Se Van Gogh nunca acreditou no sucesso comercial da sua obra (só vendeu um quadro enquanto vivo), muito menos imaginou que, poucos anos depois da sua morte, muitos dos seus quadros começaram a ser comprados por americanos apreciadores das então novas correntes impressionista e pós-impressionista.
Hoje, a obra de Van Gogh encontra-se espalhada por todos os continentes (excepto Antárctida!) mas, exceptuando a sua terra natal, os EUA são provavelmente o país onde se podem encontrar mais quadros de sua autoria. Como fã incondicional do homem e da sua obra, era inevitável que a nossa viagem pelo nordeste dos EUA fosse também para mim uma oportunidade de ver alguns dos seus quadros mais famosos.No entanto, só nos EUA existem cerca de 60 museus com obras de Van Gogh! E dadas as nossa limitações de tempo, era inevitável seleccionar, e por conseguinte deixar museus por ver…
Ainda assim, o nosso périplo por terras americanas passou pelas principais cidades do leste dos EUA, o que nos permitiu engrossar apreciavelmente o número de quadros de Van Gogh que já vimos ao vivo.
Começando em
Nova Iorque, nada melhor do que iniciar esta busca pelo que é provavelmente o quadro mais famoso, a “
Noite Estrelada“, no
Museum of Modern Art. Até tenho uma cópia deste quadro no meu quarto! Mas a verdade é que não me impressionou muito, talvez porque estava muito habituado aos seus pormenores, talvez pelas multidões no museu que não permitiam uma observação calma e cuidada. Mas a visualização de quadros ao vivo é mesmo assim; alguns surpreendem-nos pela positiva, outros nem tanto.
Na mesma sala, pode observar-se um outro belo quadro, intitulado “Oliveiras com os Alpilles em pano de fundo“, um tema preferido de Van Gogh (e também meu!). Infelizmente, o retrato do carteiro Joseph Roulin, encontrava-se ausente, devido a estar fora noutra exposição…
Mas em Nova Iorque há muito por onde escolher! Tudo, em geral, e quadros de Van Gogh, em particular… Por exemplo, no Guggenheim Museum pudemos observar mais alguns quadros, pouco conhecidos, mas bastante interessantes, como por exemplo, a “Paisagem com neve“, um tema invulgar em Van Gogh, dado o clima do sul de França (no pictures, please)!
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Metropolitan Museum of Art |
Mas o nosso itinerário ia continuar e estava longe de terminar… Prosseguimos então para a cidade de Boston. Aqui, a oferta é muito mais limitada do que na Big Apple, mas ainda assim era inevitável visitarmos o Museum of Fine Arts, onde pudemos apreciar belos quadros como, por exemplo, “Casas em Auvers“, ou “A ravina de Peiroulets“. Também se pode ver um outro “Retrato do carteiro Joseph Roulin” mas que não estava em exposição.
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Museum of Fine Arts |
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Museum of Fine Arts |
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Museum of Fine Arts |
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Museum of Fine Arts |
Logo do outro lado do rio, em Cambridge, também se pode ver alguns quadros de Van Gogh no Fogg Art Museum, na Universidade de Harvard, mas nós não tivemos tempo!
Dali seguimos para Filadélfia, onde no Philadelphia Museum of Art, vimos mais um quadro de um tema recorrente, “Vaso com doze girassóis“, ou “Campo de trigo com chuva“. Mas a grande atracção de Filadélfia é a Barnes Foundation, com uma impressionante colecção impressionista e com uma mão cheia de quadros de Van Gogh, particularmente alguns que retratam uma fase mais libertina da vida do pintor: “Bordel” e “Mulher nua numa cama“. No entanto, o mais belo e colorido da colecção será “Casas com telhado de colmo ao sol“.
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Philadelphia Museum of Art |
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Barnes Foundation |
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Barnes Foundation |
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Barnes Foundation |
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Barnes Foundation |
A cidade seguinte seria a capital, Washington. Aqui a oferta atinge novamente proporções consideráveis, começando pela Phillips Collection (fundada em 1921, e o primeiro museu de arte moderna nos EUA), onde podemos admirar “Os reparadores de estradas“. Na National Gallery of Art, a “Apanha da azeitona” é mais um belíssimo retrato do quotidiano rural em que Van Gogh se deleitava, e podemos também ver um dos seus muitos “auto-retratos“, sempre diferentes entre si.
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National Gallery of Art |
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National Gallery of Art |
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National Gallery of Art |
Por último, visitamos Chicago, onde no Art Institute of Chicago, se pode ver o retrato de “Augustine Rolin“entre outros quadros muito interessantes.
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Art Institute of Chicago |
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Art Institute of Chicago |
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Art Institute of Chicago |
Com um périplo tão alargado e tantos locais visitados (para o tempo que tínhamos), a verdade é que, tal como para as outras atracções de um país, fica sempre a sensação de que algo ficou por ver e que se podia ter feito mais. E a nossa ronda de Van Gogh não foi excepção… Em Cleveland, no Cleveland Museum of Art, está um dos quadros que mais me atrai e que mais gostaria de ver ao vivo… E só de pensar que passamos por Cleveland de comboio! Mas não foi possível parar… Quem sabe, talvez um dia volte e possa admirar esta obra. Pelo menos já tenho uma boa desculpa para voltar!
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Art Institute of Chicago |