de pedras e descansamos nas margens, antes de voltar ao Parque de Campismo.
NOTA – Ao todo, contando com os desvios, o nosso percurso na Frecha da Mizarela demorou cerca de 5 horas e, apesar de cansados, estávamos plenamente satisfeitos com a visão que tínhamos tido da Frecha da Mizarela, com o contacto com a aldeia, e com a nossa exploração da belíssima Serra da Freita. É definitivamente um dos percursos pedestres mais bonitos de Portugal.
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Estas são excelentes opções de alojamento para visitar a região:
- Casinha das Oliveiras (em Espiunca)
- Quinta do Ouriçal (em Espiunca)
- Casa do Pinto (em Aldeia de Cima, Arouca)
- Quintinha do Domin (em Alvarenga)
- Quinta do Cadafaz (em Alvarenga)
- Casa do Vilarinho (em Arouca)
- Quinta de Alvarenga (em Alvarenga)
- Casa do Moinho (em Cinfães)
- Casa da Eira (em Alvarenga)
- Casa da Bichaca (em Castelo de Paiva)
- Quinta do Bocó (em Arouca)
- Casa do Lagar (em Alvarenga)
- Rio Moments (em Castelo de Paiva)
- Quintãs Farm Houses (em Arouca)
- Casa da Árvore (em Paradinha)
- Se pretende explorar bem a Serra da Freita veja aqui as nossas dicas.
- Se está a pensar fazer os Passadiços do Paiva não perca este nosso post.
- Se procura em lugar encantado na Serra da Freita visite a aldeia de Drave.
Se procura trilhos em Portugal, pode ter interesse nos vários trilhos que nós temos explicados aqui no blogue:
- Regras nos trilhos – Um artigo obrigatório sobre uma conduta e comportamento adequados durante as actividades na natureza.
- Os melhores trilhos de Portugal – Uma lista com uma pequena selecção de trilhos para fazer em Portugal.
- Trilhos da Rota Vicentina – 750 km de trilhos para fazer como Grande Rota ou trilhos diários no Alentejo e Algarve.
- Trilhos de Pitões das Júnias – Trilho curto na Serra do Gerês.
- Trilho do Poço Azul – Trilho para chegar ao Poço Azul, no Gerês.
- Trilho da Fajã de Santo Cristo – Trilho na ilha de São Jorge, nos Açores
- Subida da Montanha do Pico – Trilho para subir ao Pico e Piquinho, com pernoita ou num dia
- Rota dos Túneis – Trilho longo de Fregeneda a Barca d’Álva, na antiga linha do Douro.
- Trilho da Aldeia de Drave – Trilho curto na Serra da Freita
- Trilho da Georota do Orvalho – Um trilho misto com passadiço e trilho no distrito de Castelo Branco.
- Trilho dos Sete Vales Suspensos – Trilho curto de elevada beleza no Algarve.
- Os melhores Trilhos do Algarve – Um artigo cheio de dicas sobre os melhores trilhos do Algarve
- Trilho da Cascata da Pedra Ferida – Um trilho no distrito de Coimbra bem próximo da serra da Lousã.
- Trilho dos Dolmens – Um trilho para descobrir a serra da Aboboreira no concelho de Baião.
- Trilho do Sobreiral da Ermida – Um trilho longo na Serra do Gerês
- Os melhores trilhos da Serra do Gerês – Um artigo com uma lista de trilhos imperdíveis na Serra do Gerês.
- Trilho da Fenda da Calcedónia – Um trilho para amantes da aventura na Serra do Gerês.
- Trilho dos Miradouros do Gerês – Um trilho longo para quem gosta de aventuras e ver paisagens deslumbrantes.
- Trilho da Preguiça – Um trilho curto e fácil na Serra do Gerês.
- Trilho das 7 Lagoas dos Xertelo – Um trilho fácil e outro longo para chegar às 7 lagoas do Xertelo, no Gerês.
- Trilho da Praia do Barril – Um trilho curto para aproveitar uma praia no Algarve
- Trilho da Ilha da Culatra ao Farol – Um trilho curto para descobrir a Ria Formosa, no Algarve.
- Trilho da Praia da Falésia – Um trilho curto para aproveitar as vistas fabulosas das falésias no Algarve
- Trilho das Varandas sobre o Mar – Um dos trilhos mais bonitos do Algarve.
- Trilho da Praia da Luz a Lagos – Um trilho maravilhoso, o melhor na nossa opinião, para fazer no Algarve.
- Trilho do Pontal da Carrapateira – Um trilho curto, circular, para explorar a Costa Vicentina.
- Trilho de Sagres a Salema – Um trilho pela Rota Vicentina no Algarve.
- Trilho do Cabo de São Vicente a Sagres – Um trilho curto pelo mais belo da Rota Vicentina ao pôr do sol.
- Trilho dos Pescadores entre a Zambujeira do Mar e Odeceixe – Um dos troços mais belos da Rota Vicentina no Alentejo.
- Trilho da Levada do Caldeirão Verde e do Caldeirão do Inferno – Uma das mais belas levadas da ilha da Madeira.
- Trilho do Geoparque do Litoral de Viana do Castelo – Um belo trilho para descobrir as praias de Viana do Castelo.
- Trilho do Pico Areeiro ao Pico Ruivo – Um dos mais belos trilhos para fazer em Portugal e que permite estender até à Achada do Teixeira.
- Trilho das Fisgas de Ermelo – Um belo trilho para descobrir a Serra do Alvão, em Trás-os-Montes.
- Trilho do Pico Branco e Terra Chã – Um belo trilho para explorar a ilha de Porto Santo, na Madeira.
- Trilho de São Cristóvão do Douro – Um belo trilho para descobrir o Douro Vinhateiro no Pinhão.
- Trilho da Vereda do Pico Castelo – Um trilho para explorar na Ilha do Porto Santo, na Madeira.
- Trilho dos Pescadores entre Vila Nova de Milfontes e Almograve – Um trilho para explorar na Rota Vicentina.
- Trilho da Frecha da Mizarela – Um trilho para aventureiros que pretendem descobrir a Serra da Freita, no distrito de Aveiro.
- Trilho do Vale das Buracas de Casmilo – Um trilho para descobrir a paisagem incrível da Serra do Sicó, no distrito de Coimbra.
- Trilho da Ribeira dos Amiais – Um trilho curto e super interessante para descobrir as Serras de Aire e Candeeiros.
- Trilho pela Linha do Tua – Um trilho maravilhoso que, na actualidade, só se consegue fazer meio percurso.
- Trilho de Ponta Delgada à Fajã Grande – Um trilho maravilhoso para explorar a ilha das Flores, nos Açores.
Fiz o percurso este fim de semana (mas sem o desvio inicial) e achei-o muito bonito mas muito perigoso e com um grau de dificuldade muito elevado! Acho o PR7 deveria mesmo incluir esse desvio porque parece ser a parte mais bonita do trilho, uma vez que só andamos á volta da cascata mas nunca chegamos perto da mesma. Depois do miradouro, quando saímos da estrada de alcatrão aí é que a coisa fica perigosa, um pé em falso e pode ser (quase) fatal.. mas vale a pena, mas não é para todos ! parabéns continuem com esses posts para nos dar a conhecer mais um bocadinho do nosso Portugal 🙂
Obrigada, Sarah. A Frecha da Mizarela é linda mesmo e vale a pena. Concordo, o grau de dificuldade é bastante razoável.
Boa tarde!
Obrigado pelo vosso report. Fotos fantásticas!
Gostaria muito de encontrar as piocas onde foram parar (farei a caminhada no 10 de Junho). Pela vossa descrição, parece ser mesmo “na base” da cascata, perto das coordenadas
40°51’43.5″N 8°17’02.4″W . Quando visto por satélite no Google MAPS, logo após ao desvio da estrada parece haver um bosque que desce para Este em direcção ao rio, que em si mesmo é um desvio ao PR7.
Agradeço a ajuda!
Cumprimentos
Sim, é isso mesmo. na descida por baixo do miradouro.
Olá! Estou muito interessada neste trilho. E gostei muito de ler a descrição do pequeno desvio/engano no percurso que vos levou a conhecer as piscinas naturais! Por acaso não me conseguem dar as coordenadas desse sitio? Quero lá ir amanhã! 🙂 obrigada pelo post. Parabens pelo blog
Não tenho as coordenadas mas basta descer o trilho até ao fundo. 😉
Olá. Parabéns pelo blog, trabalho fantástico.
Tenho uma dúvida quanto a este trilho. Como é costume, a minha equipa de caminhada é composta por mim, pela minha namorada, e 2 cadelas!!!
As cadelas estão habituadíssimas a caminhadas mas tenho sempre receio nestes percursos.
Será razoável ou arriscado levá-la?
Obrigado.
Depende das cadelas. Tive uma lavradora que faria este trilho sem problema. 😀
Boa tarde, achei o post bastante interessante, estou a pensar visitar em breve. Gostaria de saber se o caminho até fechar à cascata é muito difícil, pois vou levar comigo uma criança de 11 anos!
Obrigada e parabéns!
Acho um bocado puxado, mas depende sempre da experiência da criança. Se estiver habituada a caminhar e a subir pode ser exequível.
Obrigada! A criança já fez os Passadiços do Paiva com cerca de 9 anos
Boa!
Mas é muito mais difícil…