Visitar a gruta de Lofthellir era um dos nossos objectivos na Islândia. Numa paisagem vulcânica como a islandesa, uma das formações naturais mais interessantes que se pode visitar é uma gruta de lava e gelo como em Lofthellir. Ao contrário das suas congéneres calcárias ou graníticas, as grutas de lava são, como o seu próprio nome indica, não só constituídas por lava solidificada, mas também são formadas pelo fluxo de lava quente no interior de lava mais antiga. Depois da lava passar, forma-se um espaço amplo que, se resistir estruturalmente ao arrefecimento das rochas, formará uma gruta de lava. A mais impressionante da Islândia é a gruta de Lofthellir.
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Como visitar a gruta de Lofthellir
Resolvemos visitar uma das grutas de lava e gelo mais conhecidas da Islândia, Lofthellir, contratando os serviços de uma agência sediada em Akureyri, mas com a qual combinámos uma tour que partia de Reykjahlid às 9h. Tendo dormido num parque de campismo à saída da vila, facilmente chegamos ao ponto de encontro, onde conhecemos o nosso guia de Lofthellir, Stefan. Seria ele o condutor do todo-o-terreno necessário para percorrer a estrada até à gruta de Lofthellir e também o guia dentro da gruta. Fazíamos parte de um grupo de 10 pessoas e o Stefan fazia as delícias de umas senhoras de idade mais avançada, com as suas piadas e boa disposição.
O nosso guia na gruta era uma rock star!
Durante o percurso até à gruta de Lofthellir, cheio de buracos e lombas, ficamos a saber que o Stefan só trabalha como guia há alguns meses, mas tem um conhecimento profundo do terreno, uma vez que nasceu ali, e percorria estas terras atrás das ovelhas. Mas também nos confidenciou que é vocalista numa banda de heavy-metal, com um sucesso considerável na Islândia, tendo estado seis semanas no Top de vendas.
Como chegar à gruta de Lofthellir
Quando a estrada acabou (literalmente!), fizemos uma pequena caminhada até à entrada da gruta da Lofthellir, atravessando impressionante um campo de lava que descia o vale. Aí, calçamos as galochas e colocamos os capacetes com luz de frontal. No chão, um buraco quase circular com cerca de 15m de diâmetro anunciava a gruta de Lofthellir. No centro da gruta de Lofthellir, encontrava-se um monte cónico de gelo e isso pronunciava a temperatura que estaria dentro da gruta de Lofthellir. A entrada propriamente dita da gruta de Lofthellir é um pequeno buraco em que uma pessoa tem de se deitar e rastejar para poder entrar.
Visitar a gruta de Lofthellir
Percorrendo a seguir um corredor com cuidado para não escorregar no gelo (as galochas tinham pequenos pitons que se agarram ao gelo), fomos admirando as formações de gelo no tecto e chão, assim como as formas que a lava arrefecida tomou nas paredes, chão e tecto na gruta de Lofthellir.
O Stefan mostrou os seus dotes musicais tocando alguns sons nas estalagmites de gelo e, a seguir cantou, em total escuridão, um excerto de uma música de embalar de uma lenda islandesa na gruta de Lofthellir. Afinal o heavy-metal também tem vozes serenas e harmoniosas!
Fazendo o mesmo percurso para trás, saímos da gruta de Lofthellir e vimos novamente a luz do dia. Fora da gruta de Lofthellir, a Islândia até parecia um país quente!
Despedimo-nos da gruta de Lofthellir e do Stefan e seguimos caminho. Mas não foi a última vez que o vimos… Pelo menos em imagem. Em Reykjavik, no nosso último dia na Islândia, quando passávamos na rua mais comercial da cidade, reparamos numa parede com um enorme cartaz da banda Dimma, com todos os seus elementos, e claro está, o Stefan de Lofthellir, desta vez com um ar mal-encarado de metaleiro.
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